
Logo no início, quando George se encaminha ao microfone, o meu coração acelerou, tal qual o dele. Era como se estivesse indo para o matadouro... Discurso e gagueira definitivamente não combinam.
Esse filme nos apresenta uma rainha-mãe (Helena Bonham Carter) amorosa, mas séria; decidida, mas sutil; educada, mas firme. Já vi alguns filmes com Helena, mas confesso que sua atuação, tão diferente dos últimos papéis, me surpreendeu positivamente.
Colin Firth, nosso George, cheio de senso de humor, mas repleto de medo, insegurança e baixa auto-estima. Geoffrey Rusch fez um Lionel charmoso, seguro e repleto de compaixão. Um amigo! Sua atuação é perfeita, pena que não levará o Oscar: papel perfeito em momento inconveniente, digamos assim.
"Quando, há 30 anos, a rainha-mãe me pediu que esperasse e não contasse a história enquanto ela estivesse viva, porque a lembrança desses eventos eram ainda dolorosos demais, me dei conta da profundidade das emoções que estavam em jogo", explicou David Seidler, roteirista do filme.
Ver o futuro rei da Inglaterra com um problema tão plebeu, de certa forma, aproxima a realeza de seus eternos súditos. Não que hoje em dia reis e rainhas sejam intocáveis, mas sem dúvida ainda possuem uma certa áurea de esplendor e reverência. Porém, eles também são seres humanos como todos nós. Biblicamente falando, vieram do pó e ao pó voltarão.
O longa, mais do que contar uma história verídica, nos ensina o quanto é importante confiarmos em nós mesmos e termos, ao nosso lado, pessoas que nos queiram bem, não pelo motivo de estarmos, mas pelo que somos.
A atual rainha Elizabeth II, filha do rei George, se emocionou com o filme. Eu me emocionei e até chorei. Acredito fielmente que a superação de qualquer que seja a dificuldade deve ser divulgada aos quatro ventos e esse filme é isso. Se ganhar o Oscar de Melhor Filme, o prêmio também ficaria em boas mãos.
Nota: 9
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O Discurso do Rei (The King’s Speech)
Diretor: Tom Hooper
Atores: Colin Firth, Geoffrey Rusch, Helena Bonham Carter
2011, drama
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