terça-feira, 26 de abril de 2011

Você não conhece Jack (You don’t know Jack)

Jack Kevorkian (Al Pacino) sempre defendeu que o ser humano tem o direito de morrer com dignidade, escolhendo a forma como deseja encerrar a vida diante de doenças terminais. Apoiado pelo amigo Neal Nicol (John Goodman) e por sua irmã Margo Janus (Brenda Vaccaro), ele passa a prestar uma “consultoria de morte”. Desta forma, Jack ajudou em mais de uma centena de suicídios assistidos, o que lhe rendeu o apelido de Dr. Morte. Em seu trabalho ele ganha o apoio de Janet Good (Susan Sarandon), a presidente do Hemlock Society, e a ira dos promotores locais, que abrem um processo contra Jack. O responsável por defendê-lo na corte é Geoffrey Fieger (Danny Huston), que precisa lidar não apenas com o processo em si, mas também com a cobertura da mídia ao julgamento.

Morrer com dignidade é o sonho de todos nós, mas há aqueles que, por doença, não conseguem. Mais de 130 pacientes encontraram um profissional que lutou e trabalhava para isso: Dr. Jack Kevorkian, que ficou conhecido como o Dr. Morte e que era a favor da morte humanitária rápida e sem dor para os doentes terminais.
O telefilme, baseado em fatos reais, foi produzido pela HBO e é uma produção bem cuidada, com atores de altíssimo nível como: Al Pacino, Susan Sarandon, John Goodman, Brenda Vaccaro etc. Maravilhoso como sempre, Pacino nos apresenta um Dr Morte intrigante, humano e sensível.
“Até que saiba de toda a história, você não conhece Jack”, essa frase de chamada do longa já provocava o espectador de idéias pré-concebidas. O mais interessante no filme é a argumentação, tanto do Dr. Jack e seus aliados quanto os de seus opositores. São opiniões embasadas na ciência, na religião, na compaixão.
Sou a favor da eutanásia e já escrevi sobre isso ano passado ("Quando a única saída é o fim") e esse filme só corroborou com o que já achava. Inclusive tem uma frase, dita pela paciente #78, Lois Hawes, minutos antes do procedimento final, que expressa muito bem o sentimento de todos que passaram por isso: “Deus teve sua oportunidade de levar-me. Agora vou até Ele.”

Nota: 8

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Você não conhece Jack (You don’t know Jack)
Diretor: Barry Levinson
Atores: Al Pacino, John Goodman, Brenda Vaccaro, Susan Sarandon
2010, drama

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Exam (Exam)

Oito candidatos a uma vaga numa empresa, tendo que passar pelo estágio final da seleção. Eles precisam responder uma única pergunta em 80 minutos – o problema é descobrir qual é a tal pergunta?

Durante 80 minutos, 8 candidatos têm que dar a resposta certa, mas antes terão que descobrir qual a pergunta. Só existem 3 regras que deverão ser obedecidas ou serão desclassificados: não falar com o vigilante e com o guarda armado na porta, não estragar os seus papéis e não sair da sala.
Mas a pergunta que o filme faz a você é: Até onde você iria para conseguir o emprego dos seus sonhos? Essa pergunta gela, principalmente quando matar é uma das possibilidades.
Menos terror e muito, muito suspense. Esse filme lembra Jogos Mortais, mas sem violência física... Tá, tem só um pouquinho. O filme é instigante, tenso e envolvente. A idéia é ótima e o filme foi muito bem desenvolvido, embora pudesse ter tido um final mais bem elaborado.

Nota: 8

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Exam (Exam)
Diretor: Stuart Hazeldine
Atores: Luke Mably, Chris Carey, Adar Beck
2010, terror – suspense

sábado, 23 de abril de 2011

Cherrybomb

Dois grandes amigos adolescentes, Luke e Malachy, acabam se apaixonando por Michelle, uma garota nova na cidade, uma agitada garota de 15 anos que acaba de voltar para casa. Durante um fim de semana de verão, Michelle desafia os garotos a competirem por ela. A competição agravante coloca os garotos, suas famílias e a lei um contra o outro, conforme a competição se desenvolve em direção a uma conclusão sangrenta e fatal.

Malachy é um jovem de 16 anos, estudioso e trabalhador, que vem de uma tranqüila família de classe média. Ele tem um grande amigo, o rebelde Luke, totalmente o inverso dele. Além de não querer nada com os estudos e com o trabalho, vem de uma família desestruturada: um pai bêbado e um irmão traficante de drogas. Ambos os jovens disputam a bela Michelle, uma menina cujo sobrenome é confusão. Bonita, ela mexe com a libido dos amigos.
O filme é um retrato da adolescência do século XXI, com muito sexo, drogas, bebida, som pesado e mensagens trocadas pelo SMS. Aliás, esta parte foi uma das coisas mais interessantes do filme.
A atuação dos jovens Robert Sheeham (Luke) e Kimberley Nixon (Michelle) foi perfeita, mas o que me chamou a atenção foi o desempenho de Rupert Grint, o eterno Rony Weasley da saga Harry Potter. Com um topete para lá de esquisito, Rupert fez um Malachy simples e seguro, que em nenhum momento lembra o personagem que o fez milionário.
Cherrybomb vale a pena ser visto e apreciado. É um drama feito de uma maneira delicada, poética e sempre ressaltando o valor da amizade. Afinal de contas, no fim de tudo, é a amizade que realmente interessa e que faz a diferença.

Nota: 8

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Cherrybomb
Diretores: Lisa Barros D’Sa, Glenn Leyburn
Atores: Rupert Grint, Robert Sheehan, Kimberley Nixon
2010, drama

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Garota da Capa Vermelha (Red Riding Hood)

Valerie (Amanda Seyfried) é uma bela e jovem mulher dividida entre dois homens. Ela está apaixonada por um estranho forasteiro, Peter (Shiloh Fernandez), mas seus pais lhe arranjaram um casamento com o rico Henry (Max Irons). Valerie e Peter planejam fugir juntos até que eles descobrem que a irmã mais velha de Valerie foi morta por um lobisomem que ronda a escura floresta que circunda a aldeia. Durante anos, as pessoas têm mantido uma trégua com a fera, oferecendo a criatura um animal em sacrifício mensalmente. Mas, sob uma lua de sangue vermelho, o lobo para de atacar e leva uma vida humana. Com sede de vingança, o povo chama um famoso caçador de lobisomens, padre Solomon (Gary Oldman), para ajudá-los a matar o lobo. Mas a chegada de Solomon traz conseqüências não intencionais quando ele adverte que o lobo, que toma forma humana de dia, poderia ser qualquer um deles.

A Garota da Capa Vermelha nos apresenta uma nova visão da fábula escrita pelos irmãos Grimm. Eu diria uma visão mais punk (mais do que o original, original mesmo), cheia de suspense e, de certo modo, interessante.
No filme, Valerie planeja fugir com seu namorado secreto Peter, um órfão lenhador. Mas seus pais resolvem negociar sua mão com Henry, que é rico. No dia da fuga, a irmã de Valerie é morta por um lobisomem que apavora a pequena vila medieval. Os habitantes recorrem a um caçador experiente, padre Salomon e é aí que tudo desanda de vez para o lado dos pombinhos apaixonados.
O filme, embora haja sangue, mordidas e pedaços de corpos, não pode ser considerado como terror, mas é um belo suspense. Até o momento final, você não sabe quem é o lobisomem e desconfia de todos. A atuação dos atores não foi espetaculosa, mas nada que comprometa o produto final.
O fato é que o longa só corrobora com o que eu já desconfiava: têm garotas que amam um vampirão, têm outras que se apaixonam por um belo lobisomem e têm aquelas que arrastam uma asa pelos dois. Para mim, isso significa que, pelo menos na ficção, os homens normais estão cada vez mais sem graça e que os peculiares estão ganhando de lavada.

Nota: 7

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A Garota da Capa Vermelha (Red Riding Hood)
Diretor: Catherine Hardwicke
Atores: Amanda Seyfried, Shiloh Fernandez, Julie Christie, Max Irons
2011, suspense

terça-feira, 19 de abril de 2011

O Escritor Fantasma (The Ghost Writer)

Um ghostwriter, vivido por Ewan McGregor, é contratado para completar as memórias de Adam Lang (Pierce Brosnan), primeiro-ministro da Inglaterra. Seu agente lhe assegura que é a oportunidade de uma vida. Mas o projeto parece condenado desde o início - até porque o seu antecessor no projeto, o assessor de Lang de longa data, morreu em um infeliz acidente. Ressonante com temas da atualidade, este atmosférico e político suspense é uma história de enganos e traição em todos os níveis – sexual, político e literário. O personagem acaba descobrindo segredos sobre uma conspiração mundial que colocam a própria vida em perigo.

Ghost Writers são escritores, muitas vezes anônimos, que escrevem para outros. Esse é o mote principal desse suspense.
Ewan McGregor interpreta de maneira sóbria e low profile, o personagem título (em nenhum momento do filme o seu nome é revelado), que tem como tarefa escrever as memórias de um ex-primeiro ministro britânico, Adam Lang (ou seria Tony Blair?!), vivido por Pierce Brosnan em um misto de simpático, irritável e inseguro por vezes.
O interessante do filme, também, são os detalhes. A casa onde se passa quase todo o longa é uma espécie de bunker em uma ilha isolada. Tem a estrutura de uma fortaleza, mas com uma enorme parede/janela de vidro. Você se sente como em uma gaiola ou aquário: você vê todo o exterior, mas ao mesmo tempo está isolado. As pequenas atitudes do Escritor, como quando, antes de colocar, cheira o gorro que recebe emprestado, em um movimento absolutamente normal, que eu ou você faríamos.
Durante todo o filme o Escritor Fantasma é desconfiado, curioso e um pouco paranóico e, no final, talvez se achando mais confortável e seguro, acaba abrindo a guarda.
O thriller de suspense é envolvente em todos os pormenores e essa é uma façanha graças, não só a atuação correta de todos os atores, mas, principalmente, ao diretor Roman Polanski.

Nota: 8

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O Escritor Fantasma (The Ghost Writer)
Diretor: Roman Polanski
Atores: Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Olivia Williams
2010, suspense

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Lope (Lope)

Cinebiografia do dramaturgo e poeta espanhol Félix Lope de Veja e Carpio, o filme traz a fase jovem do artista. Lope (Alberto Ammann) é um poeta ambicioso e um eterno apaixonado. Vivendo mais o presente do que pensando no futuro, ele se entrega ao amor de duas mulheres e desafia regras que podem transformá-lo de herói a vilão, trazendo a desgraça ou a glória.

O filme, uma coprodução Brasil e Espanha e dirigida pelo brasileiro Andrucha, mostra o início da carreira de um dos maiores nomes do teatro espanhol, Lope de Veja.
O longa começa no final do século 16, na ocasião em que Lope retorna da guerra. Quando sua mãe morre, ele se endivida para fazer um belíssimo enterro e aí começa a escrever peças de teatro para sobreviver e poemas para amantes apaixonados, mas que não tem sensibilidade para escrever nada (meio Cyrano de Bergerac).
Lope também fez inimigos e colecionou mulheres com a mesma facilidade com que escrevia sua obras, mas nesse início de carreira o filme só nos apresenta duas amantes, o que já dão um bom trabalho para ele.
A atuação do argentino Alberto Ammann, como Lope, é forte, é voraz, é sensual, é brilhante. Também temos as participações rápidas e especiais de Sonia Braga e Selton Mello.
Miguel de Cervantes chamava Lope de “monstro da natureza”, por sua surpreendente capacidade de produzir obras. Lope morreu aos 79 anos e deixou 3 mil sonetos, 3 romances, 9 poemas épicos e cerca de 1.800 peças, sendo que umas 80 são consideradas trabalhos de excelência.
Ele não era fraco não, coisa que já não posso dizer do filme... Ele é interessante, mas fiquei com a sensação de ter bebido um chá morno: gostosinho, mas não saboroso.

Nota: 6

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Lope (Lope)
Diretor: Andrucha Waddington
Atores: Alberto Ammann, Pilar López de Ayala, Leonor Watling
2011, drama

sábado, 16 de abril de 2011

Incêndios (Incendies)

Jeanne (Mélissa Désormeaux-Poulin) e Simon (Marwan Maxim) são irmãos gêmeos e acabaram de perder a mãe, Nawal Marwan (Lubna Azabal). Eles vão ao escritório do notário Jean Lebel (Rémy Girard) para saber do testamento deixado por ela. No documento, Nawal pede que seja enterrada sem caixão, nua e de costas, sem que haja qualquer lápide em seu túmulo. Ela deixa também dois envelopes, um a ser entregue ao pai dos gêmeos e outro para o irmão deles. Apenas após a entrega de ambos é que Jeanne e Simon receberão um envelope endereçado a eles e será possível colocar uma lápide. Só que Jeanne e Simon nada sabem sobre a existência de um irmão e acreditavam que seu pai estava morto. É o início de uma jornada em busca do passado da mãe, que os leva até a Palestina.

Nossa que filme !
O nome “Incêndios” é sugestivo e tem “n” significados. Mas o significado metafórico é o que cabe: conhecer e apagar, com um incêndio, tudo que foi deixado para trás. Das cinzas que restaram, uma nova vida deve ser refeita.
O filme conta a história dos gêmeos Jeanne e Simon Marwan, que após a morte da mãe descobrem que possuem um irmão e que o pai, que achavam que estava morto, pode estar vivo. Como último pedido da mãe, eles começam uma viagem sem volta ao passado dela, em busca do pai e do irmão. Deixam suas vidas no Canadá e vão em direção ao Líbano, no Oriente Médio e lá, de fato, descobrem quem foi Nawal Marwan. Não a mãe, mas a mulher que foi (e as atitudes que foi obrigada a ter) durante a guerra entre cristãos e mulçumanos, em 1970.
Essa busca é dura, é dolorosa, é inimaginável. Mas o filme não é uma ode a redenção humana, mas sim ao perdão. Aquele perdão que vem lá do fundo da alma.
Há momentos em que o filme se torna cansativo, mas persevere. De repente ele dá uma guinada e você só pensa em como isso é possível e o que irá acontecer.
A atuação perfeita e competente de todos, aliada e bela fotografia e um enredo incrível, fazem desse filme canadense um dos melhores filmes que eu já vi. Imperdível.

Nota: 10

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Incêndios (Incendies)
Diretor: Denis Villeneuve
Atores: Lubna Azabal, Melissa Désormeaux-Poulin, Maxim Gaudette
2010, drama

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Eu sou o número 4 (I am Number Four)

Nove crianças dotadas e os seus guardiões são os únicos sobreviventes de uma guerra sangrenta no seu planeta natal, Lorien, e instalaram-se na Terra sob a proteção de um encantamento que obriga aos seus inimigos de os matarem por ordem numérica. Três deles morrem, o Número Quatro é o próximo. Escondido numa pequena cidade, o rapaz tenta fugir ao seu destino.

O longa é uma mistura de ficção científica (filme de extraterrestre é sempre ficção científica), ação (é...), suspense (não vi) e romance (muuuuito pouco). Todos esses ingredientes dentro de uma coqueteleira e temos um filme estilo adolescente: totalmente previsível e sem graça.
A história até é interessante: jovens (nove ao todo) são os únicos sobreviventes de um planeta chamado Lorien. Cada um desenvolverá poderes sobre-humano a medida que forem se tornando adultos. Só que eles têm inimigos e que estão dispostos a eliminá-los de uma vez por todas. O probleminha é que eles só podem matar os sobreviventes por ordem numérica e, óbvio, empacaram no sobrevivente Quatro.
Sinceramente, um filme cujo um dos produtores é Steven Spielberg junto com a Dream Works, com um orçamento entre 50 e 60 milhões de dólares, deveria ser “o” filme e não é isso que nos foi apresentado.
Com exceção do cachorrinho da raça beagle, as atuações foram mornas e bobas. Um filme decepcionante.

Nota: 3

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Eu sou o número 4 (I am Number Four)
Diretor: D. J. Caruso
Atores: Alex Pettyfer, Timothy Olyphant, Dianna Agron
2011, ficção científica – ação – suspense

Rio (Rio)

Blu (Jesse Eisenberg) é uma arara azul que nasceu no Rio de Janeiro mas, capturada na floresta, foi parar na fria Minnesota, nos Estados Unidos. Lá é criada por Linda (Leslie Mann), com quem tem um forte laço afetivo. Um dia, Túlio (Rodrigo Santoro) entra na vida de ambos. Ornitólogo, ele diz que Blu é o último macho da espécie e deseja que ele acasale com a única fêmea viva, que está no Rio de Janeiro. Linda e Blu partem para a cidade maravilhosa, onde conhecem Jade (Anne Hathaway). Só que ela é um espírito livre e detesta ficar engaiolada, batendo de frente com Blu logo que o conhece. Quando o casal é capturado por uma quadrilha de venda de aves raras, eles ficam presos por uma corrente na pata. É quando precisam unir forças para escapar do cativeiro.

Sabe aquelas aquarelas onde as cores transbordam, explodem na tela? O filme Rio é isso, uma explosão de cores retratadas nos belíssimos espécimes de pássaros tropicais.
O filme é bem movimentado, bem animado, mas confesso que os exageros e alguns estereótipos me incomodaram... Até pensei que por ter um diretor brasileiro, isso não fosse acontecer, mas enganei-me. Além disso, a história é meio pobre e não é tão interessante para os adultos. Basicamente, para nós que não somos mais criancinhas, o grande hit é ver os nossos cartões postais tão bem desenhados.
Mas vejam bem... Quero deixar claro que isso não desmerece a animação, muito pelo contrário. Rio é uma declaração de amor ao Rio de Janeiro. É feito por um brasileiro, lá em Hollywood, e isso nos deixa ainda mais orgulhosos.
Rio é uma linda homenagem que, de quebra, rende belos frutos comerciais. A animação estreou neste final de semana em 72 países e já obteve US$55 milhões de bilheteria. No Brasil foram mais de 1 milhão de espectadores. O Rio ficou no topo do ranking dos filmes mais vistos do final de semana.
É ou não é um sucesso? Sucesso absoluto e merecido. Vale a pena assistí-lo.

Nota: 8

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Rio (Rio)
Diretor: Carlos Saldanha
Vozes: Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Rodrigo Santoro, Jamie Foxx
2011, animação

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sucker Punch – Mundo Surreal (Sucker Punch)

O filme é uma fantasia épica de ação que nos apresenta à imaginação fértil de uma jovem garota, cujos sonhos são a única saída para sua difícil realidade em um hospício. Desligada dos limites de tempo e espaço, ela está livre para ir onde sua mente levar, porém, chega o momento em que suas incríveis aventuras quebram o limite entre o real e o imaginário, trazendo conseqüências trágicas.

Definitivamente este filme é para quem tem cabeça aberta. Ou seja, não tem preconceito algum no que diz respeito a linguagem visual do filme. Sucker Punch não é um filme, digamos, normal, comum. Sucker é um mix de videoclip musical, mangá, videogame e tudo isso em uma áurea de HQ sombrio. Lembrei muito de vários filmes, por exemplo: 300, Harry Potter e o Cálice de Fogo (podem rir, mas tem uma cena lá que me lembrou sim), Kill Bill, Matrix, Dançando no Escuro etc.
O filme nos mostra Babydoll, que acidentalmente mata a própria irmã ao tentar defendê-la do padrasto estuprador, logo após a morte de sua mãe, sendo internada em um hospício. A pedido (leia-se, suborno) do padrasto, em 5 dias ela será lobotomizada. Enquanto isso, ela tenta através da sua imaginação, e das amigas que faz, juntar as cinco peças necessárias (mapa, chave, faca, isqueiro e o quinto elemento é... Não direi para não perder a graça!) para fugir e se salvar.
O longa é uma mistureba que até estava interessante (a primeira hora estava muito bom), até que começou a ficar chato. Qualquer coisa em excesso perde o charme, e Sucker Punch é excessivo! Parece que o diretor se perdeu. Tentou até dar uma guinada, mas ficou pior a emenda. Nem as falas de autoajuda ajudaram. Por isso, se quer ver um filme surreal (o filme não engana, mas aumenta...) vai nessa.

Nota: 6

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Sucker Punch – Mundo Surreal (Sucker Punch)
Diretor: Zack Snyder
Atores: Emily Browning, Abbie Cornish, Jena Malone, Vanessa Hudgens
2011, ação – drama – fantasia

sábado, 9 de abril de 2011

Mother Teresa of Cats (Matka Teresa od Kotów)

A polícia prende dois irmãos, Artur e Martin, no motel de sua tia no interior e os transporta para a cadeia na capital. Em flashback, o filme procura os motivos para o crime que cometeram. Como que um mal tão irracional pode brotar em garotos de boa família?

Às vezes eu escolho o livro pela capa, dou uma lida rápida na orelha e na contra capa e, geralmente, pego para ler. Com filme também sou assim. Eu vejo uma capa interessante, dou uma olhada na sinopse e pego para ver. Foi o caso desse filme polonês, baseado em fatos reais.
Mother Teresa... é um filme intenso, que se desenrola em flashbacks cada vez mais antigos, deixando o presente cada vez mais distante. A trama se desenvolve dessa maneira e com isso vai deixando o filme mais aflitivo e, também, mais cansativo.
Teresa, uma mãe de família e trabalhadora, possui 3 filhos: Artur, 22 anos; Marcin, uns 15/16 anos e a caçula Jadzia, autista, uns 6/7 anos. O marido, Hubert, veterano de guerra (guerra contra o Iraque), 13 meses antes do crime, retorna para casa e certo mal estar começa a tomar conta da família devido a tensão provocada pelo filho mais velho em relação aos pais e a má influência que exerce sobre o irmão. Tudo isso termina em assassinato: os filhos matam e decapitam a própria mãe.
Por que esse ódio? Por que esse desfecho, arruinando a vida de todos?
O filme só apresenta os fatos e você que tire a sua conclusão. A minha foi que Artur estava se envolvendo com forças ocultas, se achando possuidor de “talentos” sobrenaturais. Tudo isso, aliado a uma falta de comunicação entre ele e a mãe, que era muito mais cuidadosa e atenta aos seus gatos (e eram muuuitos) que aos próprios filhos, além de certa submissão da mãe em relação ao filho e está aí uma provável resposta.
Fiquei curiosa, pois o filme deixa muita coisa no ar e, por isso, fiz várias pesquisas na internet para descobrir mais a respeito dessa história e não achei absolutamente nada. Resultado de tudo isso: nem sempre uma bela capa, aliada a uma sinopse interessante são sinônimos de bom filme.

Nota: 4

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Mother Teresa of Cats (Matka Teresa od Kotów)
Diretor: Pawel Sala
Atores: Ewa Skibinska, Mateusz Kosciukiewicz, Filip Garbacz
2010, drama

quarta-feira, 6 de abril de 2011

The Borgias

A série vai narrar a vida da família Borgia, considerada uma das mais corruptas da Itália. Prometendo um misto de escândalo, violência e luxúria, a trama criada por Michael Hirst, mesmo de The Tudors, gira em torno do patriarca Rodrigo Borgia, que se torna papa (Alexandre VI), e todas suas estratégias para conseguir poder. Ambientada no ano de 1492, a trama é calcada na descrição de Machiavel no livro O Princípe (inspirado no filho do personagem principal) que diz que “política nada tem a ver com moral“.

Neste final de semana estreou nos Estados Unidos, no canal Showtime, a série The Borgias. Para quem nunca ouviu falar (Meus sais ! Corram para o oráculo moderno imediatamente e pesquisem.), os Borgias foram uma família nobre e tornaram-se muito conhecidos durante o Renascimento. O patriarca, Rodrigo Borgia, se tornou o Papa Alexandre VI, em 1492. Mas no que eles eram bons mesmo eram nos quesitos: adultério, simonia, roubo, estupro, corrupção, incesto e assassinato. Uma família bem movimentada, não?!
O primeiro episódio tem cerca de 1h30min e já nos deparamos com a corrupção e a simonia: o papa Inocêncio VIII morre e os cardeais se reúnem para o conclave. Na primeira votação, o cardeal Borgia obteve 4 votos. Aí alguns cardeais são presenteados com títulos e benefícios das Abadias dos Borgias, e na segunda votação, o cardeal Borgia recebeu 8 votos. Ouro, muito ouro retirado de igrejas foi distribuído a alguns cardeais e com isso Borgia conseguiu 10 votos. A negociação final, o cargo de Vice-Chanceler, lhe rendeu 14 votos e voilá... Habemus papam !
Adoro filmes de época e não perdia um episódio da série The Tudors. Quando esta terminou só não fiquei mais triste porque li sobre a nova série que iriam fazer: The Borgias. E pelo que vi já no primeiro capítulo, ela promete ser excelente. Começando com o ator que dispensa apresentações: Jeremy Irons, como Rodrigo Borgia/papa Alexandre VI.
Temos também François Arnaud (interpreta o gatíssimo, mas déspota, Cesare Borgia), Aidan Alexander (como Gioffre Borgia), Peter Sullivan (como cardeal Ascanio Sforza), entre outros. Ah, mas claro que também temos Holliday Grainger no papel daquela que, ouso dizer, é a mais conhecida da família Borgia: Lucrécia !
Além disso, a beleza da fotografia e o capricho e qualidade dos trajes da época e da reconstrução da cidade de Roma, são motivos a mais para apreciar a série.
Não sei quando irá estrear no Brasil, mas torço para que seja logo. Quem gosta de história e entretenimento bem feito e bem produzido, não pode perder. A princípio a série terá 10 capítulos, mas ainda não se sabe se haverá renovação para a segunda temporada. Enquanto isso, vamos apreciar a história dessa família, sinônimo de poder e luxúria.

Nota: 8

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The Borgias
Criador: Neil Jordan
Atores: Jeremy Irons, Aidan Alexander, François Arnaud, Holliday Grainger
2011, ficção - série histórica

segunda-feira, 4 de abril de 2011

SPLICE - a nova espécie (Splice)

Clive e Elsa são dois brilhantes cientistas especializados na combinação de DNA e se dedicam a criar espécies híbridas de animais para um laboratório farmacêutico. Depois do sucesso de seu ultimo experimento, decidem em segredo dar um passo mais adiante e usar DNA humano para a criação de um novo ser que os ajude a revolucionar a medicina moderna. Mas a espécie resultante é muito mais que uma nova escala na árvore evolutiva, uma surpreendente criatura que excede seus sonhos mais ambiciosos.

O filme usa o tema da moda (pelo menos era moda há alguns meses): experiência genética utilizando o DNA humano junto com o de vários animais. Claro que tal experiência não dá muito certo. Aliás, quando o homem cisma em imitar Deus (cientista tem muito disso), querendo inventar um ser humano, isso nunca acaba bem... Vide Frankenstein. O filme é classificado como terror, mas de terror não tem absolutamente nada. Nossas manchetes de jornais são muito mais aterrorizantes.
Quando os cientistas utilizam o DNA humano, nasce uma criatura meio dinossauro, meio ave, meio peixe, meio tudo isso junto e ao mesmo tempo. Com pés de avestruz, um rabo com um ferrão na ponta, careca, olhar expressivo e com um rostinho simpático e meiguinho, a gente até se sensibiliza com o... a..., bem, com Dren.
Mas na verdade a personagem principal mesmo é a Elsa, a cientista e “mãe” da criatura. Ela é quem direciona o filme. Ela é quem bateu o pé e quis fazer a experiência; é ela que protege Dren desde o início, mesmo correndo risco em relação ao seu futuro profissional e pessoal; ela é quem começa a perceber o distanciamento do lado “humano” e a chegada da revolta, o lado “animal” de Dren.
Não morri de amores pelo filme. Ele poderia ter sido mais bem explorado e melhor finalizado. O corre-corre do final foi uma confusão só e, claro, tinha que ter um link para uma provável continuação. Como disse Elsa em sua última frase: “O que pode acontecer de pior?” Para mim seria, exatamente, uma continuação, mas tudo bem, não sou obrigada a ver mesmo...

Nota: 5

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SPLICE - a nova espécie (Splice)
Diretor: Vincenzo Natali
Atores: Adrien Brody, Sarah Polley, Delphine Chanéac
2010, ficção - terror - suspense

sábado, 2 de abril de 2011

Rango (Rango)

A história da aventura de Rango, um camaleão de cativeiro que vive uma normal vida de animal de estimação, enquanto enfrenta uma enorme crise de identidade. Afinal de contas, de que serve sonhar alto se sabemos que o nosso propósito na vida é nos diluirmos? Quando acidentalmente Rango se vê na arenosa e “nervosa” Vila Poeira – um lugar sem lei, habitado pelas criaturas mais astutas e extravagantes do deserto – o pouco corajoso lagarto descobre rapidamente que se distingue dos outros. Recebido como a última esperança da vila, o novo Xerife Rango é forçado a adaptar-se à sua nova função ao máximo. Até que, num polvilhar de aventuras e de encontros com temíveis personagens, Rango começa a tornar-se no herói que sempre quis ser.

Rango é um camaleão de estimação, feio toda vida, que vive em um aquário de vidro. Viajando com seus donos, o aquário é lançado, sem querer, para fora do carro e eis que o bicho fica solto, em uma estrada, no meio do deserto de Mojave. Depois de andar debaixo de um sol escaldante ele chega a uma cidadezinha dominada por um prefeito corrupto (sei...) e um banqueiro interesseiro (hmmm...), que controlam a água: quem controla a água tem o poder. Devido a muita lorota contada pelo próprio, Rango acaba se tornando xerife e tem como missão: descobrir aonde foi parar a água roubada do banco. Para quem já estava ficando
O filme satiriza o gênero faroeste e é repleto de citações que apenas os amantes e os que têm o mínimo de conhecimentos dos westerns antigos entenderão, por exemplo, a aparição, em desenho, de Clint Eastwood. Por essa e por outras, Rango não é um filme para criancinha.
Fiquei com a sensação de que alguma coisa ficou faltando. Claro que houve momentos hilários, como as perseguições do gavião e o quarteto das corujas mariachis. A animação tem tantas frases feitas que cheguei a pensar que estava diante de um western de autoajuda. Enfim, de um modo geral, não achei esse desenho essas coisas...

Nota: 6

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Rango (Rango)
Diretor: Gore Verbinski
Vozes: Johnny Depp, Isla Fischer, Abigail Breslin, Alfred Molina
2011, animação