sábado, 7 de julho de 2012

Homens e Deuses (Des Hommes et des Dieux)

Década de 90. Um grupo de oito monges franceses vive em um mosteiro localizado no alto de uma montanha na Argélia. Liderados por Christian (Lambert Wilson), eles vivem em perfeita harmonia com a comunidade muçulmana local. O exército oferece proteção contra as ameaças que surgem, mas os monges a recusam. Preferem levar sua vida de forma simples, dando continuidade à sua missão independente do que vier a acontecer com eles.

O filme, vencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes 2010, conta o ocorrido no mosteiro trapista situado em Tibhirine, na Argélia, quando da guerra civil no país. Os monges católicos viviam harmoniosamente com a população mulçumana local até que em 1996 um grupo de extremistas islâmicos, da facção Jamaat Islamyya captura 7 dos 9 monges e os matam. Uma história meio mal explicada, segundo alguns.
O filme é a cara do que eu penso que é um mosteiro: reflexivo, quase silencioso, pacífico e tranqüilo demais. Orações e cânticos complementam esse quase convite para dormir, aonde quer que você o esteja vendo.
O longa, basicamente, gira entorno do conflito entre ficar e acabar se tornando um mártir, já que a invasão dos terroristas é inevitável ou partir, um de cada vez (aqueles que querem ir), e deixar para trás tudo e todos… “O amor suporta tudo”, disse irmão Christian. O início do filme deixa bem claro que as provações são bem duras quando transcreve um trecho do salmo 81: “Eu vos digo: vocês são deuses... Entretanto, vão morrer como os homens.”.
As atuações foram perfeitas. Adorei Charles Herin que fez Amédée, um simpático monge, velhinho e cheio de sabedoria: no falar e no olhar. E como eles falavam pelo olhar e pelos gestos.
Uma cena, para mim, foi brilhante a da última ceia (na verdade eles não sabiam que seria a última ceia de muitos ali) dos nove monges, regada com 2 garrafas de vinho e ao som do “O Lago dos Cisnes”, de Tchaikovsky. O diretor fecha em close cada monge, principalmente no olhar de cada um. Foi uma cena de arrepiar! Brilhante !
A história é interessante, embora o diretor tenha preferido fazer um filme mais contido e lento e, por isso, eu não gostei. Devagar demais para o meu gosto e minha paciência. Isso, porém, não significa que não tenha admirado o desprendimento daqueles monges que, em nome da fé e pela fé, entregaram suas vidas. Isso é amor ao próximo e ao Pai. Não tenho dúvidas sobre isso.

Nota: 5

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Homens e Deuses (Des Hommes et des Dieux)
Diretor: Xavier Beauvois
Atores: Lambert Wilson, Michael Lonsdale, Olivier Rabourdin, Philippe Laudenbach
2011, drama

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