O Drama acompanha a vida de Lois e Doug Riley (Melissa Leo e James Gandolfini), um casal que perdeu a filha adolescente. Os dois vivem uma relação distante e conturbada. Devido ao trauma da perda da filha, Louis não consegue sair de casa. Em uma viagem de negócios, Doug conhece Alisson (Kristen Stewart), que se apresenta como Mallory, uma adolescente órfã que ganha a vida se prostituindo e fazendo shows de striptease. O homem passa a cuidar da menina como se ela fosse uma filha, o que acaba influenciando no relacionamento com sua esposa. O encontro do casal com Mallory transforma suas vidas para sempre.
Mais uma vez Melissa Leo arrebenta na interpretação, agora como Lois Riley. Engraçado como depois de um filme, de um Oscar, até parece que a gente “caça” os filmes desses artistas para confirmar se mereceram ou não um determinado prêmio. Não é o caso, mas confesso que fiquei satisfeita e feliz por constatar que ela é camaleonica.
Também temos James Gandolfini. Sim, Tony Soprano em pessoa, mas aqui totalmente light; ele nem matou ou mandou matar ninguém... Fez um Doug Riley perfeito e cativante.
Ainda acho que Kristen é atriz de um gênero só: drama. Até a saga Crepúsculo é um drama só, sejamos honestos. Mas ao mesmo tempo tenho certeza que logo logo ela desabrochará de uma tal maneira que eu morderei minha língua. E sabe por que? Porque ela não tem medo de escolher personagens, não se preocupa com o entorno, apenas com a satisfação dela. Isso é ser atriz e não uma simples starlet.
O longa apresenta o casal Doug e Lois em um casamento frio, sem sentimento algum, tudo gerado pela perda da filha em um acidente de carro. Lois foge da vida, enclausurando-se em casa, não saindo nem para pegar a correspondência. Doug chega ao limite quando constata a sua lápide pronta (sem o ano de falecimento, evidentemente) feita por sua esposa. “Eu não morri. Eu estou vivo!” Numa viagem de negócios à Nova Orleans, ele conhece a jovem Mallory, stripper de 16 anos. Lois resolve sair da toca e vai encontrar o marido e acaba conhecendo Mallory e os três começam a criar um relacionamento perigoso de pais e filha. Perigoso porque ela não é a filha e nem eles são os pais dela.
O relacionamento entre eles é puramente emocional e o filme é isso, só emoção. A ausência de diálogo gera sentimentos conflitantes no relacionamento do casal e culmina com a perda do que eles tinham: carinho, compreensão e amor.
O filme deixa claro duas coisas. A primeira é que a perda é um sentimento que deve sim ser falado, discutido ao máximo. Não se pode deixar de lado. A dor e o luto são sentimentos que devem ser absorvidos para depois serem descartados. São degraus necessários que não podem ser desconsiderados, pois a segurança, a solidez depende disso.
A segunda é que não podemos utilizar alguém como substituto daquilo que perdemos. Podemos e devemos ajudar, mas não dá para esquecer que ninguém nos pertence, principalmente uma pessoa que o destino nos uniu.
O drama é simpático. Nada de sofrimentos exacerbados que fazem você sofrer do início ao fim. O filme é apenas um filme, gostoso de ver e só.
Nota: 7
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Corações Perdidos (Welcome to the Rileys)
Diretor: Jake Scott
Atores: Kristen Stewart, James Gandolfini, Melissa Leo
2011, drama
sábado, 9 de julho de 2011
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