quinta-feira, 30 de junho de 2011

Homens em Fúria (Stone)

Jack Mabry (Robert De Niro) está cansado de anos e anos de trabalho no departamento de liberação de condicionais. Perto de se aposentar, ele pega um último caso, o de Gerald "Stone" Creeson (Edward Norton), condenado que vai para a última audição, apresentando o trivial comportamento perturbado. Uma década antes, ele e seu primo incendiaram a casa da avó. Estranhamente, ele insiste que sua linda companheira, Lucetta (Milla Jovovich), conheça Jack, com o intuito de manipulá-lo.

Mesmo correndo o risco de tornar-me repetitiva, eu adoro Edward Norton. Para mim ele é um dos melhores da sua geração, tipo top Five. Nesse filme, mais uma vez, ele corrobora a minha opinião.
Jack é incumbido de concordar ou não com a liberdade condicional de Stone, um preso acusado de cumplicidade no assassinato de seus avôs. Doido para sair da prisão, Stone pede ajuda da sua esposa Lucetta para que ela convença Jack de que ele está recuperado. Aí começa o jogo de sedução, olhar, pensamentos e manipulação entre os três.
O longa tem muitos temas para reflexões: o direito que nós temos de julgar os outros, já que nós também temos telhado de vidro; temos o tópico revelação espiritual: verdade ou mito?; segunda chance realmente existe?
Apesar das excelentes interpretações de Norton, De Niro, Milla Jovovich e Frances Conroy (incrível como ela fala com o olhar), o filme é arrastado e cansativo. Pior, o filme terminou e fiquei com aquele sentimento de que faltou alguma coisa, ou será que fui eu que pisquei?

Nota: 7

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Homens em Fúria (Stone)
Diretor: John Curran
Atores: Robert De Niro, Edward Norton, Milla Jovovich
2010, drama

terça-feira, 28 de junho de 2011

As Múmias do Faraó (Les Aventures Extraordinaries D’Adèle Blanc-Sec)

Adèle é uma jovem e aventureira repórter capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer. Ela vai até o Egito em busca da cura da doença de sua irmã, na tumba secreta de um faraó. Ao retornar para Paris, ela percebe que o pânico tomou conta da população. Um ovo de dinossauro de milhões de anos se chocou misteriosamente no museu e a criatura está aterrorizando a cidade. Além disso, coisas estranhas continuam acontecendo no museu. Mas, nem o perigo e nem todo mistério por trás dos curiosos acontecimentos impedirá Adèle de conseguir salvar sua irmã. Prepare-se, a aventura está apenas começando!

O filme é uma adaptação da HQ de Jacques Tardi. A heroína, uma intrépida repórter, chama-se Adèle Blanc-Sec (“branco e seco, como o vinho”, ela diz em certo momento do filme). Praticamente um Indiana Jones de saia.
O longa peca pelo excesso de bobagens e figuras caricatas que beiram ao ridículo. É um filme que se esforça para ser engraçado, mas que não dá motivo nenhum para rir. Como aventura, tem os seus momentos e, alguns, bem interessantes.
Aliás, o título em português deveria ser exatamente a tradução do original em francês: As extraordinárias (nem tanto, mas tudo bem) aventuras de Adèle. Nada contra as múmias, pois as desse filme são bem legais, boazinhas e simpáticas. Umas fofas, do tipo cute cute ! Para falar a verdade, o comentário que elas fazem no final do filme, sobre o jardim do Louvre é excelente. Inclusive esse foi o único momento que ri.

Nota: 6

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As Múmias do Faraó (Les Aventures Extraordinaries D’Adèle Blanc-Sec)
Diretor: Luc Besson
Atores: Louise Bourgoin, Mathieu Amalric, Gilles Lellouche
2010, aventura – fantasia

domingo, 26 de junho de 2011

The Kennedys

A história acompanha a vida de John e Robert Kennedy e seus relacionamentos com suas respectivas famílias, bem como com o pai, Joe, e a influência que ele exerceu sobre os filhos, exigindo deles a realização de seus próprios sonhos. Situada no início do ano de 1960, a minissérie inicia com a eleição de John, terminando em 1968, com o assassinato de Robert. A narrativa deverá intercalar o presente com o passado, mostrando a juventude dos irmãos. Fatos históricos como a invasão da Baía dos Porcos, a crise de mísseis de Cuba e a luta pelos direitos civis serão introduzidos como pano de fundo.

Falem o que quiserem, mas a família Kennedy é sinônimo de glamour, perseverança, determinação, luxúria, poder, força e história.
A minissérie foi produzida pelo canal History Channel que, por pressão de alguns membros da família Kennedy, acabou cancelando a sua exibição nos EUA. Porém, o canal Reelz passou e foi um sucesso. A intenção da série era mostrar mais fielmente possível esta família americana que, sem dúvida, foi a mais importante do século XX. Tenho as minhas dúvidas quanto ao fielmente, mas sem dúvida, para mim, foi bem retratada e feita com caprichoso.
Sinceramente não vi motivo algum para a família ficar irritada, afinal de contas a maioria dos assuntos que foram apresentados, todo mundo já suspeitava. Por exemplo: que Joe Sr, era a verdadeira locomotiva da família, capaz de qualquer coisa para ter o seu objetivo alcançado; que John vivia a base de corticóides por causa das terríveis dores na coluna; que John era um “galinha”; que John não queria ser presidente dos EUA; que Joe Sr autorizou a cirurgia de lobotomia em sua própria filha, Rosemary; que a ala feminina da família tinha certa inveja de Jackie; e por aí vai. Nenhuma novidade.
Talvez eles tenham ficado incomodados com a tentativa de “desglamourização” da família mais popular e poderosa da América. De certa forma até tentaram, mostrando uma Jackie movida à base de injeções de anfetaminas; um John Kennedy manipulável; uma Rose que sabia ser vingativa; um Joe Sr que não admitia erros e ficou arrasado com o próprio vacilo; um Bob Kennedy sem nenhum jogo de cintura etc etc. Sinceramente? Tudo isso só demonstra o tanto que eles eram humanos, normais, gente como a gente (bom... mais ou menos, né?!)
“O laço essencial que nos une é que todos habitamos este pequeno planeta. Todos respiramos o mesmo ar. (...) E todos somos mortais.” – John F. Kennedy
A produção merece elogios: dos recursos dos flashbacks, que foram muito bem usados, facilitando o entendimento, até a escolha dos atores. Destaque para: Tom Wilkinson interpretando, magistralmente, Joe Sr; Greg Kinnear fez um John Kennedy elegante, irresistível e paciente; e Barry Pepper criou um Robert Kennedy companheiro, humano e fiel. Katie Holmes não fez feio dando vida a Jaqueline. Aliás, ela deu uma beleza meiga e doce a Jackie (sejamos honestos, coisa que a original não tinha), mas ficou longe de conseguir mostrar elegância, charme e carisma, atributos que a primeira-dama tinha de sobra.
A polêmica minissérie The Kennedys, com 8 episódios, tem estréia marcada, aqui no Brasil, no próximo dia 3, no canal A&E e no dia 04, no canal The History Channel (aqui pode!). Vale a pena assistir. A parte do episódio da Baía dos Porcos, a crise dos mísseis em Cuba e o início da luta dos direitos civis são imperdíveis. Vamos combinar que ser o 35º presidente dos Estados Unidos, naquele tempo, não foi moleza não.

Obs: A título de curiosidade: Joseph Patrick Kennedy e Rose Elizabeth Fitzgerald, católicos de origem irlandesa, tiveram 9 filhos: Joseph P. Kennedy Jr. (1915 - 1944, quando pilotava um bombardeiro na II Guerra); John Fitzgerald Kennedy (1917 – 1963, assassinado); Rosemary Kennedy (1918 - 2005); Kathleen Agnes Kennedy (1920 - 1948, morreu num acidente de avião); Eunice Mary Kennedy (1921 - 2009); Patrícia Kennedy (1924 - 2006); Robert Francis Kennedy (1925 - 1968, assassinado); Jean Ann Kennedy (1928 - continua viva) e Edward Moore Kennedy (1932 - 2009, câncer no cérebro).

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The Kennedys
Direção: Jon Cassar
Atores: Tom Wilkinson, Greg Kinnear, Berry Pepper, Katie Holmes, Diana Hardcastle
2011 – drama histórico

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Abrigo (Shelter)

A psiquiatra forense Cara Jessup (Julianne Moore) consolidou a sua carreira e ganhou reputação desafiando a idéia e percepção relativamente às pessoas com Personalidades Múltiplas. Em tribunal, expondo o seu ponto de vista e a sua experiência, sempre se impôs e combateu a idéia de que alguns assassinos podiam sofrer de Personalidades Múltiplas, o que resultou na condenação à morte de 6 assassinos. Cara é muito dedicada à Ciência, mas o horrendo assassinato do seu marido não fez com que perdesse a fé em Deus. Pelo contrário, a sua jovem filha, Sammy, é uma céptica convicta. Esta fé de Cara em Deus ser-lhe-á útil, uma vez que ela está prestes a enfrentar forças que pensava não existirem, quando Adam (Jonathan Rhys Meyers), um paciente, mostra ter poderes que desafiam uma explicação racional.

Nosso corpo pode abrigar vários espíritos? Personalidade múltipla existe? É verdade ou mentira? É real ou imaginação? Este filme questiona tudo isso de uma maneira tensa e vigorosa, mas acaba se perdendo.
Além de explorar o psicológico, o longa coloca no mesmo saco a feitiçaria e as trevas vindas de um coração sem fé. É um tudo junto e misturado que até da para o gasto, mas preferiria um filme mais voltado para o conflito das personalidades diversas. Ele perdeu uma ótima oportunidade de ser excelente, para ficar como um filme mediano. Aquela nota C+, feita apenas para não traumatizar a criatura e incentivá-la.
Julianne Moore, adoro essa atriz, mas praticamente ela repete a atuação que fez como Clarice Starling, no filme Hannibal. Já Jonathan Rhys, entre uma rehab e outra, fez vários personagens neste filme: Dave, Adam, Charles etc. No início estava ótimo, depois estacionou. Acho que nem ele sabia mais quem ele era, já que ficava tudo meio igual.
Filme de suspense e terror nunca tem final feliz ou um feliz final. Sempre fica algo no ar, e esta película não é diferente. Temos um final com aquele gostinho de O Abrigo 2, mas creio que ninguém merece esse karma.

Nota: 6

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O Abrigo (Shelter)
Diretor: Mans Marlind e Bjorn Stein
Atores: Julianne Moore, Jonathan Rhys Meyers, Jeffrey DeMunn
2010, suspense – terror

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Aprendiz de Feiticeiro (The Sorcerer’s Apprentice)

Balthazar Blake (Nicolas Cage) é um feiticeiro que mora em Manhattan. Ele busca defender a cidade de seu arquinimigo, Maxim Horvarth (Alfred Molina), mas não é capaz de cumprir esta tarefa sozinho. Para tanto ele recruta Dave Stutler (Jay Baruchel), um rapaz comum mas com um potencial oculto, para ser seu aprendiz. Balthazar passa então a ministrar um rápido curso na arte e ciência da magia, de forma a torná-lo seu aliado na luta constante contra as forças de Horvarth.

É o de sempre: os caras maus querem roubar o poder do bem. O herói consegue prender os maus, mas eles acabam escapando. O herói corre atrás da pessoa chave, que no caso é o Merliniano Supremo, para ajudá-lo a aniquilar de vez com os caras maus e salvar o povo, o mundo e, de quebra, as mulheres que amam. Só que o Merliniano acha tudo uma loucura e tenta escapar dessa sandice. Porém, mesmo assim, entre o medo e o pavor, acaba reconhecendo o seu poder e puff... Adeus vilões !
Filme da Disney é assim e tudo mundo sabe disso. Claro que sempre há variações, mas é sempre a luta do bem contra o mau e, felizmente, é sempre o bem e o amor que triunfam.
O longa não é uma maravilha, mas serve para passar o tempo. Jay Baruchel como o nerd Dave está perfeito, mas não convence como herói. Nicolas Cage, quem diria, colocou um mega hair e já se acha feiticeiro... Ele já teve dias de glória, mas está confortável no papel. Já Alfred Molina está perfeito.
O melhor momento está na homenagem que fazem ao filme “Fantasia”, aquele em que o Mickey, aprendiz de feiticeiro, resolve usar a magia para limpar a sala de Merlin. São vassouras, esfregões e baldes com vida e criando muitas confusões.

Nota: 6

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O Aprendiz de Feiticeiro (The Sorcerer’s Apprentice)
Diretor: Jon Turteltaub
Atores: Nicolas Cage, Alfred Molina, Jay Baruchel, Monica Bellucci
2010, ação – fantasia

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Teen Wolf

Nesses tempos de vampiros dando mais que pombo em praça, agora nós temos o lobisomem dando o ar de sua graça.
Eu que já não gosto pouco desse tipo, tive que conferir a nova série, da MTV, chamada Teen Wolf. A série leva o mesmo nome do filme estrelado por Michael J. Fox e que aqui ganhou o título de O Garoto do Futuro (1985). Não, eu não vi o filme e nem pretendo vê-lo, mas já vi os três primeiros episódios da série.
A história é aquilo, Scott (Tyler Posey) é um jovem adolescente, estilo comum, de uns 16/17 anos, que acaba sendo mordido por um lobisomem e, com isso, adquire mais agilidade, melhor olfato e audição, mais irritabilidade e, óbvio, muitos pêlos, dentes afiados e unhas enormes, em noite de lua cheia ou não... – Não se fazem mais lobisomens como antigamente. – E, mais obviamente ainda, rola romance com Allison (Crystal Reed) que, além de linda é filha de um caçador de lobisomens. Dãããã! Temos também a amizade com Stiles (Dylan O’Brien), para o que der e vier, e o casal de vilões, Lydia e Jackson (Holland e Colton), que querem perturbar a felicidade do casalzinho. Ah, e tem outro lobisomem na parada: Derek (Tyler Hoechlin), mais velho e mais bonito (uffa!), que está disposto (?!) a dar umas dicas ao jovem lobinho. Clichê total!
Sinceridade? Teen Wolf é um passatempo fraquinho, simples e meio bobão. Porém, eles são bons (pelo menos até agora) em finalizar o episódio com um bom gancho para o seguinte.
No Brasil, a série estréia no próximo dia 29, no canal Sony Spin. A primeira temporada, com 12 episódios, está garantida, mas ela não fará o mesmo sucesso que The Vampire Diaries, por exemplo, que é uma série teenager que, para mim, é excelente. Por isso, duvido que haja uma segunda temporada para TW. De qualquer modo, continuarei assistindo porque, afinal de contas, eu gosto de dar oportunidades para que a série me surpreenda sempre no bom sentido.

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Teen Wolf
Criador: Jeff Davis
Atores: Tyler Posey, Crystal Reed, Tyler Hoechlin, Dylan O’Brien
2011, ficção

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Hanna (Hanna)

Thriller de ação de uma adolescente que foi treinada pelo próprio pai para ser a assassina perfeita. Ela recebe a missão de matar uma impiedosa agente que tenta a todo o custo prendê-la.

Hanna (Saoirse Ronan) é uma adolescente de 15/16 anos que vive com o pai (Eric Bana), ex agente da CIA, em uma floresta lá pelas bandas da Finlândia. Até aí nada demais, mas ela tem uma peculiaridade: foi concebida (essas experiências são problemáticas...), educada e treinada para matar. Praticamente uma Nikita teenager. Só que em um determinado momento ela quer conhecer o mundo e aí... lascou! Eles passam a serem perseguidos pela CIA; mas é a agente Marissa (Cate Blanchett) que mais interesse tem em ver a Hanna morta.
E o filme é isso: corre para lá, mata uns, corre para cá, mata outros e nessa maratona, história que é bom... Não existe !
Os atores são ótimos, a trilha sonora é ótima (feita pelo grupo The Chemical Brothers a pedido do diretor) e só.

Nota: 6

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Hanna (Hanna)
Diretor: Joe Wright
Atores: Cate Blanchett, Eric Bana, Olivia Williams, Saoirse Ronan
2011, ação

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ópio – Diário de uma Louca (Ópium: Egy elmebeteg nö naplója)

No inicio do século XX, na Hungria, Josef Brenner, escritor e médico, trabalha em uma clínica psiquiátrica. Durante meses vem sofrendo um bloqueio mental na hora de escrever, é incapaz de escrever uma única linha e por causa disso viciou-se em morfina. Certo dia chega a clínica uma nova paciente, Gizella, de 28 anos, que ao contrário sempre está escrevendo, é fiel à sua agenda e nãodeixa de escrever, mas é dominada pela obsessão de que um poder cruel e estranho a possui.

Sabe aqueles filmes que a gente escolhe pela capa e dá uma lidinha básica na contra capa, só para dar um confere geral? Aí a gente pega, assiste e vê que não tem nada a ver, mas mesmo assim o drama é tão intenso que não dá para desgrudar da tela? Pois é, esse foi um deles.
Bom, ter problemas psíquicos em 1913 era uma tremenda roubada. Não que hoje seja moleza, mas as atrocidades que eram feitas em nome de tratamento (terapias de choque, isolamento total e em gaiolas, lobotomia, afogamentos induzidos etc) eram bárbaras.
O filme gira em torno do Dr. Brenner, psiquiatra, e de sua paciente, Gizella. Ele escreve contos, usando suas experiências como viciado em ópio. Ela é obcecada em escrever sobre o diabo, uma vez que ela pensa estar possuída por ele. Dr. Brenner, que passa por um momento de falta de inspiração, fica interessado (leia-se, inveja) na facilidade que ela tem em expor o que sente e o que pensa.
O início do filme já dá uma idéia do final, que não é feliz (como já disse em post anterior, dramas nunca têm finais felizes...), mas bem provável. A cena final mostra, entre a resignação de Gizella e, talvez, uma compaixão melancólica dele, uma intensidade tamanha que chegou a me dar desespero e aperto em meu coração.
Uma vida transformada em cinzas e uma chuva limpando a consciência, mas no fim... é só um grande, imenso vazio.
Incríveis as atuações de Kristi Stubo que, inclusive, ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival Internacional de Cinema de Moscou e de Ulrich Thomsen.

Nota: 7

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Ópio – Diário de uma Louca (Ópium: Egy elmebeteg nö naplója)
Diretor: János Szász
Atores: Ulrich Thomsen, Kirsti Stube, Zsolt László
2010, drama

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Namorados para Sempre (Blue Valentine)

Com um romance outrora cheio de paixão, Cindy e Dean são casados e têm uma filha de cinco anos. Na esperança de salvar seu casamento eles reservam um quarto no motel, relembrando anos atrás quando se conheceram se apaixonaram e fizeram seus primeiros planos cheios de vida e esperança. Se movendo de forma fluída entre o passado cheio de juventude e o presente da vitalidade da vida adulta, o filme pergunta sem parar, para onde foi o nosso amor. A resposta para esta pergunta está dispersa no tempo.

Não se deixe enganar pelo título meloso ou pelas fotos apaixonadas dos cartazes. Pense muito bem antes de você levar a sua namorada ou seu namorado para ver este filme, como programa pelo Dia dos Namorados. Leia as críticas, tome conhecimento da história, porque o filme é forte! Este não é um filme romântico, até porque o amor se perdeu...
Dean se apaixona por Cindy à primeira vista, mas ela é apaixonada por outro. Porém, ela acaba percebendo o quanto o cara é um babaca e termina. Assim, ela casa com Dean e vivem uma vida tranquila junto com a filha Frankie. Os anos passam e aquela paixão vai indo pelo ralo.
O que aconteceu com aquela paixão avassaladora do início? Aonde ela está? Foi para o espaço junto com os sonhos de Cindy? Foi posto em segundo plano, acomodado como Dean? A descoberta do amor (somos apresentados a esses momentos em flashbacks) e a morte do amor, tudo isso sem ter um culpado ou inocente (às vezes não há culpados e/ou inocentes, somente seres humanos), são o mote do filme. A dor que cada um sente é, de fato, contundente.
A dupla Michelle Williams e Ryan Gosling está tão perfeita que nem parece que estamos assistindo a um filme, mas sendo voyeurs de um casal como qualquer outro. Além disso, Gosling e a pequena Faith (nome lindo!) Wladyka protagonizaram vários momentos belos e ternos do filme.
O longa é avassalador ! Você fica incomodado e não sabe ao certo para quem torcer. Só que esse filme é tão real, tão incrivelmente tocante e angustiante que recomendo muita calma e lucidez para quem for vê-lo.

Nota: 8

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Namorados para Sempre (Blue Valentine)
Diretor: Derek Cianfrance
Atores: Ryan Gosling, Michelle Williams, Faith Wladyka
2011, drama

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Ritual (The Rite)

Inspirado em fatos reais, o filme narra a história do cético seminarista Michael Kovak (Colin O’Donoghue) que, relutantemente, frequenta uma escola de exorcismo no Vaticano. Sua vida muda quando ele encontra o ortodoxo Padre Lucas (Anthony Hopkins), que lhe apresenta o lado mais obscuro de sua fé.

Quando baixei este filme, achei tão modorrento que não aguentei e deletei. Mas uma amiga falou do filme e tal, e disse que era bom e que eu deveria ver. Entonces, lá fui eu...
Filme de terror ele não é, afinal de contas, em um filme de exorcismo a gente pensa logo em sopa de ervilha sendo vomitada e giro de 360 de cabeça (salve salve 1973, que nos deu O Exorcista). Não teve nada disso, mas não faltou sons guturais; olhos esbugalhados e sem íris ou apenas vermelhos; sonhos estranhos; vômitos de pregos e bichinhos escrotos. Argh!
Na trama, Mikael Kovak tem que decidir: ou será agente funerário, como seu pai (participação especial do querido Rutger Hauer) ou será padre. Entre um e outro, óbvio que escolhe ser padre (nada contra a outra profissão, por favor!). A intenção era enrolar durante os anos de seminário e depois cair fora, mas ele acaba sendo enviado ao Vaticano para um curso de exorcismo. Lá ele conhece o Padre Lucas (Hopkins), um dos últimos exorcistas existentes e aí...
Não vou entrar no mérito da existência ou não do coisa ruim e se uma pessoa pode ou não ser possuída, manipulada por ele, mas o filme é, antes de tudo, sobre a velha e eterna luta do bem versus o mal. Às vezes tudo está tão na nossa cara que a gente não consegue ver ou não queremos acreditar no que estamos vendo. A fé, plena e cega, não deixa de ser um lançar-se ao abismo, na escuridão de nós mesmos...
O longa em si não é uma maravilha, mesmo tendo a presença do fantástico Anthony Hopkins, mas leva a vantagem de ser baseado em fatos reais, recentes.

Nota: 6

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O Ritual (The Rite)
Diretor: Mikael Håfström
Atores: Anthony Hopkins, Colin O'Donoghue, Alice Braga, Ciarán Hinds
2011, suspense

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Biutiful (Biutiful)

Javier Bardem é Uxbal, um herói trágico, pai de dois filhos, e à beira da morte. Ele luta contra uma realidade distorcida e um destino que trabalha contra ele, o impedindo de perdoar e amar. Está frente a frente com um mundo desestruturado e numa espiral decadente de degradação, mas tenta a todo custo manter a dignidade. Paralelamente, a história mostra a complexa situação dos imigrantes na Espanha.

De “biutiful” o filme não tem nada. O filme é escuro, é triste, é carregado, é opressor e mostra nua e cruamente a realidade de milhões e milhões de pessoas.
Uxbal é um recém separado, pai de dois filhos (Mateo de 7 e Ana, de 10 anos - excelente desempenho de ambos). Ele é médium e usa essa peculiaridade para ganhar um dinheirinho, ajudando o falecido (e a família) a encontrar a paz. Além disso, agencia o trabalho escravo de imigrantes chineses e explora imigrantes senegaleses como camelôs. Para tudo isso dar razoavelmente certo, ele mantém um contato na polícia (sim, Barcelona também tem policiais corruptos). E sabe aquele ditado que diz: quando o urubu está de azar, o de baixo defeca no de cima? Pois é, com tudo isso ele ainda descobre que tem pouco tempo de vida, pois o câncer de próstata se alastrou para os ossos e o fígado.
O mais interessante no filme é que mesmo com essa desgraceira toda, você não chora. Eu, pelo menos, não chorei - e olha que sou manteiga derretida. O que senti foi uma angustia, um aperto na garganta, um soco no estômago... O filme é um mal estar em cores escuras, cinzas e sujas. Chega a ser palpável... A claridade mesmo só vem com a aproximação da morte, mas a morte como sinônimo de libertação.
Enquanto essa libertação não chega, o filme é basicamente a morte em vida, a exclusão. A morte como ausência do amor, da amizade, da dignidade humana, da esperança, da razão, da própria vida. As várias situações desconfortáveis e opressoras não nos deixam esquecer, em um só instante, que se estamos em uma pior, poderíamos estar ainda mais ferrados. Guardada as devidas proporções, cada um de nós temos um pouco de Uxbal: o que queremos mesmo é a felicidade da nossa família, uma vida digna para todos e que, ao fim de nossos dias aqui na terra, não termos deixado nenhuma (ou muita) pendência karmica e, claro, não queremos que aqueles a quem amamos esqueçam de nós.
O oscarizado Javier Bardem continua not beautiful, mas a sua interpretação é tão visceralmente perfeita que é impossível desgrudar o nosso olhar dele. O cara é muito bom !
O filme é um pouco lento e, sinceridade, 147 minutos é muito tempo, ainda mais quando, ao final, algumas pontas continuam soltas. Mesmo assim é um filme interessante e que vale a pena assistir.

Nota: 7

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Biutiful (Biutiful)
Diretor: Alejandro González Iñárritu
Atores: Javier Bardem, Maricel Alvarez, Eduard Fernández
2011, drama

sábado, 4 de junho de 2011

Se beber, não case! - parte 2 (The Hangover 2)

Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms), Alan (Zach Galifianakis) e Doug (Justin Bartha) viajam para a exótica Tailândia para o casamento de Stu. Após a despedida de solteiro inesquecível, em Las Vegas, Stu optou por um seguro e sossegado café da manhã para a festa de pré-casamento. No entanto, as coisas nem sempre saem como planejado. O que acontece em Las Vegas pode ficar em Vegas, mas o que acontece em Bangkok não pode sequer ser imaginado.

A história dessa continuação é a mesma que a primeira, só que ao invés de Las Vegas a doideira acontece em Bangcoc, e quem desaparece é o irmão da noiva.
Em 2009, Se Beber, Não Case! foi um fenômeno de bilheteria, faturando mais de US$400 milhões. Com esse histórico, uma continuação era mais que óbvia. Até aí, tudo bem, mas a falta de criatividade e o excesso de piadas prontas e algumas de humor duvidoso, fazem desse filme um besteirol sem tamanho.
O elenco, super entrosado, não é sinônimo de sucesso. Eles não dão conta de salvar um filme que tem um roteiro repetitivo, onde apenas o cenário e uma e outra coisa são mudados. O “aconteceu de novo” que um dos personagens fala, realmente aconteceu novamente... Que os deuses do cinema não permitam que ocorra uma terceira vez.
Bom, mas no meio disso tudo, felizmente temos Bradley Cooper que, mesmo não sendo um ator de peso, tem uma presença de cena estonteante... Tudo tem o seu lado positivo, afinal de contas.

Nota: 6

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Se beber, não case! - parte 2 (The Hangover 2)
Diretor: Todd Phillips
Atores: Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis, Heather Graham
2011, comédia

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Corações em Conflito (Mammut)

Leo (Bernal) e Ellen (Michelle) são um casal bem sucedido de Nova York. Ele criou um conhecido website, enquanto ela é uma dedicada cirurgiã. Sua filha, Jackie (Sophie Nyweide), passa a maioria do tempo com sua babá filipina, Glória (Marife Necesito). Quando Leo vai para a Tailândia a serviço, ele inconscientemente desperta uma cadeia de eventos que trará conseqüências dramáticas para todos.

O filme basicamente apresenta 3 histórias: uma mãe cirurgiã competente e que ama a sua carreira, mas com isso vê sua própria filha tendo mais afinidades com a empregada, já que fica muito mais tempo com ela; um pai nerd que ficou milionário criando site de jogos, viaja e descobre o quanto é solitário e está afastado da própria família; e uma empregada filipina que trabalha nos Estados Unidos para mandar dinheiro para sua mãe e os 2 filhos pequenos para dar-lhes uma vida digna.
O problema é que o filme não convence, não consegue decolar. Ficamos o tempo todo achando que algo acontecerá e que esquentará a história, mas nada disso ocorre. Aliás, no final, quando uma situação forçada acontece o resultado soa como apelação...
É uma pena o filme ter se perdido, já que paralelamente ele aborda um assunto que além de discutido deveria ser banido da sociedade, de uma vez por todas: a prostituição infantil.
Gael Bernal, lindo como sempre, mas mais uma vez teve uma interpretação fraca. Michelle Williams foi um pouco melhor. Porém, o brilho fica por conta da ala infantil: Sophie Nyweide , Jan David G. Nicdao e Martin Delos Santos.

Nota: 7

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Corações em Conflito (Mammut)
Diretor: Lukas Moodysson
Atores: Maria Esmeralda Del Carmen, Gael Garcia Bernal, Michelle Williams
2010, drama