
É muito sofrimento, muita dor, muito desencontro e muita submissão para um filme só. Basicamente você chega animado e sai calado, pensando na vida e na sua própria vida.
O filme, baseado no best-seller homônimo de Kazuo Ishiguro, acompanha a vida de três britânicos, Kathy, Tommy e Ruth, desde a infância até jovens adultos. Eles são colegas de internato e descobrem que estão lá, sendo bem tratados, apenas porque são doadores: a obrigação deles é doar seus órgãos aos seus “semelhantes”. Temos aí a clonagem humana servindo como armazenamento de "peças" para reposição, ambulante.
A atuação de Carey Mulligan (Kathy) é fantástica e estou me tornando fã incondicional dela, desde o filme Educação. Andrew Garfield (Tommy) e Keira Knightley (Ruth) também estão bem.
O filme não responde a uma série de indagações. Como não li o livro, não sei se foi falha do autor ou opção do roteirista. De qualquer maneira, é uma pena, mas ele explora, e muito, a melancolia, o vazio. O sentimento de que nada é seu, inclusive a si próprio, e que a felicidade depende mais do outro de que de você mesmo.
Fiquei com uma sensação de aperto no coração e não gostei nem um pouco desse incomodo. É um filme intrigante e reflexivo e o que não falta são tópicos para isso.
Nota: 7
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Não me abandone jamais (Never let me go)
Diretor: Mark Romanek
Atores: Sally Hawkins, Carey Mulligan, Andrea Riseborough, Keira Knightley
2010, drama – suspense
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