quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O Artista (The Artist)

Na Hollywood de 1927, o astro do cinema mudo George Valentin começa a temer se a chegada do cinema falado fará com que ele perca espaço e acabe caindo no esquecimento. Enquanto isso, a bela Peppy Miller, jovem dançarina por quem ele se sente atraído, recebe uma oportunidade e tanto para trabalhar no segmento. Será o fim de sua carreira e de uma paixão?

Confesso que torcia o nariz para o filme. Xiiiiiiiii... P&B e mudo, deve ser uma chatiiiiiice. Como a moda é deixar o preconceito de lado, resolvi ver o filme. Resultado: Gostei ! OK, achei o final um clichê bobo, mas tirando isso, O Artista é uma ode ao cinema e ao artista. Uma homenagem simpática a esses profissionais que nos fazem rir, chorar, odiar e amar...
George Valentim (certamente uma homenagem ao galã Rodolfo Valentino, que arrebatou os corações de milhares de fãs nessa época) é um ator consagrado nos filmes mudos, mas incapaz de aceitar a modernidade dos filmes falados e, com isso, cai em desgraça. Sua fã ardorosa, Peppy Miller, acaba se dando bem com esse tipo de filme e faz enorme sucesso em Hollywood. Mesmo assim, continua apaixonada por George. “Um amor além das palavras”, é a frase é o subtítulo do filme, e resume os sentimentos de Peppy.
Os atores são bons. Inclusive Jean Dujardin levará para a França o belo Oscar que ganhou como Melhor Ator. Pois é, vai entender a academia...
Mas não podemos esquecer a gracinha de quatro patas do momento: Jack, o cão da raça terrier (interpretado por Uggie, Dash e Dude que foram pintados antes das filmagens, para ficarem idênticos). Fofíssimo, é aquele amigo fiel que todos nós gostaríamos (eu gostaria!) de ter como companheiro. Ele é o charme do filme e, algumas vezes, até o astro principal.
Talvez (com certeza!) daqui a alguns anos este filme ficará esquecido, pegando poeira em nossa memória, mas no momento ele está em alta (ganhou também o Oscar de Melhor Filme e Melhor Diretor, entre outros) e, na boa, merece uma conferida.

Nota: 8

____________________
O Artista (The Artist)
Diretor: Michel Hazanavicius
Atores: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman, James Cromwell
2012, romance – comédia – drama

domingo, 26 de fevereiro de 2012

OSCAR 2012

84ª Entrega do Oscar, o grande premio do cinema, continua no mesmo lugar no Teatro Kodak.... ou, como disse Billy Crystal, Teatro Banca Rota ou Teatro que Não Pode Dizer o Nome, já que tiraram o nome “kodak”. Enfim, Crystal volta a ser o apresentador (esta é a nova vez), e sua escolha foi muito bem recebida: ele é simpático e engraçado, sem ser malvado, afinal de contas hoje é festa.
Aliás, o próprio evento foi uma homenagem ao cinema, com artistas falando dos seus filmes favoritos, do primeiro filme que assistiram no cinema. Para mim, essa foi a dica: a Academia estava interessada em homenagear o cinema e, obviamente, o melhor filme só poderia ser O Artista.

Veja os grandes ganhadores do Oscar 2012.

Melhor filme - O Artista
Depois que vi o filme, confesso que passei a torcer por ele... Uma homenagem aos artistas e a sétima arte.

Melhor ator - Jean Dujardin (O Artista)
Bommmm para ele. Acho que ele será um ator de um único filme, portanto, tem que aproveitar essa onda.

Ator coadjuvante - Christopher Plummer (Beginners)

Melhor animação - "Rango"
A animação é engraçadinha, tem o Depp, mas estava torcendo pelo Gato de Botas.

Melhor atriz - Meryl Streep (A Dama de Ferro)
Sou fã de Meryl e, para mim, tudo o que ela faz, faz perfeito. Merecido!

Melhor atriz coadjuvante - Octavia Spencer (Histórias Cruzadas)
Ahhhh ela arrasa no filme. Merecidíssimo !

Melhor roteiro original - Meia-noite em Paris
O filme é lindo ! Vejam.

Trilha sonora original - O Artista (Ludovic Bource)
Em filme mudo, a trilha sonora sobressai.

Canção original - "Man or Muppet", de Os Muppets, música e letra de Bret McKenzie
O poder do dinheiro, mais uma vez, superou a criatividade e beleza.

Maquiagem - A Dama de Ferro
Merecidíssimo.

Direção de arte - A Invenção de Hugo Cabret

Fotografia - A Invenção de Hugo Cabret

Figurino - O Artista

Diretor - Michel Hazanavicius (O Artista)

Documentário (longa-metragem) - Undefeated

Documentário (curta-metragem) - Saving Face

Edição - Os homens que não amavam as mulheres

Melhor filme em língua estrangeira - "Separação" - Irã

Curta-metragem de animação - The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore

Curta-metragem - The Shore

Edição de som - A Invenção de Hugo Cabret

Mixagem de som - A Invenção de Hugo Cabret

Efeitos visuais - A Invenção de Hugo Cabret

Roteiro adaptado - Os Descendentes

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Precisamos Falar Sobre o Kevin (We Need To Talk About Kevin)

Eva mora sozinha e teve sua casa e carro pintados de vermelho. Maltratada nas ruas, ela tenta recomeçar a vida com um novo emprego e vive temerosa, evitando as pessoas. O motivo desta situação vem de seu passado, da época em que era casada com Franklin, com quem teve dois filhos, Kevin e Lucy. Seu relacionamento com o primogênito, Kevin, sempre foi complicado, desde quando ele era bebê. Com o tempo a situação foi se agravando, mas, mesmo conhecendo o filho muito bem, Eva jamais imaginaria do que ele seria capaz de fazer.

Há 4 anos que uma amiga emprestou esse livro dizendo que era bom. Há 4 anos que eu tento sair da página 125 e não consigo. Acho chato e a leitura não flui. Aí veio o filme e pensei: Será que é como o livro? Então será uma droga... Mesmo assim tomei coragem e assisti. E sabe de uma coisa? Gostei.
O filme começa no presente e logo de cara nos deparamos com Eva Khatchadouria, uma mulher atormentada, amargurada e hostilizada pelas pessoas da cidade onde mora. O que aconteceu com ela? O filme vai e volta e assim nós tomamos conhecimento das coisas que ocorreram com a família daquela mulher.
Eva foi casada com Franklin (John C. Reilly) e teve 2 filhos: Kevin (na verdade, fruto de uma gravidez não desejada) e Celia. Seu relacionamento com o filho (e esse é o fio condutor do filme), desde o início, foi feito de amor, medo, rancor e muito, muito ódio. Após tantos desentendimentos, dissimulações, era evidente que o final seria trágico e perturbador: aos 16 anos ele entra no colégio em que estuda e promove uma chacina. Mas o que nos faz realmente pensar é: Kevin é o resultado das atitudes da mãe ou ele realmente nasceu psicopata?
Eu poderia dizer que Tilda Swinton está perfeita como Eva (e está!), mas essa atriz me incomoda muito... Para mim ela faz muito bem esses papéis de “furacão interno atormentado” porque ela tem internamente um furacão atormentado. Ela tem uma expressão tão vazia, tão branca, tão nada que realmente, a mim, me incomoda bastante. Ela me dá aflição ! #prontofalei
Porém, tenho que aplaudir de pé a interpretação incrível de Rock Duer, Jasper Newell e Ezra Miller, que fizeram um Kevin bem criança, criança e adolescente, respectivamente, de maneira espetacular. Atuação de tirar o chapéu.
O filme é pulsante, instigante, denso e tenso. Vale a pena assistir e, principalmente, trocar idéias a respeito. Não sei se conseguirei ler o livro todo, mas depois do filme, confesso que a curiosidade falou mais alto e uma nova tentativa de leitura será feita.

Nota: 7

____________________
Precisamos Falar Sobre o Kevin (We Need To Talk About Kevin)
Diretor: Lynne Ramsay
Atores: Tilda Swinton, Ezra Miller, John C. Reilly, Siobhan Fallon
2011, drama - suspense

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A Dama de Ferro (The Iron Lady)

Margaret Thatcher teve que enfrentar vários preconceitos para se estabelecer como primeira-ministra do Reino Unido em um mundo até então dominado por homens. Durante a recessão econômica causada pela crise do petróleo no fim da década de 70, ela tomou medidas impopulares, visando à recuperação do país. Seu grande teste, entretanto, foi quando o Reino Unido entrou em conflito com a Argentina na Guerra das Malvinas.

Sou do tempo de Margaret Thatcher, primeira ministra do Reino Unido (1979 a 1990), mas na época tinha 14 anos e não era (ainda não sou) conhecedora de política e muito menos de economia e política mundial. O que eu sabia dela era o básico: ela era casca grossa.
Vendo o filme, o que deixa claro e óbvio é que ela teve que deixar a docilidade de lado e se tornar durona, mas sem perder a feminilidade, representada pelo seu inseparável colar de pérolas, anéis, broches, lenços e pequena bolsa.
O longa mostra a vida de Thatcher, intercalando os dias atuais (uma Margaret doente, com início de Alzheimer e surtos de alucinações) com os acontecimentos do passado. Não ficou muito claro como uma filha de um dono de mercearia chegou a primeira ministra, mas sem dúvida o filme sugere claramente que a sua relação com os filhos sempre foi distante e com o marido, a submissão dele já estava implícito desde o início do relacionamento.
O fato é que ela enfrentou um período movimentado: brigas entre os sindicatos; guerra das Malvinas ou Falklands, como eles dizem; recessão; etc. Depois de 11 anos de poder, a arrogância falou mais alto: “Eu sou a Primeira Ministra.”, e o desgaste da imagem também.
Margaret Thatcher nunca foi e não é agora que será uma unanimidade, o que não ocorre com a atriz Meryl Streep, sempre maravilhosa e perfeita. Ela não se entrega ao personagem, ela mergulha nele numa relação simbiótica extraordinária.
A Dama de Ferro é um filme imperdível com maquiagem e fotografia perfeitas, além de excelentes atuações não só de Meryl como também as de Jim Broadbent e Olivia Colman.

Nota: 8

____________________
A Dama de Ferro (The Iron Lady)
Diretor: Phyllida Lloyd
Atores: Meryl Streep, Jim Broadbent, Olivia Colman, Anthony Head
2012, drama biográfico

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Histórias Cruzadas (The Help)

Mississipi, década de 1960. Skeeter acabou de terminar a faculdade e sonha em ser escritora. Ela põe a cidade de cabeça para baixo quando decide pesquisar e entrevistar mulheres negras que sempre cuidaram das famílias do sul. Apesar da confusão causada, Skeeter consegue o apoio de Aibileen, governanta de um amigo, que conquista a confiança de outras mulheres que têm muito que contar. Pelo caminho, amizades inesperadas são feitas e uma nova irmandade é criada, mas não antes que todos na cidade tenham alguma coisa a dizer quando são, de forma inconsciente e inadvertida, pegos em tempos de rápidas mudanças.

Filmes que têm como pano de fundo cidades do interior do Mississipi dos anos 50/60 sempre são emocionantes para mim. Este não foi diferente.
O longa conta a história de Skeeter (Emma Stone) que decide escrever um livro sobre o drama vivido pelas empregadas negras que deixam seus filhos em casa para cuidarem e trabalharem nas casas dos brancos, e isso em um período conturbado pela luta dos direitos civis. Para isso ela precisa da ajuda, dos depoimentos das empregadas. A primeira a ajudar foi Abileen (Viola Davis) e logo depois Minny (Octavia Spencer).
A história é equilibrada. Há momentos de tristeza, há momentos de risos, há momentos de esperança, há momentos de revolta profunda e nisso Bryce Dallas Howard foi perfeita. Fez a dona de casa Holly tão maldosa, numa pele de cordeirinha, que a minha vontade era pegar a criatura no tapa. Felizmente, Minny me vingou...
As atuações foram fantásticas, mas para mim Octavia Spencer, que fez a incrível Minny Jackson, está levando, merecidamente, todos os prêmios de melhor atriz coadjuvante. Ela supera, e muito, até a Viola Davis, que concorre ao Oscar de melhor atriz.
São 2 horas e meia que passam voando. O filme é honesto, é sensível, é agradável. Retrata a mulher em seus vários tons e cores, e muitas delas nos enchem de orgulho. Belíssima opção de filme e, até o momento, torço por ele no Oscar.

Nota: 9

____________________
Histórias Cruzadas (The Help)
Diretor: Tate Taylor
Atores: Emma Stone, Viola Davis, Octavia Spencer
2012, drama

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Homem do Futuro

Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, porém arrogante e infeliz. Prestes a ser demitido, ele resolve por em prática um novo invento: um acelerador de partículas. O experimento fracassa, mas acidentalmente ele volta no tempo e tem uma nova chance com Helena (Alinne Moraes), uma mulher que renegou e humilhou o cientista anos antes desta viagem.

Uma comédia romântica que lembra muito (mas não tem nada a ver com eles) os filmes “De Volta para o Futuro” e o “Efeito Borboleta”. O Homem do Futuro diverte, embora você saia do filme prometendo a si mesmo não escutar a música Tempo Perdido, do Legião Urbana, pelos próximos seis meses.
Wagner Moura, o que falar de uma cara que no passado, no presente e no futuro é o sonho de consumo de 90, de cada 100 mulheres existentes nesse país? A cada filme que faz, percebe-se que ele mergulha de cabeça no personagem. Aqui ele demonstra claramente a principal personalidade de cada fase de sua vida: jovem inocente, adulto arrogante e maduro seguro. Wagner Moura brilha !
Para a ala masculina ainda tem a Alinne Moraes e ambos possuem química. Fernando Ceylão, Maria Luisa Mendonça e Gabriel Braga Nunes fazem direitinho os seus papéis, mas não convencem como jovens universitários. Nem sempre a maquiagem faz milagres...
O fato é que o filme diverte e inspira gostosas trocas de idéias ao final dele (aquele momento jantar ou pizza para encerrar a noite, com os amigos). Ah se pudéssemos voltar atrás no tempo, reparar algumas burradas feitas pelo meio do caminho e deixar um futuro brilhante, já meticulosamente engatilhado...
Como por enquanto isso não é possível, eis uma bela sugestão de entretenimento para toda a família.

Nota: 8

____________________
O Homem do Futuro
Diretor: Cláudio Torres
Atores: Wagner Moura, Alinne Moraes, Fernando Ceylão, Maria Luisa Mendonça,
2011, ficção científica – comédia romântica

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Noite de Ano Novo (New Year’s Eve)

Enquanto 'Idas e Vindas do Amor' se passa no Dia dos Namorados, 'Noite de Ano Novo' acompanha personagens durante a véspera de Ano Novo. O filme celebra o amor, a esperança, o perdão, uma segunda chance e um novo começo, no entrelaçamento de histórias de casais e solteiros, em meio à pulsação e promessas da cidade de Nova York, na noite mais deslumbrante do ano.

Quando eu vi o trailer fiquei encantada: quantos artistas incríveis juntos. Aliás, o bom desses filmes com várias histórias que se cruzam ou andam em paralelo é justamente isso: um número enorme de feras reunido.
O pano de fundo é o tradicional réveillon na Times Square, em Nova York, onde todos aguardam a descida da enorme bola de luz e o primeiro beijo do ano, a exatamente meia-noite. Hummm cada um tem o réveillon que merece e nesse quesito, salve Rio de Janeiro !
É nesse último dia do ano que todas os esquetes usam os mesmos ingredientes: amor e esperança. Tem história de um doente terminal; tem história de um marido no Iraque; tem história de uma adolescente descobrindo o primeiro amor; tem histórias de encontros, desencontros e reencontros...
Mas a melhor história mesmo foi a encabeçada pela minha deusa Michelle Pfeiffer e pelo garotão que cada vez mais demonstra seu valor profissional, Zac Efron. Ela é uma profissional cansada de ser menosprezada e, por isso, resolve pedir demissão no último dia do ano. Ela pede ajuda do entregador Zac (em troca de 4 ingressos para uma super mega festa de uma gravadora) para realizar todos os itens de uma lista de coisas que disse que ia fazer em 2011. Eu achei tão lindo, tão rico, que só essa história já valeu o filme inteiro.
Fora isso, o filme tem muita fumaça, mas pouco fogo. Serve para distrair, mas 10 minutos depois de acabar, ele não é mais lembrado.

Nota: 7

____________________
Noite de Ano Novo (New Year’s Eve)
Diretor: Gary Marshall
Atores: Halle Barry, Sarah Jessica Parker, Robert De Niro, Zac Efron, Hilary Swank, Michelle Pfeiffer, Ashton Kutcher
2011, comédia romântica