
Mais uma vez Melissa Leo arrebenta na interpretação, agora como Lois Riley. Engraçado como depois de um filme, de um Oscar, até parece que a gente “caça” os filmes desses artistas para confirmar se mereceram ou não um determinado prêmio. Não é o caso, mas confesso que fiquei satisfeita e feliz por constatar que ela é camaleonica.
Também temos James Gandolfini. Sim, Tony Soprano em pessoa, mas aqui totalmente light; ele nem matou ou mandou matar ninguém... Fez um Doug Riley perfeito e cativante.
Ainda acho que Kristen é atriz de um gênero só: drama. Até a saga Crepúsculo é um drama só, sejamos honestos. Mas ao mesmo tempo tenho certeza que logo logo ela desabrochará de uma tal maneira que eu morderei minha língua. E sabe por que? Porque ela não tem medo de escolher personagens, não se preocupa com o entorno, apenas com a satisfação dela. Isso é ser atriz e não uma simples starlet.
O longa apresenta o casal Doug e Lois em um casamento frio, sem sentimento algum, tudo gerado pela perda da filha em um acidente de carro. Lois foge da vida, enclausurando-se em casa, não saindo nem para pegar a correspondência. Doug chega ao limite quando constata a sua lápide pronta (sem o ano de falecimento, evidentemente) feita por sua esposa. “Eu não morri. Eu estou vivo!” Numa viagem de negócios à Nova Orleans, ele conhece a jovem Mallory, stripper de 16 anos. Lois resolve sair da toca e vai encontrar o marido e acaba conhecendo Mallory e os três começam a criar um relacionamento perigoso de pais e filha. Perigoso porque ela não é a filha e nem eles são os pais dela.
O relacionamento entre eles é puramente emocional e o filme é isso, só emoção. A ausência de diálogo gera sentimentos conflitantes no relacionamento do casal e culmina com a perda do que eles tinham: carinho, compreensão e amor.
O filme deixa claro duas coisas. A primeira é que a perda é um sentimento que deve sim ser falado, discutido ao máximo. Não se pode deixar de lado. A dor e o luto são sentimentos que devem ser absorvidos para depois serem descartados. São degraus necessários que não podem ser desconsiderados, pois a segurança, a solidez depende disso.
A segunda é que não podemos utilizar alguém como substituto daquilo que perdemos. Podemos e devemos ajudar, mas não dá para esquecer que ninguém nos pertence, principalmente uma pessoa que o destino nos uniu.
O drama é simpático. Nada de sofrimentos exacerbados que fazem você sofrer do início ao fim. O filme é apenas um filme, gostoso de ver e só.
Nota: 7
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Corações Perdidos (Welcome to the Rileys)
Diretor: Jake Scott
Atores: Kristen Stewart, James Gandolfini, Melissa Leo
2011, drama
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