sábado, 27 de outubro de 2012

O espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man)

Peter Parker (Andrew Garfield) é um rapaz tímido e estudioso, que inicou há pouco tempo um namoro com a bela Gwen Stacy (Emma Stone), sua colega de colégio. Ele vive com os tios, May (Sally Field) e Ben (Martin Sheen), desde que foi deixado pelos pais, Richard (Campbell Scott) e Mary (Embeth Davidtz). Certo dia, o jovem encontra uma misteriosa maleta que pertenceu a seu pai. O artefato faz com que visite o laboratório do dr. Curt Connors (Rhys Ifans) na Oscorp. Parker está em busca de respostas sobre o que aconteceu com os pais, só que acaba entrando em rota de colisão com o perigoso alter-ego de Connors, o vilão Lagarto.

Na verdade o Homem-Aranha nunca foi meu herói preferido, embora adore a musiquinha: Spider-man, Spider-man, does whatever a spider can / Spins a web any size catches thieves just like flies / Look out here comes the Spider-man... Porém, devo concordar que há um certo charme em Peter Parker. Um jovem comum, nerd, apaixonado pela ciêmcia, mas totalmente desinteressante. Ele acaba sendo picado por uma aranha radioativa que o transforma em um rapaz mais forte, mais ágil, mais viril, além de lhe proporcionar outros dons. Tem ou não tem pegada?
Nessa versão com Andrew Garfield, Peter Parker gosta de ser herói, gosta de ter força e em nenhum momento ficou com crise existencial. É uma leve diferença, mas faz muita diferença, se é que você me entende...
Falando em diferenças, temos a morte do tio Bem (Martin Sheen) que aqui é bem diferente e aí sim poderia ter feito um baita estrago na vida de Parker, mas não fez. Acho até que Parker e tia May (Sally Field – adoro ela) não sentiram tanto assim a ausência do tio. tsc tsc tsc A paixão pela Gwen Stacy (Emma Stone) continua a mesma, mas neste longa não há mistérios, pois ela sabe que ele é o Homem-Aranha.
Aqui abro um parênteses para expressar a minha incredulidade, desagravo e frustração quando vi que este Homem-Aranha tem um lançador de teia, com teia de aranha criada cientificamente. Isso foi demais para mim... Como assim???? Fala sério !!!
Na realidade o filme não tem o estilo poético daquele Homem-Aranha de 2002, estrelado por Tobey Maguire, mas tem humor. Além disso, Andrew está muito a vontade como o PP/HA e os demais estão conforme seus papéis, nada além. Ah, e também temos ação envolvente com o vilão Lagarto/Dr. Curt Connors (Rhys Ifans).
Assim sendo, o filme é bem simpático e vale a pena dar uma conferida.

Nota: 7

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O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man)
Diretor: Marc Webb
Atores: Andrew Garfield, Emma Stone e Rhys Ifans
2012, ação - fantasia - aventura

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Alexandria (Ágora)

Sob o domínio Romano, a cidade de Alenxadria é palco de uma das mais violentas rebeliões religiosas de toda história antiga. Judeus e cristãos disputam a soberania política, econômica e religiosa da cidade. Entre o conflito, a bela e brilhante astrônoma Hypatia (Rachel Weisz) lidera um grupo de discípulos que luta para preservar a biblioteca de Alexandria. Dois deles disputam o seu amor: o prefeito Orestes (Oscar Isaac) e o jovem escravo Davus (Max Minghella). Entretanto, Hypatia terá que arriscar a sua vida em uma batalha histórica que mudará o destino da humanidade.

Esse filme conta a história da matemática e filósofa Hypatia, de Alexandria, que viveu no Egito do séc IV d.C., início da decadência do Império Romano. Filha do filósofo Theon, o último diretor da Biblioteca e Academia de Alexandria, Hypatia dava aulas de astronomia e filosofia. Entre seus alunos, cristãos, judeus e pagãos,  estavam Orestes e Sinésio, futuros prefeito de Alexandria e bispo de Cirene, respectivamente. Em 415 foi brutalmente assassinada por uma multidão de cristãos, acusada de incitar uma guerra religiosa.
É o tipo de filme que eu gosto, daqueles que, ao final, vou correndo ao oráculo moderno, o Google, para fazer uma pesquisa sobre a personagem, a época, além de tirar uma dúvida quando ao incêndio que destruiu a Biblioteca de Alexandria (Você sabia que existiam 2 Bibliotecas de Alexandria, a mãe e a filha?).
Claro que houve liberdade de criação. Por exemplo, Hypatia morreu aos 65 anos e não aos 30/40 anos como aparenta o filme. De qualquer maneira, o filme é muito mais do que isso. Ele nos mostra o perigo do fanatismo religioso, um problema mais atual do que nunca. Existem pessoas que melhoram com seus erros, mas como um todo, a humanidade parece que não consegue aprender e acaba sempre cometendo as mesmas imprudências. O perseguido passa a ser o perseguidor, espalhando ira, ódio e intolerância, tudo ao contrário do que eles mesmos pregam. Como acreditar?
Hypatia (belíssima atuação de Rachel Weisz) era a mulher a frente de seu tempo, apaixonada pela verdade. Viveu, infelizmente, na época em que ser mulher era ser o pior do pior, mesmo sendo intelectual. Ou, melhor dizendo, o fato de ser intelectual piorava ainda mais. Pelo menos, para os ignorantes tacanhos. E existem até hoje...
O longa não foi muito divulgado e teve problemas no seu lançamento na Itália, Estados Unidos e nos países islâmicos. É uma pena. O fanatismo silenciou a busca do conhecimento de uma antiga civilização. Perdemos muito e, ao que parece, não aprendemos nada.

Nota: 9

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Alexandria (Ágora)
Diretor: Alejandro Amenábar
Atores: Rachel Weisz, Max Minghella, Oscar Isaac, Ashraf Barhom
2009, drama – romance