
Como parece que deve ser todo trabalho em uma fábrica (rotina cansativa e tediosa), o início do livro é vagaroso e sonolento. Nos primeiros capítulos fiquei meio em dúvida: será que esse livro é, realmente, policial? Eu mesma já estava querendo matar a autora, pois o tédio era enorme.
A vida da classe operária, feminina, japonesa é sofrida e dolorosa. A opressão constante e o desejo de liberdade faz com que até uma pessoa comum e pacífica tome uma atitude que transformará completamente a sua própria vida e a dos que a cercam.
Livro de maior sucesso da japonesa Natsuo Kirino e primeiro da escritora a chegar ao Brasil, “Do Outro Lado” ganhou o Grande Prêmio Japonês de Melhor Romance Policial e ficou entre os finalistas do Edgar Allan Poe de 2004. O New York Times Book Review disse que o livro “é uma mistura potente de maldade humana, feminismo obstinado e justiça precavida.” Com toda essa recomendação, o livro tem que ser bom – pensei.
O fato é que para mim, uma simples amante da leitura, o livro, inicialmente, é enfadonho, mas depois do crime e da ocultação dos pedaços do cadáver, ele começa a ficar envolvente e tenso. O livro não é ruim. Merece até ser filmado, pois daria um filme bem interessante nas mãos de um grande diretor. O problema é que nas última páginas, bem lá no final, a autora perde o rumo e tenta nos enfiar uma Síndrome de Estocolmo, mas, na boa, totalmente nada a ver.
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Do Outro Lado (OUT)
Autora: Natsuo Kirino
Editora Rocco
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