domingo, 31 de julho de 2011

Capitão América - O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger)

Nascido durante a Grande Depressão, Steve Rogers foi um menino franzino em uma família pobre. Horrorizado com a ascensão Nazista na Europa, o garoto parte para entrar para o exército. Mas, devido a sua saúde frágil, ele é rejeitado. Mas após escutar os apelos honestos do menino, o General Chester Phillips oferece a Rogers a chance de participar da Operação Renascimento. Depois de semanas de testes ele recebe o soro do supersoldado e é bombardeado por raios-vita. Steve Rogers aparece então com o corpo mais perfeito que um ser humano pode ter e é submetido a intensos treinamentos físicos e táticos. Meses depois ele parte para a sua primeira missão como o Capitão América com seu escudo indestrutível.

E eis que surge mais um herói da Marvel Comics (criado em 1941, no período da Segunda Grande Guerra) que se transforma em longa metragem. Não sou chegada ao Capitão América, nunca fui. Acho o modelito feio, o escudo um saco e aquela máscara com asinhas um ó ! Mas lá fui eu conferir o filme.
Chris Evans, que se cansou de pegar fogo a toda hora (ele interpretou o Tocha Humana, no Quarteto Fantástico), interpreta Steve, um jovem franzino e asmático que, depois de 4 tentativas, finalmente entra para o exército do Tio Sam. Lá ele participa de uma experiência do exército americano que visa criar um super soldado e não é que, em um passe de “mágica”, o raquítico ganha uma massa muscular, um corpaço inquestionável? Claro que outros dons vieram juntos, mas Steve não perde a alma, o coração, a humanidade e a sensibilidade do ser humano. Isso é que o faz diferente. Ahhhhh
Agora é sério, Chris fez um Capitão América direitinho. Adorei rever o queridíssimo Tommy Lee Jones (General Chester Phillips) que com aquela cara de zangado, tem um senso de humor único. Também perfeitos estavam o sempre incrível multifacetado Stanley Tucci (Dr. Abraham Erskine) e Hugo Weaving, como Caveira Vermelha.
Como filme de ação, sinceramente, achei devagar e chato; fiquei até com sono. Não me empolgou, mas tem quem goste... Você, por exemplo, pode ser um deles.
Ah, e para variar, só saia da sala depois dos créditos finais, para dar um confere em mais um trailler teaser do filme “Os Vingadores”, que tem estréia prevista para maio de 2012.

Nota: 7

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Capitão América - O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger)
Diretor: Joe Johnston
Atores: Chris Evans, Tommy Lee Jones, Hugo Weaving, Hayley Atwell
2011, ação

quinta-feira, 28 de julho de 2011

X-Men Primeira Classe (X-Men: First Class)

Mostra o início da épica batalha da franquia X-Men e revela a história secreta de famosos eventos globais. Antes dos mutantes se revelarem para o mundo, e antes de Charles Xavier e Erik Lensherr se chamarem Professor X e Magneto, eles eram dois jovens descobrindo seus poderes. Enquanto ainda eram amigos, eles trabalhavam em conjunto com outros mutantes (alguns conhecidos, outros não) para impedir o Armageddon. Durante o processo, uma grave rixa começa entre a dupla, e dá início à eterna guerra entre a Irmandade de Magneto e os X-Men do Professor X.

Finalmente assisti este que é o início da saga X-Men. Com humor, ação, aventura e drama, a Primeira Classe conta o início da amizade entre Charles Xavier (James McAvoy) e Erik Lehnsherr (Michael Fassbender) antes de se tornarem os rivais Professor X e Magneto, respectivamente.
A história acontece mesmo nos anos 60 e usar eventos reais famosos como a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, a Crise dos Mísseis de Cuba, dá um ar de credibilidade e realidade muito interessante nessa ficção.
Além disso, o filme não é e não fica só nos chefões arquiinimigos. Ele vai além. O tema central é a aceitação. Humanos e mutantes têm sérias rusgas (o diferente dá medo, incomoda) entre si, e se já não bastasse, alguns mutantes não aceitam a si próprios, como é o caso da Mística (Jennifer Lawrence) e do Fera (Nicholas Hoult). Aliás, fantástica a interpretação de Jennifer.
Enfim, com esse filme fica claro o respeito existente entre Professor Xavier e Magneto que, aliás, não era tão mau assim, vai. O que realmente ocorre é que, no início, Xavier era um “mauricinho”, tranquilo, sem grandes preocupações; enquanto que Erik, ainda criança, passou por um campo de concentração e viu sua mãe sendo assassinada. Com isso, o foco principal dele era se vingar daquele que lhe roubou tudo que tinha de melhor: o bandido irritantemente arrogante e que se acha, Sebastian Shaw (Kevin Bacon).
Todos os atores fizeram muito bem os seus trabalhos, com atuações simples e perfeitas. O longa teve ação, teve emoção, teve humor, teve efeitos especiais e teve história. Atrevo a dizer que X-Men: Primeira Classe é muito mais interessante do que os filmes anteriores. Claro que seria ainda melhor com a presença do Wolverine, mas este dá o ar de sua graça (e que graça!) em certo momento do filme. O suficiente para levar a platéia ao delírio e as gargalhadas.

Nota: 9

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X-Men Primeira Classe (X-Men: First Class)
Diretor: Matthew Vaughn
Atores: James McAvoy, Michael Fassbender, Kevin Bacon, Jennifer Lawrence
2011, ação – aventura

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ladrões (Takers)

Ladrões, dirigido por John Luessenhop, gira em torno de um famoso grupo de criminosos (Idris Elba, Paul Walker, T.I., Chris Brown, Hayden Christensen e Michael Ealy) que continuam a confundir a polícia com seus roubos a banco executados à perfeição. Eles conseguem levar a cabo o roubo como uma máquina bem azeitada e simplesmente desaparecem entre um roubo e outro. Mas, ao planejar um último roubo, onde está em jogo um valor maior do que jamais tentaram roubar, o grupo vê seus planos interrompidos por um detetive linha dura (Matt Dillon) que está decidido a elucidar o caso.

Sabe o filme “12 homens e um segredo”? Pois é, é o mesmo estilo, só que neste são 6 e, pro meu gosto, estão longe de serem gatos. No máximo engraçadinhos.
Neste filme 6 ladrões organizadíssimos (mesmo entre bandidos, organização e inteligência dá gosto de ver) planejam um roubo de mais de 19 milhões, mas existe um policial honesto e casca grossa (sim, ainda existem tiras assim, principalmente nos filmes) que quer acabar com essa quadrilha de qualquer maneira.
Eu não quero fazer deste post um consultório, mas é um tema para se pensar: por que filmes feito, principalmente, com a visão, “glamourizada”, dos bandidos (“12 homens”, “Ladrões”, “Butch Cassidy”, “Bonnie & Clyde” etc), de certa maneira nos convencem de que eles são boas pessoas e nós acabamos até torcendo por eles? Será que o “rouba, mas faz” (neste filme eles sempre dão 10% para caridade, por exemplo) se tornou mais importante do que ser honesto? O certo e o errado agora dependem do ponto de vista de quem vê? É para se pensar.
Mas o fato é que, infelizmente, no Brasil, este filme foi lançado apenas em DVD. O filme é um policial de ação e bota ação nisso, principalmente nos minutos finais que, além de muita adrenalina, temos a confirmação do que já desconfiávamos. Mesmo assim esse filme é uma boa diversão.

Nota: 7

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Ladrões (Takers)
Diretor: John Luessenhop
Atores: Matt Dillon, Paul Walker, Zoe Saldana, Chris Brown
2010, ação - policial

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Contra o Tempo (Source Code)

O filme acompanha o capitão Colter Stevens, que acorda no corpo de outro homem e descobre que faz parte de uma missão para salvar Chicago de um trem desgovernado. Em uma tarefa que não se parece a nenhuma das que já realizou, percebe que é parte de um experimento do governo chamado código fonte um programa que lhe permite passar pela identidade de outro homem nos últimos 8 minutos de sua vida. Ele tem poucos minutos para descobrir o que irá acontecer com o trem.

Adoro suspense e ação com pitadas de ficção, e quando os três vêm juntos fazendo do filme um filmaço, muito melhor.
Sabe lá o que é se explodir, explodir, explodir, explodir... A missão do capitão Colter Stevens (Gyllenhaal) é descobrir onde está uma bomba que explodirá (e já explodiu, já explodiu, já explodiu...) em 8 minutos e quem é o terrorista que a colocou e detonou, matando milhares de pessoas no trem, em Chicago. Mas não é assim tão moleza... Ele está no centro de uma experiência militar que mistura física quântica, com campo eletromagnético do cérebro, cálculos e códigos fontes etc. Não, ele não faz uma viagem no tempo, mas ele é realocado de modo a acessar uma realidade paralela, várias vezes, nos últimos 8 minutos antes da explosão. Nessa realocação, ele toma o corpo e a identidade de Sean Fentress. Na verdade, a vida do capitão Stevens não tem mais valor e ele estar vivo ou morto é irrelevante...
Achei o roteiro de Ben Ripley super interessante. A história é bem feita, o ritmo que tinha tudo para ser monótono, afinal são tantos retornos sempre no mesmo local, nos mesmos 8 minutos, é intenso. Nós, junto com Jake, vamos tomando conhecimento, aos poucos, de informações que nos dão, em cada retorno, um olhar diferente.
Jake Gyllenhaal cada vez mais perfeito em filmes de ação, porque além de bonito ele tem carisma e consegue nos convencer naturalmente. Vera Farminga também está ótima.
A verdade é que depois de Matrix, ficamos meio órfãos. Aí veio o alucinante A Origem (Inception) para, mais uma vez, nos desafiar mentalmente. Agora temos o Contra o Tempo, que não nos desafia (ok, só um pouquinho), mas nos envolve em uma história original do início ao final. O filme é imperdível !

Curiosidade: A direção é de Duncan Jones, filho do roqueiro David Bowie.

Nota: 8

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Contra o Tempo (Source Code)
Diretor: Duncan Jones
Atores: Jake Gyllenhaal, Michelle Monaghan, Vera Farmiga, Jeffrey Wright
2011, ficção

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Os Pinguins do Papai (Mr. Popper’s Penguins)

Jim Carrey é o Sr. Popper, em uma divertida comédia para a família que conta a história de um homem de negócios totalmente sem noção do que fazer quando o assunto são as coisas importantes da vida - até o dia em que ele recebe 6 pinguins como herança. Apesar dos pinguins de Popper transformarem seu chiquérrimo apartamento em Nova York num parque de diversões de inverno - e virarem a vida de Popper de cabeça para baixo, eles também lhe ensinam importantes lições sobre famílias... humanas ou não.

Jim Carrey é caras, bocas e caretas, como pede uma boa comédia familiar leve, engraçadinha, cheia de momentos fófis e cute cute. Os pinguins são um charme: os originais, os virtuais e os robôs, e roubam a cena de todos os atores.
A história é mais velha que Matusalém. Pai separado, que trabalha muito (compra prédios antigos para colocar abaixo) e pouco vê os filhos. Na sua própria infância ele também pouco via o pai, que vivia para conhecer o mundo viajando em um barco. Enfim, o pai morre, na Antártida, e lhe envia de presente pinguins vivos. Obviamente essas avezinhas criam um laço de carinho e, como que em um passe de mágica, a relação dos filhos e da ex-esposa se torna mais carinhosa, mais intensa e blá blá blá.
Eu até gosto de Carrey, mas em doses homeopáticas. Quando ele cisma de ser engraçado a qualquer custo, aí fico irritada... Alguém deve ter lhe dito que para ser engraçado ele tinha que ser careteiro o tempo todo. Jerry Lewis era careteiro e nunca me entediou.
Bom, mas nessas férias escolares esse longa é uma boa dica para levar os pequeninos. Eles certamente rirão muito.

Nota: 6

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Os Pinguins do Papai (Mr. Popper’s Penguins)
Diretor: Mark Waters
Atores: Jim Carrey, Carla Gugino, Philip Baker Hall, Angela Lansbury
2011, comédia

domingo, 17 de julho de 2011

Harry Potter e as Relíquias da Morte – parte 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part II)

Na segunda parte do final épico da série, a batalha entre o bem e o mal no mundo da magia se torna uma guerra entre centenas de bruxos. Os riscos nunca estiveram tão altos e nenhum lugar é seguro o suficiente. Assim, Harry Potter precisa se apresentar para fazer o seu último sacrifício, enquanto o confronto final com Lorde Voldemort se aproxima. Tudo acaba aqui.

Não foi uma saga. Não foi simplesmente uma franquia. Não foi apenas um filme. Harry Potter foi a história de alguém que vimos crescer e aprendemos a amar como se fosse um amigo. E como toda a história, há um início, um meio e um fim... E o fim, nas telonas de cinema, aconteceu. Encerra-se um ciclo.
Sim. Eu esperava mais. Esperava mais diálogos do livro, esperava mais cenas descritas no livro. Não. Mesmo não tendo o que eu esperava o filme não foi menos impactante. O filme continua sendo excelente porque, no final das contas, não houve grandes cortes do livro e isso, para os fãs, é um alívio. Porém, houve algumas leves modificações (livro é uma coisa e filme é outra bem diferente), mas nem todas foram satisfatórias... Poderia dizer que bateram na trave.
Incrível ver como Daniel Radcliffe se tornou algo que podemos dizer bom ator (para ser excelente falta muito, mas ele não tem medo de desafios e isso lhe dá vários pontos extras). Nos outros filmes temos um Harry meio robotizado, meio sem sal, mas neste não. Harry cresceu e Daniel foi junto, fazendo um Potter doce e ao mesmo tempo forte e determinado. E o que dizer de Alan Rickman? Não desmerecendo o queridíssimo Ralph Fiennes (Voldemort) e muito menos os outros, Alan fez um Snape impecável do início ao fim e nesse filme, mais do que nunca, percebam a sutileza de seu olhar... O modo severo e, ao mesmo tempo, aflitivo de uma pessoa que ficou esse tempo todo tendo que esconder e conter sentimentos ambíguos. Fantástico!
No longa vários momentos chamaram a minha atenção. Logo no início, Snape olha para os estudantes uniformizados de Hogwarts marchando no pátio do colégio. É impossível não traçar um paralelo com a juventude hitlerista. Poder e submissão, lado a lado. Também não tem como não chorar ao ver o colégio, que todos nós gostaríamos de estudar, bem como a quadra de Quadribol, todo destruído.
Cheio de ironia, romance, lutas e magias, Harry Potter e as Relíquias da Morte marca o fim de uma história de sucesso de uma maneira espetacular, cheia de muita ação e correria e, por isso, com alguns momentos feitos para que nos lembrássemos de respirar. Meu coração de fã dá 10 com louvor e entre lágrimas, embora tenha chorado muito mais lendo o livro. Porém, aqui estou tentando ser imparcial e por isso minha nota será outra, mas nada disso tira o brilho do filme e a minha vontade de vê-lo novamente.

Nota: 8

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Harry Potter e as Relíquias da Morte – parte 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part II)
Diretor: David Yates
Atores: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes
2011, aventura

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O Apedrejamento de Soraya M. (The Stoning of Soraya M.)

Abandonado em uma remota aldeia iraniana, um jornalista (Jim Caviezel) francês é abordado por Zahra (Shohreh Aghdashloo), uma mulher que tem uma história horrível para narrar sobre sua sobrinha, Soraya (Mozhan Marnò), e as circunstâncias da sua morte sangrenta no dia anterior. Enquanto o jornalista liga o gravador, Zahra nos leva de volta ao começo da história que envolve o marido de Soraya, um falso mulá (líder da mesquita muçulmana), e uma cidade envolta em mentiras, repressão e pânico. As mulheres, despojadas de todos os direitos e sem recursos, nobremente confrontam os desejos devastadores dos homens corruptos, que usam e abusam da autoridade para condenar Soraya, uma esposa inocente, mas inconveniente, a uma morte injusta e cruel. Um drama sobre o poder do crime, um mundo fora da lei e a falta de direitos humanos para as mulheres. A última esperança de alguma justiça está nas mãos do jornalista, que deve escapar com a história – e sua vida – para que o mundo tome conhecimento.

Foi muito difícil para mim, como mulher, assistir ao filme em questão. As barbáries que ocorreram (e ainda ocorrem!) nos anos do líder aiatolá e em nome de interpretações maldosas e absurdas do Alcorão, são inacreditáveis de tão bestiais.
Um cachorro sarnento é mais bem tratado do que uma mulher. Ser mulher é sinônimo de desprezo, de escravidão, de objeto de desejo e de troca, apenas.
O filme, baseado em fatos reais que estão narrados no livro homônimo do jornalista franco-iraniano Freidoune Sahebjam, conta a história de Soraya Manutchehri, uma mulher condenada à morte depois de ser acusada de adúltera pelo marido infiel que, na verdade, além de espancá-la, queria mesmo era se casar com outra mulher por causa do dinheiro.
O longa mostra com cores fortes o momento do apedrejamento. Isso por si só já embrulha o estômago de qualquer pessoa que acredita na justiça acima de tudo e não em uma justiça em que “se a mulher é acusada, ela deve provar que não é; se a mulher acusar o marido, ela deve provar que ele é, ou seja, a mulher é sempre a culpada de tudo”, como bem sintetiza a personagem de Zahra, tia de Soraya.
O pecado do filme foi não ter sido mais ousado. Deveria mostrar com mais ênfase a realidade da mulher iraniana e assim servir de alerta a todos para o que acontece em países como esse. É um absurdo termos, em pleno século 21, sociedades machistas que interpretam, em benefício próprio, as Sagradas Escrituras. Nunca li o Alcorão, embora tenha curiosidade de fazê-lo (e ainda o farei), mas acredito na justiça divina e algo me diz que o profeta jamais falara ou daria como exemplo de correção uma atitude insana como essa; seja lá para quem for.
Eu creio em um Deus misericordioso. Eu ainda creio na humanidade. Eu preciso acreditar que o ser humano é um ser do bem e feito para fazer o bem. Por isso, desejo, de todo o meu coração, que a morte de Soraya e de todas as mulheres que passaram e passam por essa situação, não tenha sido em vão!

Nota: 8

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O Apedrejamento de Soraya M. (The Stoning of Soraya M.)
Diretor: Cyrus Nowrasteh
Atores: Shohreh Aghdashloo, Mozhan Marnò, Navid Negahban, Jim Caviezel
2008, drama biográfico

sábado, 9 de julho de 2011

Corações Perdidos (Welcome to the Rileys)

O Drama acompanha a vida de Lois e Doug Riley (Melissa Leo e James Gandolfini), um casal que perdeu a filha adolescente. Os dois vivem uma relação distante e conturbada. Devido ao trauma da perda da filha, Louis não consegue sair de casa. Em uma viagem de negócios, Doug conhece Alisson (Kristen Stewart), que se apresenta como Mallory, uma adolescente órfã que ganha a vida se prostituindo e fazendo shows de striptease. O homem passa a cuidar da menina como se ela fosse uma filha, o que acaba influenciando no relacionamento com sua esposa. O encontro do casal com Mallory transforma suas vidas para sempre.

Mais uma vez Melissa Leo arrebenta na interpretação, agora como Lois Riley. Engraçado como depois de um filme, de um Oscar, até parece que a gente “caça” os filmes desses artistas para confirmar se mereceram ou não um determinado prêmio. Não é o caso, mas confesso que fiquei satisfeita e feliz por constatar que ela é camaleonica.
Também temos James Gandolfini. Sim, Tony Soprano em pessoa, mas aqui totalmente light; ele nem matou ou mandou matar ninguém... Fez um Doug Riley perfeito e cativante.
Ainda acho que Kristen é atriz de um gênero só: drama. Até a saga Crepúsculo é um drama só, sejamos honestos. Mas ao mesmo tempo tenho certeza que logo logo ela desabrochará de uma tal maneira que eu morderei minha língua. E sabe por que? Porque ela não tem medo de escolher personagens, não se preocupa com o entorno, apenas com a satisfação dela. Isso é ser atriz e não uma simples starlet.
O longa apresenta o casal Doug e Lois em um casamento frio, sem sentimento algum, tudo gerado pela perda da filha em um acidente de carro. Lois foge da vida, enclausurando-se em casa, não saindo nem para pegar a correspondência. Doug chega ao limite quando constata a sua lápide pronta (sem o ano de falecimento, evidentemente) feita por sua esposa. “Eu não morri. Eu estou vivo!” Numa viagem de negócios à Nova Orleans, ele conhece a jovem Mallory, stripper de 16 anos. Lois resolve sair da toca e vai encontrar o marido e acaba conhecendo Mallory e os três começam a criar um relacionamento perigoso de pais e filha. Perigoso porque ela não é a filha e nem eles são os pais dela.
O relacionamento entre eles é puramente emocional e o filme é isso, só emoção. A ausência de diálogo gera sentimentos conflitantes no relacionamento do casal e culmina com a perda do que eles tinham: carinho, compreensão e amor.
O filme deixa claro duas coisas. A primeira é que a perda é um sentimento que deve sim ser falado, discutido ao máximo. Não se pode deixar de lado. A dor e o luto são sentimentos que devem ser absorvidos para depois serem descartados. São degraus necessários que não podem ser desconsiderados, pois a segurança, a solidez depende disso.
A segunda é que não podemos utilizar alguém como substituto daquilo que perdemos. Podemos e devemos ajudar, mas não dá para esquecer que ninguém nos pertence, principalmente uma pessoa que o destino nos uniu.
O drama é simpático. Nada de sofrimentos exacerbados que fazem você sofrer do início ao fim. O filme é apenas um filme, gostoso de ver e só.

Nota: 7

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Corações Perdidos (Welcome to the Rileys)
Diretor: Jake Scott
Atores: Kristen Stewart, James Gandolfini, Melissa Leo
2011, drama

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Um Ano do Cão (A Dog Year)

Jon Katz é um escritor que atravessa a crise existencial dos cinquenta anos e impulsivamente decide adotar um cão – que ele pensa ser mais louco que ele próprio – um simpático Collie que mudará sua vida e acalmará sua ansiedade.

Produzido pela HBO Films, foi um longo filme de 1h15min de duração. Foi tedioso e modorrento. Se o filme é assim, sinceramente, nem me atrevo a ler o livro autobiográfico de Jon Katz, do qual se baseia (“Orson – um cachorro para toda vida”, publicado em 2003.).
Tudo bem, o cachorro, Devon, da raça Border Collie (cotado como o cão mais inteligente do mundo, além de ser excelente pastor de ovelhas), é uma gracinha, mas francamente, Jon (Jeff Bridges) teve uma paciência de Jó. A salvação (mais ou menos) do filme, de Devon e de Jon foi a Lois Blair, interpretada pela vetarena atriz Lois Smith.
Bom, mas o filme, mesmo chato, me fez lembrar do cachorro, raça Pastor Alemão, que meu irmão tinha, chamado Nelo. Nossa como eu amava aquele cão. Tenho comigo infinitas boas lembranças dele e, quando ficou velhinho e morreu, chorei baldes e baldes de lágrimas, como as que derramo agora, enquanto escrevo este post.
Portanto, se você tem um cachorro para recordar, esse é o filme que despertará esse sentimento e aí... É deixar-se levar.

Nota: 6

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Um Ano do Cão (A Dog Year)
Diretor: George LaVoo
Atores: Jeff Bridges, Lauren Ambrose, Lois Smith
2009, comédia

domingo, 3 de julho de 2011

O Segredo dos Seus Olhos (El Secreto de Sus Ojos)

Durante 25 anos um crime permaneceu sem solução na memória de Benjamín Espósito (Ricardo Darín). Agora, bem mais maduro, ele decide voltar a essa história, questionando de novo aquele passado de amor, morte e amizade. Porém, essas recordações, postas em liberdade, lembradas tantas vezes, mudaram sua visão desse passado. E reescreverão seu futuro.

Finalmente sentei para assistir a este filme que, em 2010, ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. E quer saber de uma coisa? Achei um bom filme, mas nada de extraordinário.
Equilibrando-se (e muito bem) entre o drama e a comédia, o filme conta a história de Benjamin (Ricardo Darín), ex-funcionário público, que resolve escrever um livro quando se aposenta. Para isso ele escolhe um assassinato que marcou a sua carreira. Nessa investigação para o livro ele acaba repensando em várias decisões feitas no passado em relação ao próprio caso e em sua vida pessoal, como sua paixão pela, agora juíza, Irene (Soledad Villamil). Em certos momentos mistura-se a realidade e a história do livro que, nem sempre, foi aquilo que aconteceu realmente.
Confesso que imaginei um final totalmente diferente, mas adorei o apresentado, até por que nos propõe uma reflexão sobre a justiça e a vingança. Não fiquei apaixonada pelo filme, mas ele é interessante e vale ser apreciado.

Nota: 7

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O Segredo dos Seus Olhos (El Secreto de Sus Ojos)
Diretor: Juan José Campanella
Atores: Ricardo Darin, Soledad Villamil, Guillermo Francella
2010, drama