O filme é baseado no livro “A vida de Pi”, de Yann Martel que, por sua vez, se inspirou no livro “Max e os felinos”, do brasileiro Moacyr Scliar. Só com essas informações a minha curiosidade aguçou e lá fui eu.
A trama é complexa e dá argumentos para muitas trocas de ideias e eu adoooooro isso. O filme é uma fábula filosófica, onde a religião é o primeiro fio condutor. Temos o nosso herói, Pi, de origem indiana e, por isso, hinduísta. Depois que ele tomou conhecimento e gostou da história do filho de Deus, que se sacrifica pelos pecados dos outros, passou a ser também católico e, graças a Ala, também se tornou mulçumano. Com curiosidade aguçada, Pi mantinha sempre o coração e a mente aberta para novas descobertas, além disso, como ele mesmo diz: “A fé é uma casa de muitos quartos”.
Devido aos problemas financeiros, a família de Pi, que possuia um zoológico, resolve sair da Índia e ir para o Canadá. Lá venderiam alguns animais, obtendo dinheiro para viver uma nova vida. Porém, depois de uma forte tempestade, o cargueiro naufraga. Todos morrem e apenas Pi consegue sobreviver em um bote, ao lado de uma zebra de perna quebrada, um orangotango, uma hiena, um rato e Richard Parker, um tigre de bengala. Aqui abro um parêntese para dizer que o tigre (e todos os outros animais), criado digitalmente, é de uma beleza e realismo absolutamente alucinante.
Aí começa outro fio: na solidão do Oceano Pacífico, como sobreviver sem perder a sanidade? Vivendo um dia de cada vez, Pi tem que aprender a lidar com Parker e Parker com Pi. Esse aprendizado custou muito stress para ambos, mas foi importantíssimo para os dois.
A atuação de Suraj Sharma, Irrfan Khan e Ayush Tandon, todos fazendo Pi em várias idades (criança, jovem e adulto, respectivamente), é perfeita. Os demais estavam muito bem e a pequena participação de Depardieu como cozinheiro é impagável. Aliás, não faltam momentos engraçados para quebrar a tensão da situação. Isso deu leveza e sensibilidade.
O filme não poderia ter outro diretor se não Ang Lee, mestre na direção sutil, sensível, encantador e reflexivo. Fotografia e música perfeitas, o filme é uma pintura e como toda a pintura, ele tem várias nuances e cores, mas o final é uma interrogação... Qual a moral e a lição do filme, cada espectador terá uma. Eu tenho a minha e qual é/será a sua?
Nota: 8
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As Aventuras de Pi (The Life of Pi)
Diretor: Ang Lee
Atores: Suraj Sharma, Irrfan Khan, Tabu, Adil Hussain e Gerard Depardieu
2012, aventura - drama
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
As Aventuras de Pi (The Life of Pi)
domingo, 16 de dezembro de 2012
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (Hobbit - An Unexpected Journey)
Voltamos à Terra Média, quase 10 anos após o fim da trilogia Senhor dos Anéis. O Hobbit é uma adaptação do livro homônimo de J.R.R. Tolkien e narra a aventura de Bilbo, o Bolseiro, que entra nessa jornada com mais 13 anões e, claro, Gandalf, o Cinzento. Viagem essa que aconteceu 60 anos antes, quando tudo começou.
Não li o livro e, por isso, não faço a mínima ideia se o filme é perfeito a ele. Aliás, dizem que houve algumas liberdades criativas do tipo personagens que nem tem no livro estão no longa. O que eu sei é que o filme é ação em cima de ação, mas sem esquecer o humor. Um filme com muitas batalhas, mas leve. Você só sentirá os quase 170 minutos de filme se a cadeira do cinema for desconfortável, pois fora isso, você mergulhará no universo de Tolkien prestando atenção apenas no que está a sua frente, sem despregar o olho da telona.
Houve momentos impagáveis de humor puro quando do jantar dos trolls e a corrida do trenó puxado por coelhos, de Radagast, o Castanho (Sylvester McCoy). Porém, o momento mais aterrador e fascinante foi a batalha das montanhas de pedra. Não tem como não ficar tensa e boquiaberta diante de tanta grandiosidade... Claro que também rolou abobrinhas do tipo “ahhh, fala sério!”, mas e daí?! O filme é sensacional !
E as interpretações?! Martin Freeman (Bilbo Bolseiro, jovem) está um arraso. Discreto, sensível, bem humorado e ranzinza, mas com espírito heroico e aventureiro. Não tem como não nos apaixonarmos por ele em todos os momentos. Os atores que interpretam os 13 anões são figuras a parte, cada um tem uma personalidade diferente e todos se completam. Tem anão gatinho também e o nome dele é Kili, interpretado por Aidan Turner. Delícia também foi rever Ian McKellen, Hugo Weaving, Cate Blanchett, Elijah Wood e Christopher Lee. Ahhh, Gollun (Andy Serkis, no efeito de captura de movimentos) também voltou e está incrível com expressões faciais impressionantes. Para se ter uma ideia, por 2 segundos eu até tive dó dele. Por aí você já pode ter noção do olhar “gato de botas: tô carente e preciso de você”. Pois é...
O fato é que Peter Jackson, o mesmo diretor da trilogia Senhor dos Anéis, está de volta e você sente a sua mão nesse filme. Inclusive esses anos de espera fez bem ao próprio filme, principalmente com relação aos efeitos especiais. Na versão 3D rola a novidade tecnológica registrada em alta definição pelas novas câmeras Red Epic: 48 quadros por segundo (o normal, 24 quadros, basta para o cérebro registrar as imagens em movimento).
Agora só me resta aguardar as continuações O Hobbit: A Desolação de Smaug ( em 2013) e O Hobbit: Lá e de Volta Outra Vez (em 2014) para mais uma vez, aplaudir de pé esse filme que mais parece uma pintura.
Nota: 9
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O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (Hobbit - An Unexpected Journey)
Diretor: Petre Jackson
Atores: Martin Freeman, Ian McKellen, Richard Armitage, Ian Holm
2012, aventura
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Sem Limites (Limitless)

Gostei muuuuuuuito do filme !
Sem Limites conta a história de Eddie, um aspirante a escritor com problemas sérios de black out criativo. Largado, deprimido... Um verdadeiro perdedor, até que ele encontra seu ex-cunhado que lhe oferece a solução dos seus problemas: um pequeno comprimido transparente chamado NZT, que tem como função fazer o cérebro funcionar em sua capacidade normal. Como não tem nada a perder, resolveu tomar e aí o mundo inteiro se tornou mais brilhante, mais colorido, mais charmoso. Tudo começou a dar certo, mas ao mesmo tempo os problemas vieram e não foram poucos.
Essa história de só usarmos 20% do nosso cérebro é mais batida do que a famosa batida do coco do Oswaldo (Se você mora no Rio de Janeiro já deve ter tomado umas e outras lá, na então conhecida rua dos motéis, na Barra da Tijuca. Não? Então perdeu !) Mas o fato é que, imagina, se nós tivéssemos a oportunidade de usar 100% de nossa capacidade cerebral. “Não estava chapado nem ligado. Apenas com a mente clara.”, diz Eddie.
Gostei da história; gostei das atuações, mesmo não tendo sido brilhantes. O filme é interessante do início ao fim. A idéia de usar cores diferenciadas quando Eddie toma a pílula é fantástica. De pálida e acinzentada, a vida torna-se mais clara, mais brilhante, mais alegre com o NZT.
Mesmo com efeitos colaterais, quem não gostaria de tomar uns comprimidinhos de NZT? Na boa, eu adoraria !
Nota: 8
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Sem Limites (Limitless)
Diretor: Neil Burger
Atores: Bradley Cooper, Robert De Niro, Abbie Comish
2011, drama – suspense
domingo, 2 de dezembro de 2012
Para Sempre (The Vow)
Adooooro filmes românticos e se for baseado em fatos reais (o casal Kim e Krickitt Carpenter que, 2 meses após o casamento, envolvem-se em um sério acidente automobilístico), melhor ainda.
No filme Paige (Rachel McAdams) vive um clima de muito amor e carinho com o recém marido Leo (Channing Tatum, ex strippe e daí você imagina o gato que é o rapaz... uiii!). Certa noite eles sofrem um acidente de carro. Ele se machuca pouco, mas ela chega a ficar em coma e quando recobra a consciência não se lembra do marido e de nada do que aconteceu nos últimos 5 anos. Ela lembra somente de quando morava com os pais Bill e Rita Thornton (Sam Neill e Jessica Lange) e era noiva de Jeremy (Scott Speedman).
O filme mostra a luta do marido tentando fazê-la se lembrar e para isso ele tem que reconquistá-la novamente. Só que não é tão fácil assim, já que a própria Paige está irreconhecível até mesmo para Leo. É aqui que o filme diminui drasticamente a taxa de açúcar e ganha contorno mais dramático.
Claro que inúmeras pessoas meteram o malho no filme, mas o meu lado romântico adorou e recomenda. Afinal de contas, um belo filme de amor é sempre agradável e gostoso de se ver. (suspiros...)
Nota: 8
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Para Sempre (The Vow)
Diretor: Michael Sucsy
Atores: Rachel McAdams, Channing Tatum, Sam Neill e Jessica Lange
2012, romance