
O filme, vencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes 2010, conta o ocorrido no mosteiro trapista situado em Tibhirine, na Argélia, quando da guerra civil no país. Os monges católicos viviam harmoniosamente com a população mulçumana local até que em 1996 um grupo de extremistas islâmicos, da facção Jamaat Islamyya captura 7 dos 9 monges e os matam. Uma história meio mal explicada, segundo alguns.
O filme é a cara do que eu penso que é um mosteiro: reflexivo, quase silencioso, pacífico e tranqüilo demais. Orações e cânticos complementam esse quase convite para dormir, aonde quer que você o esteja vendo.
O longa, basicamente, gira entorno do conflito entre ficar e acabar se tornando um mártir, já que a invasão dos terroristas é inevitável ou partir, um de cada vez (aqueles que querem ir), e deixar para trás tudo e todos… “O amor suporta tudo”, disse irmão Christian. O início do filme deixa bem claro que as provações são bem duras quando transcreve um trecho do salmo 81: “Eu vos digo: vocês são deuses... Entretanto, vão morrer como os homens.”.
As atuações foram perfeitas. Adorei Charles Herin que fez Amédée, um simpático monge, velhinho e cheio de sabedoria: no falar e no olhar. E como eles falavam pelo olhar e pelos gestos.
Uma cena, para mim, foi brilhante a da última ceia (na verdade eles não sabiam que seria a última ceia de muitos ali) dos nove monges, regada com 2 garrafas de vinho e ao som do “O Lago dos Cisnes”, de Tchaikovsky. O diretor fecha em close cada monge, principalmente no olhar de cada um. Foi uma cena de arrepiar! Brilhante !
A história é interessante, embora o diretor tenha preferido fazer um filme mais contido e lento e, por isso, eu não gostei. Devagar demais para o meu gosto e minha paciência. Isso, porém, não significa que não tenha admirado o desprendimento daqueles monges que, em nome da fé e pela fé, entregaram suas vidas. Isso é amor ao próximo e ao Pai. Não tenho dúvidas sobre isso.
Nota: 5
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Homens e Deuses (Des Hommes et des Dieux)
Diretor: Xavier Beauvois
Atores: Lambert Wilson, Michael Lonsdale, Olivier Rabourdin, Philippe Laudenbach
2011, drama
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