segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

As Aventuras de Pi (The Life of Pi)

Pi Patel é filho do dono de um zoológico localizado em Pondicherry, na Índia. Após anos cuidando do negócio, a família decide vender o empreendimento devido à retirada do incentivo dado pela prefeitura local. A idéia é se mudar para o Canadá, onde poderiam vender os animais para reiniciar a vida. Entretanto, o cargueiro onde todos viajam acaba naufragando devido a uma terrível tempestade. Pi consegue sobreviver em um bote salva-vidas, mas precisa dividir o pouco espaço disponível com uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre de bengala chamado Richard Parker.

O filme é baseado no livro “A vida de Pi”, de Yann Martel que, por sua vez, se inspirou no livro “Max e os felinos”, do brasileiro Moacyr Scliar. Só com essas informações a minha curiosidade aguçou e lá fui eu.
A trama é complexa e dá argumentos para muitas trocas de ideias e eu adoooooro isso. O filme é uma fábula filosófica, onde a religião é o primeiro fio condutor. Temos o nosso herói, Pi, de origem indiana e, por isso, hinduísta. Depois que ele tomou conhecimento e gostou da história do filho de Deus, que se sacrifica pelos pecados dos outros, passou a ser também católico e, graças a Ala, também se tornou mulçumano. Com curiosidade aguçada, Pi mantinha sempre o coração e a mente aberta para novas descobertas, além disso, como ele mesmo diz: “A fé é uma casa de muitos quartos”.
Devido aos problemas financeiros, a família de Pi, que possuia um zoológico, resolve sair da Índia e ir para o Canadá. Lá venderiam alguns animais, obtendo dinheiro para viver uma nova vida. Porém, depois de uma forte tempestade, o cargueiro naufraga. Todos morrem e apenas Pi consegue sobreviver em um bote, ao lado de uma zebra de perna quebrada, um orangotango, uma hiena, um rato e Richard Parker, um tigre de bengala. Aqui abro um parêntese para dizer que o tigre (e todos os outros animais), criado digitalmente, é de uma beleza e realismo absolutamente alucinante.
Aí começa outro fio: na solidão do Oceano Pacífico, como sobreviver sem perder a sanidade? Vivendo um dia de cada vez, Pi tem que aprender a lidar com Parker e Parker com Pi. Esse aprendizado custou muito stress para ambos, mas foi importantíssimo para os dois.
A atuação de Suraj Sharma, Irrfan Khan e Ayush Tandon, todos fazendo Pi em várias idades (criança, jovem e adulto, respectivamente), é perfeita. Os demais estavam muito bem e a pequena participação de Depardieu como cozinheiro é impagável. Aliás, não faltam momentos engraçados para quebrar a tensão da situação. Isso deu leveza e sensibilidade.
O filme não poderia ter outro diretor se não Ang Lee, mestre na direção sutil, sensível, encantador e reflexivo. Fotografia e música perfeitas, o filme é uma pintura e como toda a pintura, ele tem várias nuances e cores, mas o final é uma interrogação... Qual a moral e a lição do filme, cada espectador terá uma. Eu tenho a minha e qual é/será a sua?

Nota: 8

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As Aventuras de Pi (The Life of Pi)
Diretor: Ang Lee
Atores: Suraj Sharma, Irrfan Khan, Tabu, Adil Hussain e Gerard Depardieu
2012, aventura - drama

domingo, 16 de dezembro de 2012

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (Hobbit - An Unexpected Journey)

Bilbo Bolseiro enfrentará uma jornada épica para retomar o Reino de Erebor, terra dos anões que foi conquistada há muito tempo pelo dragão Smaug. Levado à empreitada pelo mago Gandalf, o Cinzento, Bilbo encontra-se junto a um grupo de treze anões liderados pelo lendário guerreiro Thorin Escudo-de-Carvalho. Essa aventura irá leva-los a lugares selvagens, passando por terras traiçoeiras repletas de Goblins e Orcs, Wargs mortais e Aranhas Gigantes, Transmorfos e Magos. Embora o objetivo aponte para o Leste e ao árido da Montanha Solitária, eles devem escapar primeiro dos túneis dos Goblins, onde Bilbo encontra a criatura que vai mudar sua vida para sempre, Gollum.

Voltamos à Terra Média, quase 10 anos após o fim da trilogia Senhor dos Anéis. O Hobbit é uma adaptação do livro homônimo de J.R.R. Tolkien e narra a aventura de Bilbo, o Bolseiro, que entra nessa jornada com mais 13 anões e, claro, Gandalf, o Cinzento. Viagem essa que aconteceu 60 anos antes, quando tudo começou.
Não li o livro e, por isso, não faço a mínima ideia se o filme é perfeito a ele. Aliás, dizem que houve algumas liberdades criativas do tipo personagens que nem tem no livro estão no longa. O que eu sei é que o filme é ação em cima de ação, mas sem esquecer o humor. Um filme com muitas batalhas, mas leve. Você só sentirá os quase 170 minutos de filme se a cadeira do cinema for desconfortável, pois fora isso, você mergulhará no universo de Tolkien prestando atenção apenas no que está a sua frente, sem despregar o olho da telona.
Houve momentos impagáveis de humor puro quando do jantar dos trolls e a corrida do trenó puxado por coelhos, de Radagast, o Castanho (Sylvester McCoy). Porém, o momento mais aterrador e fascinante foi a batalha das montanhas de pedra. Não tem como não ficar tensa e boquiaberta diante de tanta grandiosidade... Claro que também rolou abobrinhas do tipo “ahhh, fala sério!”, mas e daí?! O filme é sensacional !
E as interpretações?! Martin Freeman (Bilbo Bolseiro, jovem) está um arraso. Discreto, sensível, bem humorado e ranzinza, mas com espírito heroico e aventureiro. Não tem como não nos apaixonarmos por ele em todos os momentos. Os atores que interpretam os 13 anões são figuras a parte, cada um tem uma personalidade diferente e todos se completam. Tem anão gatinho também e o nome dele é Kili, interpretado por Aidan Turner. Delícia também foi rever Ian McKellen, Hugo Weaving, Cate Blanchett, Elijah Wood e Christopher Lee. Ahhh, Gollun (Andy Serkis, no efeito de captura de movimentos) também voltou e está incrível com expressões faciais impressionantes. Para se ter uma ideia, por 2 segundos eu até tive dó dele. Por aí você já pode ter noção do olhar “gato de botas: tô carente e preciso de você”. Pois é...
O fato é que Peter Jackson, o mesmo diretor da trilogia Senhor dos Anéis, está de volta e você sente a sua mão nesse filme. Inclusive esses anos de espera fez bem ao próprio filme, principalmente com relação aos efeitos especiais. Na versão 3D rola a novidade tecnológica registrada em alta definição pelas novas câmeras Red Epic: 48 quadros por segundo (o normal, 24 quadros, basta para o cérebro registrar as imagens em movimento).
Agora só me resta aguardar as continuações O Hobbit: A Desolação de Smaug ( em 2013) e O Hobbit: Lá e de Volta Outra Vez (em 2014) para mais uma vez, aplaudir de pé esse filme que mais parece uma pintura.

Nota: 9

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O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (Hobbit - An Unexpected Journey)
Diretor: Petre Jackson
Atores: Martin Freeman, Ian McKellen, Richard Armitage, Ian Holm
2012, aventura

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Sem Limites (Limitless)

Eddie Morra (Bradley Cooper) sofre de bloqueio de escritor. Um dia, ele reencontra na rua seu ex-cunhado, Vernon (Johnny Whitworth), que lhe apresenta um remédio revolucionário que permite o uso de 100% da capacidade cerebral. O efeito é imediato em Eddie, pois ele passa a se lembrar de tudo que já leu, ouviu ou viu em sua vida. A partir de então ele consegue aprender outras línguas, fazer cálculos complicados e escrever muito rapidamente, mas para manter este ritmo precisa tomar o remédio todo dia. Seu desempenho chama a atenção do empresário Carl Van Loon (Robert De Niro), que resolve contar com sua ajuda para fechar um dos maiores negócios da história.

Gostei muuuuuuuito do filme !
Sem Limites conta a história de Eddie, um aspirante a escritor com problemas sérios de black out criativo. Largado, deprimido... Um verdadeiro perdedor, até que ele encontra seu ex-cunhado que lhe oferece a solução dos seus problemas: um pequeno comprimido transparente chamado NZT, que tem como função fazer o cérebro funcionar em sua capacidade normal. Como não tem nada a perder, resolveu tomar e aí o mundo inteiro se tornou mais brilhante, mais colorido, mais charmoso. Tudo começou a dar certo, mas ao mesmo tempo os problemas vieram e não foram poucos.
Essa história de só usarmos 20% do nosso cérebro é mais batida do que a famosa batida do coco do Oswaldo (Se você mora no Rio de Janeiro já deve ter tomado umas e outras lá, na então conhecida rua dos motéis, na Barra da Tijuca. Não? Então perdeu !) Mas o fato é que, imagina, se nós tivéssemos a oportunidade de usar 100% de nossa capacidade cerebral. “Não estava chapado nem ligado. Apenas com a mente clara.”, diz Eddie.
Gostei da história; gostei das atuações, mesmo não tendo sido brilhantes. O filme é interessante do início ao fim. A idéia de usar cores diferenciadas quando Eddie toma a pílula é fantástica. De pálida e acinzentada, a vida torna-se mais clara, mais brilhante, mais alegre com o NZT.
Mesmo com efeitos colaterais, quem não gostaria de tomar uns comprimidinhos de NZT? Na boa, eu adoraria !

Nota: 8

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Sem Limites (Limitless)
Diretor: Neil Burger
Atores: Bradley Cooper, Robert De Niro, Abbie Comish
2011, drama – suspense

domingo, 2 de dezembro de 2012

Para Sempre (The Vow)

Um casal récem-casado se recupera de um acidente de carro que colocara a esposa em coma. Ao acordar, percebe que teve uma perda de memória grave e seu marido não medirá esforços para conquistar seu coração novamente.

Adooooro filmes românticos e se for baseado em fatos reais (o casal Kim e Krickitt Carpenter que, 2 meses após o casamento, envolvem-se em um sério acidente automobilístico), melhor ainda.
No filme Paige (Rachel McAdams) vive um clima de muito amor e carinho com o recém marido Leo (Channing Tatum, ex strippe e daí você imagina o gato que é o rapaz... uiii!). Certa noite eles sofrem um acidente de carro. Ele se machuca pouco, mas ela chega a ficar em coma e quando recobra a consciência não se lembra do marido e de nada do que aconteceu nos últimos 5 anos. Ela lembra somente de quando morava com os pais Bill e Rita Thornton (Sam Neill e Jessica Lange) e era noiva de Jeremy (Scott Speedman).
O filme mostra a luta do marido tentando fazê-la se lembrar e para isso ele tem que reconquistá-la novamente. Só que não é tão fácil assim, já que a própria Paige está irreconhecível até mesmo para Leo. É aqui que o filme diminui drasticamente a taxa de açúcar e ganha contorno mais dramático.
Claro que inúmeras pessoas meteram o malho no filme, mas o meu lado romântico adorou e recomenda. Afinal de contas, um belo filme de amor é sempre agradável e gostoso de se ver. (suspiros...)

Nota: 8

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Para Sempre (The Vow)
Diretor: Michael Sucsy
Atores: Rachel McAdams, Channing Tatum, Sam Neill e Jessica Lange
2012, romance

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Homens de Preto 3 (MIB – Men in Black 3)

Os agentes J (Will Smith) e K (Tommy Lee Jones) estão de volta… no tempo. J já viu algumas coisas inexplicáveis nos seus 15 anos com os Homens de Preto, mas nada, nem mesmo aliens, o deixa tão perplexo quanto o seu parceiro reticente, K. Mas quando a vida de K e o destino do planeta são colocados em jogo, o Agente J vai viajar no tempo para colocar as coisas no lugar. J descobre que há segredos no universo que J nunca contou – segredos que vão ser revelados quando ele se une ao jovem Agente K (Josh Brolin) para salvar seu parceiro, a agência e o futuro da humanidade.

Gostei muito do primeiro MIB (1997), o segundo (2002) já foi uma enrolação, embora tenha adorado o agente Frank, o cachorrinho marrento da raça Pug. Esse MIB 3 tem um clima saudosista, espírito retrô, já que traz um pouco dos anos 60 de volta, mas não será um filme inesquecível.
Nesse filme os agentes J (Will Smith) e K (Tommy Lee Jones) devem destruir o alienígena boglodita Boris, o Animal (Jemaine Clement), que teve o seu braço perdido graças ao agente K. Procurando vingança e, claro, a destruição da Terra, Boris volta ao passado (16 de julho de 1969) a fim de modificar essa história a seu favor. Junte-se a isso o fato de que J quer saber mais da vida de seu parceiro: o que houve na vida de K para ele se tornar tão ranzinza. O fato é que com essa viagem, J acaba conhecendo o agente K (Josh Brolin), quando jovem, totalmente diferente dos anos atuais.
Os melhores momentos, como sempre, são os diálogos de J e K. A interpretação de Tommy é fantástica como sempre e Josh soube criar um K jovem absolutamente perfeito. Will continua sempre hilário e querido.
Ou seja, mesmo com um filme fraco, é sempre uma delícia poder assistir essa dupla na telona.

Nota: 7

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Homens de Preto 3 (MIB – Men in Black 3)
Diretor: Barry Sonnenfeld
Atores: Will Smith, Tommy Lee Jones, Josh Brolin e Emma Thompson
2012, ficção científica – ação – comédia

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Amanhecer, parte 2 – O Final (The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 2)

Em a Saga Crepúsculo - Amanhecer - Parte 2, a felicidade dos recém-casados Bella Swan e Edward Cullen é interrompida quando uma série de traições e desgraças ameaça destruir o mundo deles. No fim da Parte 1, Bella quase morre, mas Edward consegue transformá-la em vampira. Ao ver Reneesme, filha de Bella, Jacob tem um amor à primeira vista. Bella não aceita esse fato no início, mas depois compreende. Porém, a criança que se desenvolve rapidamente é vista por Irina, do clã Denali. Irina conta aos Volturi sobre Renesmee, iniciando uma batalha sangrenta, que dará fim à Saga.

E com o Amanhecer – parte 2, finalmente tem o ponto final da saga vampiro-adolescente mais tudo que você quiser. Bom, esse “tudo” vai depender de cada um...
O fato é que o 4º. livro – chaaaaaaaato toda vida, diga-se de passagem – não tinha enredo suficiente para 2 filmes. Essa divisão foi puramente caça-níquel, para encher os cofres de todos os envolvidos. E vai enchar, não tenha dúvida disso.
Justamente por não ter história para manter essa 1 hora e um pouco mais de 15 minutos de filme, eles inventaram algo que deu bastante certo na telona, e aí eu tenho que parabenizar o diretor, Bill Condon, e a roteirista, Melissa Rosenberg. Disso não falarei mais, para não estragar a surpresa.
Outra coisa que percebemos nesse filme é um Edward (Pattinson) mais leve, sem aquela cara de “ah, coitado de mim, como sofro” e mais bem humorado (é difícil, em certos momentos, não lembrar da galhada plantada na cabecinha de Robert, mais isso não é problema nosso, não é mesmo?!). Bella (Stewart) realmente ficou bonita como vampira e a maternidade lhe caiu bem, mas a cara de “ah, tô com cólica terrível” permanece. O lobo Jacob (Taylor), ahhhh esse continua um gaaaaaato, mesmo em um papel ridículo de apaixonado pela pequena Renesmee (Mackenzie Foy), graças ao tal imprinting, um tipo de amor à primeira vista e para sempre.
Temos também o clã Cullen, achei todos mais bonitos e, claro, os Volturi cobertos com toneladas de pó-de-arroz e ar de superioridade exacerbada. Nesse epísódio novos vampiros, de vários cantos do mundo, surgem. Alguns bem interessantes. Inclusive, apareceram 2 vampiras vindas diretamente da Amazônia. Quem diria... Além de Saci-pererê, Mula sem Cabeça, Caipora etc, temos vampiros também !
O resto é o de sempre. Muitos closes, muitos olhares, muita luta, mas sem sangue porque vampiro que é vampiro não tem sangue. Exceto a Renesmee, mas isso é outra história. Várias falhas também foram cometidas, mas quem liga.
O fato é que, para quem gosta, o filme é apreciável. Para os adultos que terão que levar seus rebentos, afilhados e etc, saiba que essa atitude vai para a cota da caridade e contará muitos pontos. Só tome cuidado dentro da sala de exibição, porque os gritos das fãs enlouquecidas para verem os seus prediletos são inevitáveis. Ahhhh, a juventude...

Nota: 7

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Amanhecer, parte 2 – O Final (The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 2)
Diretor: Bill Condon
Atores: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner, Peter Facinelli
2012, romance

domingo, 18 de novembro de 2012

A Árvore da Vida (The Tree of Life)

Os O'Brien (Brad Pitt e Jessica Chastain) tiveram três filhos, criados com grande rigidez pelo pai. O mais velho deles, Jack (Sean Penn), sempre teve atritos com o pai, em parte por reconhecer em si mesmo um pouco dele. Além disto, já adulto, Jack enfrenta um forte sentimento de culpa devido à morte de seu irmão.

Se você quer um filme cabeça, cheio de galhos e ramificações, com um leque de interpretações, este é o filme. Agora se você quer desligar o cérebro, sem pensar em nada, nem chegue perto desse filme.
Não irei filosofar sobre o filme. Prefiro pegar apenas “um galho”, a família, e falar sobre ele.
Temos um pai que quer educar seus três filhos de uma maneira rígida e severa, mas tendo sempre em mente que está fazendo o que acha ser o melhor. A rigidez é tanta que os filhos passam a ter medo e com isso vão se distanciando do pai. Mas apesar de tudo, ele também tem momentos carinhosos com seus filhos, poucos, mas tem. A mãe é o coração, é o sopro de vida e esperança, mas é submissa. Não toma partido e quando o faz logo se cala.
É um filme que embrulha o estômago, que dá um sentimento de ira profunda, mas que ao mesmo tempo passa ternura, solidão e carência.
Ganhador da Palma de Ouro em Cannes, em 2011, A Árvore da Vida é um filme inquietante, mas serei honesta: na primeira 1:30h é de uma lentidão e tédio absoluto, mas se você perseverar, vai acabar gostando. Ou não !

Nota: 7

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A Árvore da Vida (The Tree of Life)
Diretor: Terrence Malick
Atores: Brad Pitt, Jessica Chastain e Sean Penn
2011, drama

domingo, 11 de novembro de 2012

007 - Operação Skyfall (Skyfall)

O vazamento de dados confidenciais revela a posição de diversos agentes infiltrados em células terroristas, colocando suas vidas em risco. O próprio James Bond é um dos afetados e precisa demonstrar sua lealdade a M para ajudá-la a resolver o problema. Logo ele passa a investigar quem está por trás do ataque ao MI6 e percebe que o responsável está bastante familiarizado com o modo de funcionamento da agência de espionagem britânica, por ter sido um de seus agentes no passado.

007 o agente secreto de sua majestade jamais perde o garbo e elegância. Representado por tantos atores (Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton e Pierce Brosnan), mas desde 2006 é Daniel Craig e seus estonteantes olhos azul céu, faz as honras da casa, digo, do MI6.
Neste filme Bond nos apresenta mais humano, mas não menos ácido. Sua batalha interna permeia suas atitudes, mas lhe dá força para seguir adiante. Em Skyfall as tradicionais Bondgirl dão lugar a uma única e impensável BondGirl: Javier Bardem. Claro que temos duas jovens lindas (Naomi Harris e a francesa Bérénice Marlohe), caidinhas pelo sex appeal de Bond, mas o título tem que ser de Javier. Nada mais direi, para não estregar o clima.
Daniel Craig continua perfeito ao estilo meio low profile de 007, mas Bardem (Silva) conquista com um vilão totalmente afetado, mas extremamente rancoroso. Um renegado em busca de vingança e é o ódio que o trai, diga-se de passagem. Ele poderia ter sido um “Coringa” para o 007, se fosse melhor aproveitado... Mesmo assim sua atuação é digna de, pelo menos, uma indicação ao Globo de Ouro e até mesmo ao Oscar.
Nessa guerra nem sempre silenciosa entre o ultrapassado e moderno, passado e futuro, novo e velho, deixando dúvidas quanto ao estado físico e mental do agente James Bond, um trecho da poesia de Tennyson, recitado por M (Judi Dench) durante o julgamento, resume magistralmente o espírito do filme: “Ainda que muito esteja perdido, muito nos resta; / e ainda que perdida a força dos velhos dias / que movia céus e terras; somos o que somos; / uma coragem única nos corações heróicos, / débeis pelo tempo e pelo destino, mas persistentes / em lutar, achar, buscar, jamais render.”
O filme é muito bom e, claro, a música tema cantada por Adele é belíssima: ...We will stand tall at skyfall Porque este não é o fim... 007 está mais vivo do que nunca. \o/

Nota: 8

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007 - Operação Skyfall (Skyfall)
Diretor: Sam Mendes
Atores: Daniel Craig, Javier Bardem, Judi Dench, Bérénice Marlohe e Ralph Fiennes
2012, ação

sábado, 27 de outubro de 2012

O espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man)

Peter Parker (Andrew Garfield) é um rapaz tímido e estudioso, que inicou há pouco tempo um namoro com a bela Gwen Stacy (Emma Stone), sua colega de colégio. Ele vive com os tios, May (Sally Field) e Ben (Martin Sheen), desde que foi deixado pelos pais, Richard (Campbell Scott) e Mary (Embeth Davidtz). Certo dia, o jovem encontra uma misteriosa maleta que pertenceu a seu pai. O artefato faz com que visite o laboratório do dr. Curt Connors (Rhys Ifans) na Oscorp. Parker está em busca de respostas sobre o que aconteceu com os pais, só que acaba entrando em rota de colisão com o perigoso alter-ego de Connors, o vilão Lagarto.

Na verdade o Homem-Aranha nunca foi meu herói preferido, embora adore a musiquinha: Spider-man, Spider-man, does whatever a spider can / Spins a web any size catches thieves just like flies / Look out here comes the Spider-man... Porém, devo concordar que há um certo charme em Peter Parker. Um jovem comum, nerd, apaixonado pela ciêmcia, mas totalmente desinteressante. Ele acaba sendo picado por uma aranha radioativa que o transforma em um rapaz mais forte, mais ágil, mais viril, além de lhe proporcionar outros dons. Tem ou não tem pegada?
Nessa versão com Andrew Garfield, Peter Parker gosta de ser herói, gosta de ter força e em nenhum momento ficou com crise existencial. É uma leve diferença, mas faz muita diferença, se é que você me entende...
Falando em diferenças, temos a morte do tio Bem (Martin Sheen) que aqui é bem diferente e aí sim poderia ter feito um baita estrago na vida de Parker, mas não fez. Acho até que Parker e tia May (Sally Field – adoro ela) não sentiram tanto assim a ausência do tio. tsc tsc tsc A paixão pela Gwen Stacy (Emma Stone) continua a mesma, mas neste longa não há mistérios, pois ela sabe que ele é o Homem-Aranha.
Aqui abro um parênteses para expressar a minha incredulidade, desagravo e frustração quando vi que este Homem-Aranha tem um lançador de teia, com teia de aranha criada cientificamente. Isso foi demais para mim... Como assim???? Fala sério !!!
Na realidade o filme não tem o estilo poético daquele Homem-Aranha de 2002, estrelado por Tobey Maguire, mas tem humor. Além disso, Andrew está muito a vontade como o PP/HA e os demais estão conforme seus papéis, nada além. Ah, e também temos ação envolvente com o vilão Lagarto/Dr. Curt Connors (Rhys Ifans).
Assim sendo, o filme é bem simpático e vale a pena dar uma conferida.

Nota: 7

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O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man)
Diretor: Marc Webb
Atores: Andrew Garfield, Emma Stone e Rhys Ifans
2012, ação - fantasia - aventura

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Alexandria (Ágora)

Sob o domínio Romano, a cidade de Alenxadria é palco de uma das mais violentas rebeliões religiosas de toda história antiga. Judeus e cristãos disputam a soberania política, econômica e religiosa da cidade. Entre o conflito, a bela e brilhante astrônoma Hypatia (Rachel Weisz) lidera um grupo de discípulos que luta para preservar a biblioteca de Alexandria. Dois deles disputam o seu amor: o prefeito Orestes (Oscar Isaac) e o jovem escravo Davus (Max Minghella). Entretanto, Hypatia terá que arriscar a sua vida em uma batalha histórica que mudará o destino da humanidade.

Esse filme conta a história da matemática e filósofa Hypatia, de Alexandria, que viveu no Egito do séc IV d.C., início da decadência do Império Romano. Filha do filósofo Theon, o último diretor da Biblioteca e Academia de Alexandria, Hypatia dava aulas de astronomia e filosofia. Entre seus alunos, cristãos, judeus e pagãos,  estavam Orestes e Sinésio, futuros prefeito de Alexandria e bispo de Cirene, respectivamente. Em 415 foi brutalmente assassinada por uma multidão de cristãos, acusada de incitar uma guerra religiosa.
É o tipo de filme que eu gosto, daqueles que, ao final, vou correndo ao oráculo moderno, o Google, para fazer uma pesquisa sobre a personagem, a época, além de tirar uma dúvida quando ao incêndio que destruiu a Biblioteca de Alexandria (Você sabia que existiam 2 Bibliotecas de Alexandria, a mãe e a filha?).
Claro que houve liberdade de criação. Por exemplo, Hypatia morreu aos 65 anos e não aos 30/40 anos como aparenta o filme. De qualquer maneira, o filme é muito mais do que isso. Ele nos mostra o perigo do fanatismo religioso, um problema mais atual do que nunca. Existem pessoas que melhoram com seus erros, mas como um todo, a humanidade parece que não consegue aprender e acaba sempre cometendo as mesmas imprudências. O perseguido passa a ser o perseguidor, espalhando ira, ódio e intolerância, tudo ao contrário do que eles mesmos pregam. Como acreditar?
Hypatia (belíssima atuação de Rachel Weisz) era a mulher a frente de seu tempo, apaixonada pela verdade. Viveu, infelizmente, na época em que ser mulher era ser o pior do pior, mesmo sendo intelectual. Ou, melhor dizendo, o fato de ser intelectual piorava ainda mais. Pelo menos, para os ignorantes tacanhos. E existem até hoje...
O longa não foi muito divulgado e teve problemas no seu lançamento na Itália, Estados Unidos e nos países islâmicos. É uma pena. O fanatismo silenciou a busca do conhecimento de uma antiga civilização. Perdemos muito e, ao que parece, não aprendemos nada.

Nota: 9

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Alexandria (Ágora)
Diretor: Alejandro Amenábar
Atores: Rachel Weisz, Max Minghella, Oscar Isaac, Ashraf Barhom
2009, drama – romance

domingo, 30 de setembro de 2012

Gia - Poder e Destruição (Gia)

Em tom de documentário é narrada a vida de Gia Maria Carangi (Angelina Jolie), uma jovem da Filadélfia que tenta a sorte em Nova York e logo se torna uma das top models mais requisitadas do mundo, sendo inclusive capa da Vogue e da Cosmopolitan. Mas sua fama meteórica vem acompanhada de uma paixão homossexual por Linda (Elizabeth Mitchell), que se tornaria o grande amor da sua vida mas era um relacionamento instável. Esta insegurança no amor, na família e em diversos momentos da sua vida a transformam em uma viciada em heroína, sendo que esta dependência às drogas cada vez mais incontrolável provocaria sua decadência.

No estilo documentário, este filme conta a história de Gia Marie Carangi, uma jovem da Filadélfia que, por sua beleza e sorte, conquistou fama e sucesso em pouquíssimo tempo no mundo da moda. Ela foi a modelo mais bem paga do mundo por 3 anos consecutivos. Porém, da mesma maneira que subiu, caiu como um cometa e, aos 26 anos de idade, morreu vítima da AIDS.
Gia (belíssima interpretação de Angelina Jolie) enfrentou sérios problemas familiares: a separação dos seus pais de maneira dramática (a mãe traia o pai e foi morar com o amante). Assim que entrou na vida de modelo, entrou também no mundo das drogas, cocaína e heroína, além de sofrer certo preconceito por ser assumidamente bissexual.
Adiante do seu tempo, Gia levou a vida como bem quis. Nunca se sentiu presa a nada. Porém, sentimentalmente insegura e carente. O Grande amor de sua vida foi a maquiadora Linda (Elizabeth Mitchell), que não era tão moderna assim e demorou a assumir seus sentimentos. Na verdade ela também tinha medo...
O filme é sensível e hipnótico, isso muito se deve a excelente atuação de Jolie, que ganhou o seu 1º Globo de Ouro de Melhor Atriz com esse papel. O longa também serve de alerta, pois esse mundo não é fácil. Hoje em dia a situação pode até estar um pouco menos opressivo, mas de qualquer maneira cai bem aquele velho ditado: se não sabe brincar, não desce pro play.

Nota: 7

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Gia - Poder e Destruição (Gia)
Diretor: Michael Cristofer
Atores: Angelina Jolie, Elizabeth Mitchell, Eric Michael Cole e Faye Dunaway
1998, drama biográfico

terça-feira, 25 de setembro de 2012

The Voice Brasil

Uma das melhores estreias deste 2º semestre de 2012.
Com uma proposta diferenciada, o candidato é escolhido, nesta primeira etapa, apenas por sua voz. Caso mais de um jurado o escolha, é o candidato que deverá escolher com quem quer trabalhar. Os 4 jurados são:

Daniel – Com 30 anos de carreira, já atingiu a marca de 13 milhões de discos vendidos. O álbum com as músicas do filme “O Menino da porteira” foi vencedor do Grammy Latino.
Não sou fã do genero sertanejo, mas Daniel tem o seu valor e isso é fato. Tem uma voz lindo, tem carisma, é o bom rapaz. Tem cara que será um mentor bem rigoroso, mas sem perder a ternura.

Claudia Leitte - Em quatro anos de carreira solo, já ultrapassou a marca de 1,5 milhão de discos vendidos. Seu álbum, “As Máscaras”, foi indicado ao Grammy Latino.
Não morro de amores, mas eu gosto dela. Ela é linda, tem uma voz incrível, tem um ar meiguinho, mas tem força. Pode surpreender como mentora, se o povo deixar a insegurança, inveja e a suspeita de lado. O pré-conceito pode atrapalhar...

Carlinhos Brown - É o que se pode chamar de multimúsico. Criador do grupo Timbalada, ele foi indicado ao Oscar pela trilha sonora do filme “Rio”. Participou do projeto “Os Tribalistas”, com os amigos Marisa Monte e Arnaldo Antunes.
Não é o meu artista favorito, confesso. Ele me parece um daqueles ecochatos musicais, mas sem dúvida o cara tem carisma e personalidade.

Lulu Santos - Em mais de 30 anos de estrada, Lulu Santos lançou 23 álbuns e teve mais de 50 músicas no topo das paradas. Já vendeu mais de 7 milhões de discos.
Adoooro o Lulu, embora ele me passe ser um pouco pedante e arrogante. Porém, é indiscutivelmente excelente compositor, cantor e músico. Quem estiver no grupo dele tem que ser esponja mesmo: deve sugar tudo o que esse cara há de oferecer.

Já no primeiro programa, alguns candidatos já me surpreenderam: o carioca Gustavo Fagundes, a novaiorquina Alma Thomas (ela me fez chorar!)e a paraense Liah Soares.
Esse foi o primeiro e já virei fã de carteirinha. Vamos ver como ficarão as equipes (cada técnico deverá escolher 12 candidatos) e quem entrará na segunda fase que será o desafio 2 em 2.
Depois dessa fase, a votação estará por nossa conta, e pelo que vi neste primeiro dia, um só ganhará, mas todos têm competência e voz para seguirem e fazerem uma bela carreira.

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The Voice Brasil
Aos domingos - TV Globo

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Emmy 2012

Ocorreu no domingo, 23 de setembro de 2012, a 64ª Cerimônia do Emmy, oferecido pela Academia de Televisão, Artes e Ciências dos EUA.
Os vencedores são:

Melhor série dramática: Homeland
Melhor atriz em série dramática: Claire Danes (Homeland)
Melhor ator em série dramática: Demian Lewis (Homeland)
Melhor atriz coadjuvante em série dramática: Maggie Smith (Downton Abbey)
Melhor ator coadjuvante em série dramática: Aaron Paul (Breaking Bad)
Melhor atriz convidada em série dramática: Martha Plimpton (The Good Wife)
Melhor ator convidado em drama: Jeremy Davies (Justified)
Melhor série cômica: Modern Family
Melhor atriz em série cômica: Julia Louis-Dreyfus (Veep)
Melhor ator em série cômica: Jon Cryer (Two and a Half Men)
Melhor atriz coadjuvante em série cômica: Julie Bowen (Modern Family)
Melhor ator coadjuvante em série cômica: Eric Stonestreet (Modern Family)
Melhor minissérie ou filme feito para TV: Game Change
Melhor atriz coadjuvante em minissérie ou filme feito para TV: Jessica Lange (American Horror Story)
Melhor ator coadjuvante em minissérie ou filme feito para TV: Tom Berenger (Hatfields & McCoys)
Melhor programa de variedade, música ou comédia: The Daily Show with Jon Stewart
Melhor programa de reality show: The Amazing Race
Melhor roteiro de série cômica: Louis C.K. (Louie)
Melhor diretor de série cômica: Steven Levitan (Modern Family)
Melhor apresentador de reality: Tom Bergeron (Dancing with Stars)
Melhor roteiro de série dramática: Alex Gansa, Howard Gordon e Gideon Raff (Homeland)
Melhor ator convidado em série cômica: Jimmy Fallon (Saturday Night Live)
Melhor atriz convidada em série cômica: Kathy Bates (Two and a Half Men)
Melhor direção de série dramática: Tim Van Patten (Boardwalk Empire)
Melhor diretor de especial de variedade, música ou comédia: Glenn Weiss (65th Annual Tony Awards)
Melhor atriz em minissérie ou filme feito para TV: Julianne Moore (Game Change)
Melhor ator em minissérie ou filme feito para TV: Kevin Costner (Hatfields & McCoys)
Melhor roteiro de minissérie ou filme feito para TV: Danny Strong (Game Change)
Melhor diretor de minissérie ou filme feito para TV: Jay Roach (Game Change)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ted (Ted)

É Natal e o pequeno John tem apenas um pedido a fazer ao Papai Noel: que seu ursinho de pelúcia, Ted, ganhe vida. O garoto fica surpreso ao perceber que seu pedido foi atendido e logo eles se tornam grandes amigos. John e Ted crescem juntos e o urso de pelúcia se torna bastante mal humorado com a idade. Já adulto, John (Mark Wahlberg) precisa decidir entre manter a amizade de infância ou o namoro com Lori Collins (Mila Kunis).

Não se engane. O urso ganha vida é de pelúcia, mas o filme não tem nada, absolutamente nada de infantil. Portanto, se você estava pensando em fazer bonito com seus filhotes neste final de semana, esqueça ! Veja outro filme.
O produtor, diretor, roteirista é o mesmo que teve a idéia: Seth MacFarlane. Para aqueles que ainda não perceberam nada, Seth é o criador das animações Family Guy (aqui é conhecida como Uma Família da Pesada) e American Dad. Aí você já tem idéia: esse filme realmente não é para crianças !
O longa começa em 1985. John Bennett, 8 anos, é um menino sem amigos. No Natal ele ganha dos pais um ursão de pelúcia, daqueles que quando aperta o peito diz “eu te amo”. O menino gostou tanto que fez um pedido, do fundo do seu coração, para que Ted (o urso / Seth MacFarlane) ganhasse vida e se tornasse, para sempre, o seu melhor amigo. E não é que deu certo ! Eles se tornam celebridade. Os anos passam, Ted segue sendo o seu amigo fiel, mas John (Mark Wahlberg) já é um homem feito, com uma namorada de 4 anos, Lori (Mila Kunis), que em um determinado momento pede para ele crescer, ter vida de adulto e para isso deve ter mais responsabilidade e criar uma certa distância de Ted. Aí...
O filme é uma sucessão de absurdos. O primeiro, óbvio, é um urso ganhando vida. Uma briga de socos e chutes, entre John e Ted, imaginem ! Ted taradíssimo... Nem queira saber o que ele usa para fazer a vez do seu órgão genital... Mas as mulheres que ele conquista adoram. Vai entender !
Confesso que não achei o filme tão engraçado assim, mas acredito que a principal razão se deva ao fato de que eu não estava preparada para um ursinho de pelúcia, de carinha meiga e fofa, ser absurdamente desbocado, pervertido e louco. Acho que se não fosse isso, eu até teria gostado mais do filme.

Nota: 7

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Ted (Ted)
Diretor: Seth MacFarlane
Atores: Mark Wahlberg, Mila Kunis, Giovanni Ribisi e Seth MacFarlane (voz do Ted) 2012, comédia

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Paixão Sem Limites (Tres Metros Sobre el Cielo)

História de dois jovens que pertencem a mundos diferentes. É a crônica de um amor improvável, quase impossível, mas que os arrasta inevitavelmente a uma jornada frenética onde descobrem um grande amor. Babi (Maria Valverde) é uma garota de classe média-alta, educada, bondosa e inocente. Hache (Mario Casas) é um garoto rebelde, impulsivo, inconsciente, tem um apetite para o risco e perigo encarnado em brigas intermináveis e corridas de moto ilegal, fora do limite do bom senso.

Ahhh o amor... E quem não teve a fase “amor bandido”? O coração acelera e o sangue corre velozmente nas veias, toda vez que ve o rapaz bonito, simpático, um pouco petulante, absurdamente encrenqueiro, mas carinhoso e educado. É uma loucura !
Este filme é um pouco disso. Hache (Mario Casas) é um jovem rapaz que guarda para si um segredo que o transformou em um violento rebelde. Quando conhece Babi (María Valverde) ele descobre o verdadeiro amor, o porto seguro que lhe dá paz e tranquilidade. Infelizmente, nenhum mar é eternamente tranquilo e ondas altas começam a bater na praia.
Em um filme romântico você já imagina uma série de clichês e alguns até acontecem, mas o filme, produção totalmente espanhola, é lindo demais. Ele é terno, delicado. Você não consegue desviar o olhar. As cenas são intensas, a troca de olhares são diálogos sem som. As cenas românticas, a adrenalina das brigas e os rachas de moto são todas produzidas com esmero. O cuidado com cada detalhe é nítido. Além disso, não posso esquecer o principal: todos, todos os atores estão perfeitos em seus papéis.
O final é reflexivo... A minha metade romântica não gostou, ficou triste. Mas a minha metade racional sabe que esse era o final mais lógico. A três metros acima do céu, tudo são flores, não é mesmo?!
O filme é baseado no livro de Federico Moccia. Nunca li um livro dele, mas depois desse filme, já adicionei o nome do autor na minha lista de compras. Fiquei, realmente, encantada com o filme e recomendo para todos que apreciam um belo longa de romance, sem cair na pieguice.

Nota: 9

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Paixão Sem Limites (Tres Metros Sobre el Cielo)
Diretor: Fernando González Molina
Atores: Mario Casas, María Valverde, Álvaro Cervantes e Marina Salas
2010, romance – drama

domingo, 9 de setembro de 2012

Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros (Abraham Lincoln: Vampire Hunter)

Depois da morte de sua mãe, causada por uma criatura sobrenatural, o décimo sexto presidente dos Estados Unidos passa a caçar vampiros e seus aliados. Abraham Lincoln descobre que vampiros estão planejando dominar o país. E sua missão será eliminá-los.

De uns dois anos pra cá, mais ou menos, está na moda o que é chamado de mashup literário, uma mistura de livros clássicos da literatura com histórias contemporâneas de vampiros, bruxas, zumbis etc. Essa moda também já atingiu a literatura brasileira: Dom Casmurro e os Discos Voadores; O Alienista Caçador de Mutantes; Senhora, a Bruxa e Escrava Isaura e o Vampiro.
Assim, este filme é baseado no livro homônimo de Seth Grahame-Smith, que também fez o roteiro do filme, em uma produção de Tim Burton (só podia!). O que eu achei desse filme? Ah, fala sério !
Achei tudo muito tosco. Se ele fosse apenas uma comédia e nada mais que isso, seria, no mínimo, assistível. O problema é que todos que fizeram esse filme levaram ele a sério, imagina... Além disso, os vampiros são absolutamente sem graça e o que é pior, sem nenhum charme e isso para mim é um crime.
Abraham Lincolm, interpretado por Benjamin Walker é uma Buffy (a caça vampiros da série de tv) de calça, mas sem pegada. Graças a maquiagem, até que o cara acaba se parecendo com o 16º presidente norte-americano, mas e daí?
Um filme que não leva nada a lugar algum. Na verdade, lá pelas tantas, você começa a pensar: “o que eu estou fazendo aqui?” A poltrona começa a ficar desconfortável e a única saída é torcer para que o mico hollywoodiano termine logo.
Dizem que haverá o filme de outro mashup: “Orgulho e Preconceito e Zumbis”, também escrito por Seth. Que Deus nos livre dessa maldição e que Jane Austen aonde quer que esteja, não descubra o que fizeram com a sua obra.

Nota: 5

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Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros (Abraham Lincoln: Vampire Hunter)
Diretor: Timur Bekmambetov
Atores: Benjamin Walker, Dominic Cooper, Anthony Mackiemais e Mary Elizabeth Winstead
2012, ação - fantasia - terror

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Inquietos (Restless)

Annabel Cotton (Mia Wasikowska) é uma bela e encantadora paciente terminal de câncer com um profundo amor pela vida e pelo mundo natural. Enoch Brae (Henry Hopper) é um rapaz que perdeu a fé na vida, após uma tragédia familiar. Quando esses dois se esbarram por acaso em um funeral, descobrem muitas coisas em comum em suas vivências extraordinárias de mundo.

Dois jovens se conhecem em um velório. Eles têm algo em comum: a morte.
O rapaz, Enoch (Henry Hopper, filho do falecido ator Dennis Hopper), foi considerado morte por 3 minutos, e a jovem, Annabel (Mia Wasikowska), tem apenas 3 meses de vida. E nesse processo, ambos se tornam amigos e namorados, e crescem em sentimento e força.
O filme é sensível, terno e suave. Desde o início sabemos o final, mas o que conta é o caminho trilhado pelo jovem casal que, desde cedo, lidam com a morte.
A atuação dos jovens foi primorosa e o elenco de apoio não fica atrás. Destaco a participação de Ryo Kase, como um fantasma de um kamikaze da Segunda Guerra.
Embora o fio condutor seja a morte, o filme não é triste nem doloroso, muito pelo contrário. É um filme que, acima de tudo, passa esperança e vontade de viver todos os momentos ao máximo.

Nota: 8

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Inquietos (Restless)
Diretor: Gus Van Sant
Atores: Mia Wasikowska, Jane Adams, Schuyler Fisk, Henry Hopper e Ryo Kase
2011, drama

segunda-feira, 3 de setembro de 2012





Michael Clarke Duncan


Chicago, 10 dez 1957 /
Los Angeles, 03 set 2012





Minha homenagem a Michael que faleceu hoje, aos 54 anos, mas nos deixou uma série de filmes fantásticos, como por exemplo:

- Armageddon (1998)
- À espera de um milagre (1999)
- Meu vizinho mafioso (2000)
- Sin City (2005)
- A Ilha (2005)
- Comendo pelas beiradas (2009)
etc.

domingo, 2 de setembro de 2012

Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud and Incredibly Close)

Oskar Schell (Thomas Horn) é uma criança excepcional: inventor amador, admirador da cultura francesa, pacifista. Aos 11 anos de idade, ele encontra uma misteriosa chave que pertencia a seu pai, que morreu no atentado às Torres Gêmeas no dia 11 de setembro de 2011, e embarca em uma jornada secreta pelas cinco regiões de Nova York. Enquanto vaga pela "Grande Maçã", Oskar encontra pessoas de todos os tipos.

Este filme é uma adaptação do best seller “Extremamente Alto & Incrivelmente Perto” de Jonathan Safran Foer.
Há algum tempo eu busquei, quase desesperadamente, por um livro escrito por ele: “Está Tudo Iluminado” (Everything is Illuminated). Em todas as livrarias que pesquisei o livro estava esgotado. Finalmente uma amiga minha descobriu o livro em uma locadora de livros que ela frequenta, em Ipanema. Pegou e finalmente pude ler. Não gostei... Gostei... Não sei... Jonathan Safran Foer escreve de uma maneira diferente, fora do convencional e senti certa dificuldade em gostar inteiramente do livro.
Quando soube que este filme era baseado em um livro dele, fiquei meio reticente, mas sabia que eu teria que vê-lo, mais cedo ou mais tarde... Baixei o filme e ele ficou ali, guardadinho no meu computador até que finalmente chegou a hora de assisti-lo. Tudo tem o seu momento certo, não há dúvida.
Não tenho palavras para descrever este filme. Só posso dizer que a interpretação de todos foi magistral e que o filme é tocante, sincero, sensível, pungente, doloroso... Chorei muito, principalmente nos minutos finais, principalmente quando tive a certeza de que o que havia pensado era verdade.
O filme não foi sucesso de bilheteria, de público e de crítica. Que se danem todos ! O filme é para quem tem sensibilidade, talvez um pouco piegas, mas e daí? Eu amei o filme, recomendo e não tenho nenhuma vergonha em parecer manteiga derretida.

Nota: 10

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Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud and Incredibly Close)
Diretor: Stephen Daldry
Atores: Tom Hanks, Sandra Bullock, John Goodman, Max von Sydow e James Gandolfini
2012, drama

sábado, 25 de agosto de 2012

360 (360)

A história examina certa moralidade sexual entre classes sociais, utilizando vários personagens que mantêm relações sexuais dentro e fora de suas respectivas classes. A obra é baseada na peça do austríaco Arthur Schnitzler, que causou polêmica e escândalo em 1900.

Traição ! Traição merece perdão?
Não importa o quanto você seja feliz em sua relação, mas o fato é que mais cedo ou mais tarde você acabará caindo na tentação... Fisicamente ou não. E este filme é isso, uma apresentação dos vários tipos de traição. Você pode trair o seu parceiro e/ou sua parceira, você pode trair a sua ideologia e princípios, você pode trair a si mesmo... Essa, em minha opinião, é a pior delas.
Tudo começa quando Mirka (Lucia Siposová) resolve ser uma garota de programa e seu primeiro trabalho é distrair um empresário inglês, Michael (Jude Law), que nunca fez isso antes. A partir daí segue uma teia de encontros, desencontros e reencontros.
O filme tem participações de Rachel Weisz, Bem Foster (adorei a interpretação e a riqueza do personagem Tyler, pena que, para este tipo de filme, não há tempo para a história ser mais bem explorada), os brasileiros Maria Flor e Juliano Cazarré, entre outros. Sem contar o extraordinário Anthony Hopkins que fez um senhor que passou anos e anos de sua vida em busca de sua filha e, com isso, esquecendo-se de viver. O filme é interessante, porém não pode ser considerado excelente, mas um filme mediano.
Nós não torcemos por ninguém e não desejamos nada. Apenas estamos ali, diante de uma telona, voyeristicamente assistindo ao que se passa na vida desses personagens.
Provavelmente essa era a intenção do brasileiro Fernando Meirelles, diretor do filme, mas eu prefiro mergulhar na alma dos personagens, coisa que neste longa não rolou.

Nota: 7

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360 (360)
Diretor: Fernando Meirelles
Atores: Anthony Hopkins, Jude Law, Rachel Weisz, Ben Foster e Vladimir Vdovichenkov
2012, drama

domingo, 5 de agosto de 2012

Bel Ami – O Sedutor (Bel Ami)

Durante a década de 1890, em Paris, Georges Duroy transita entre os bares mais imundos e os salões mais opulentos. Ele usa seu poder de sedução para tentar sair de sua situação social precária e conquistar a riqueza, neste mundo em que a política e a mídia brigam pelo poder, onde o sexo é uma arma e a fama é uma obsessão. Duroy se transforma em um dos homens mais desejados entre as mulheres da alta sociedade parisiense do século XIX.

O filme, que é uma adaptação do romance de 1886 do francês Guy de Maupassant e (eu não li, mas dizem que é bem interessante), para mim, pode ser resumido em uma única palavra: tedioso !
Georges Duroy (Pattinson) é um jovem jornalista ambicioso e quer pertencer ao high society de qualquer jeito. Assim, ele passa a seduzir a mulherada que lhe convém para tirar proveito e realizar seu desejo.
Uma Thurman (Madeleine Forestier ) sempre ousando, perfeita nas suas interpretações. Christina Ricci (Clotilde de Marelle) é uma esfinge, desde Wednesday Addams, e Kristin Scott Thomas (Virginie Rousset) sempre econômica e corretinha . Robert Pattinson, com eterna cara de “tô com dor dentro do meu peito” (agora deve estar mesmo, já que é o corno mundialmente conhecido, mas o filme foi antes disso e não vamos aqui fofocar sobre o assunto), fez o seu papel direitinho. Aliás, quero deixar claro que o que falta nele é ser dirigido por um diretor de pulso e respeito. Ainda acredito que Robert possa desabrochar como um bom ator e deixar para trás atuações bobas e medianas.
Com uma história interessante: a ascensão social a qualquer custo (aqui a moeda de troca é o sexo), o filme é arrastado, cansativo e não decola. Não decola justamente porque focou apenas na sedução e transformou Georges Duroy em um ignorante que só sabe usar seu charme. Ele manipula ou é manipulado? É uma pena que não mergulharam a fundo nessa parte da história, muito mais interessante e sedutora, diga-se de passagem.
O filme é curioso, é razoável, mas podia ser muito melhor.

Nota: 6

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Bel Ami – O Sedutor (Bel Ami)
Diretor: Declan Donnellan e Nick Ormerod
Atores: Robert Pattinson, Uma Thurman, Cate Blanchett e Christina Ricci
2012, drama - romance

domingo, 29 de julho de 2012

Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises)

Em Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, Christopher Nolan retorna para finalizar a trilogia épica teve início com Batman Begins e atingiu a marca de 1 bilhão de dólares com Batman - O Cavaleiro das Trevas. Batman agora é perseguido pela lei acusado de ter assassinado Harvey Dent, em uma busca liderada por seu amigo Comissário Gordon. Ele precisa lidar rapidamente com a chegada do novo vilão Bane, que causa destruição e caos em Gotham City, enfrentar velhas feridas com a enigmática Selina Kyle e salvar a cidade antes que tudo seja perdido para sempre.

Eis um herói pelo qual possuo um carinho afetivo (além de Thor, é claro). Batman remete a minha infância, quando assistia a série cult televisiva, estrelada por Adam West e Burt Ward.
Vi todos os filmes de Batman, estrelado pelos mais diversos atores, mas é inegável que Christian Bale fez um trabalho impecável. Trouxe o herói, cheio de traumas, angústias e ironia para os dias de hoje. Ou seja, é real. Ele pode até existir.
Assim, não só, mas também devido a atuação de Bale, Batman Begins superou as expectativas, pelo manos as minhas, e foi sucesso. Depois veio Batman – O Cavaleiro das Trevas absolutamente arrasador e intenso, trazendo aquele que, inegavelmente, está no altar dos melhores vilões do cinema: Coringa, com a performance precisa e marcante de Heath Ledger.
O que esperar do último filme da trilogia dos irmãos Nolan? Essa era a pergunta que não se calava, até hoje.
Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge tem 164 minutos de ação sufocante, intensa, demolidora. Ou seja, foi incrível !
Nesse longa encontramos um Bruce Wayne deprimido, sem animo para nada, completamente recluso em sua casa. O que o salva é, de certa maneira, a curiosidade e certo encantamento pela Mulher-Gato/Selina, que Anne Hathaway imprimiu sensualidade, ironia e agilidade a gatuna. Essa curiosidade o leva a outro vilão Bane (Tom Hardy), que já no visual imprime um certo medo e respeito.
Enfim, vida de herói não é fácil e mesmo deprê, Bruce teve que sair da toca, vestir a roupa (“máscara não é para se proteger, mas para proteger aqueles a quem você ama”, frase que nosso herói não se cansa de repetir ao longo do filme) e ir à luta para salvar Gotham City e seu povo. Tudo isso com pitadas de frases de autoajuda, de ironia e de reflexão.
Também temos vários novos personagens (como Miranda Tate e o policial John Blake, por exemplo) e alguns velhos conhecidos (Alfred, comissário Gordon e Sr. Fox), que fazem uma participação especial e não serei eu que falarei aqui. Aliás, não entrarei em nenhum detalhe sobre o filme em si, para não estragar as surpresas, que são muitas.
O fato é que este filme é imperdível e fecha uma trilogia que entrará na lista dos Top de qualquer crítico ou fã, tal qual Poderoso Chefão, por exemplo.

Nota: 9

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Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises)
Diretor: Christopher Nolan
Atores: Christian Bale, Gary Oldman, Tom Hardy, Joseph Gordon-Levitt, Anne Hathaway, Marion Cotillard, Morgan Freeman, Michael Caine
2012, ação

domingo, 22 de julho de 2012

Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras (Sherlock Holmes - The Game of Shadows)

Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) continua desenvolvendo novos disfarces e maneiras de ludibriar seus oponentes, enquanto seu fiel escudeiro John Watson (Jude Law) está prestes a se casar e sair numa lua de mel dos sonhos com sua amada Mary Morstan (Kelly Reilly). A única coisa que o caro Watson não contava era que seu amigo Holmes apareceria com uma nova teoria conspiratória de que o ardiloso Professor Moriarty (Jarred Harris) estaria por trás de uma série de assassinatos, que visam desestabilizar a paz mundial.

Cínico, irônico, louco, inteligente, egocêntrico, alucinado e alucinante, este é Sherlock Holmes na excelente interpretação de Robert Downey Jr.
Com ação do início ao fim, neste longa não temos tanta descarga sexual entre Holmes e Watson (Jude Law) como tivemos no primeiro, mas os laços de amizade irrestrita estão lá, bem como o ciúmes de Holmes. Também temos a presença de Mycroft (Stephen Fry), o irmão mais velho de Holmes (a excentricidade é de família).
Este segundo filme é empolgante e eletrizante. As cenas da fuga na floresta, filmada com câmeras especiais que nos mostram a verdadeira potência dos tiros, nos deixam acelerados; e os slow motions que traduzem os pensamentos de Holmes continuam, como no primeiro longa. A cena do jogo de xadrez é o cenário perfeito para o embate final entre Holmes e o professor Moriarty (Jared Harris). Entrar no cérebro desses dois homens é um dos pontos altos da história.
Enfim, Sherlock Holmes 2 é imperdível.

Nota: 9

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Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras (Sherlock Holmes - The Game of Shadows)
Diretor: Guy Ritchie
Atores: Robert Downey Jr., Jude Law, Jared Harris, Kelly Reilly e Stephen Fry
2011, ação – Aventura

domingo, 15 de julho de 2012

A Era do Gelo 4 (Ice Age: Continental Drift)

O novo filme da turma gelada traz o tema do efeito estufa e o degelo como pano de fundo para ilustrar uma série de acontecimentos. O faminto esquilo Scratch provoca a separação dos continentes devido a sua fixação pela noz, que insiste em se afastar dele tornando-se quase uma maldição. Agora, os amigos Manny, Diego e Sid estão à deriva em alto mar e usando icebergs como embarcações. Enquanto isso, Sid reencontra sua mal-humorada avó, e deve lutar contra terríveis piratas, determinados a impedir que o grupo encontre o caminho de casa.

Esse filme é a prova de que A Era do Gelo já deu o que tinha que dar, e isso desde o terceiro filme.
O filme começa com o esquilo Scrat (sempre ele !) tentando enterrar uma noz no gelo e eis que... Ele se torna responsável pelos deslocamentos continentais. tsc tsc tsc Com isso, Sid, Manny e Diego acabam se separando da família e de todo o bando, e vão para alto mar. Além das intempéries climáticas, eles tem que enfrentar um bando de piratas toscos, liderados pelo Capitão Entranha, uma espécie de gorila.
Mais uma vez o mote principal do filme é a amizade, a lealdade, a família e a necessidade que sentimentos de pertencer a um grupo. Acho muito bom que se bata sempre nessa tecla, afinal de contas o público alvo é, de fato, o infantil e essas qualidades devem ser sempre admiradas e ressaltadas.
O fato é que a história do filme, ao contrário das ondas que Manny e seus amigos enfrentaram, foi uma obviedade chata e entediante. Quando conhecemos a família de Sid, cheguei a pensar que o filme seguiria um caminho interessante, mas não ocorreu.
Mesmo assim a criançada vai curtir porque, para elas, o que interessa é rever os três amigos e, claro, o sempre hilário Scrat.

Nota: 7

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A Era do Gelo 4 (Ice Age: Continental Drift)
Diretor: Steve Martino, Mike Thurmeier
Vozes: Ray Romano, Denis Leary, John Leguizamo, Peter Dinklage, Queen Latifah
2012, animação – infantil

sábado, 7 de julho de 2012

Homens e Deuses (Des Hommes et des Dieux)

Década de 90. Um grupo de oito monges franceses vive em um mosteiro localizado no alto de uma montanha na Argélia. Liderados por Christian (Lambert Wilson), eles vivem em perfeita harmonia com a comunidade muçulmana local. O exército oferece proteção contra as ameaças que surgem, mas os monges a recusam. Preferem levar sua vida de forma simples, dando continuidade à sua missão independente do que vier a acontecer com eles.

O filme, vencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes 2010, conta o ocorrido no mosteiro trapista situado em Tibhirine, na Argélia, quando da guerra civil no país. Os monges católicos viviam harmoniosamente com a população mulçumana local até que em 1996 um grupo de extremistas islâmicos, da facção Jamaat Islamyya captura 7 dos 9 monges e os matam. Uma história meio mal explicada, segundo alguns.
O filme é a cara do que eu penso que é um mosteiro: reflexivo, quase silencioso, pacífico e tranqüilo demais. Orações e cânticos complementam esse quase convite para dormir, aonde quer que você o esteja vendo.
O longa, basicamente, gira entorno do conflito entre ficar e acabar se tornando um mártir, já que a invasão dos terroristas é inevitável ou partir, um de cada vez (aqueles que querem ir), e deixar para trás tudo e todos… “O amor suporta tudo”, disse irmão Christian. O início do filme deixa bem claro que as provações são bem duras quando transcreve um trecho do salmo 81: “Eu vos digo: vocês são deuses... Entretanto, vão morrer como os homens.”.
As atuações foram perfeitas. Adorei Charles Herin que fez Amédée, um simpático monge, velhinho e cheio de sabedoria: no falar e no olhar. E como eles falavam pelo olhar e pelos gestos.
Uma cena, para mim, foi brilhante a da última ceia (na verdade eles não sabiam que seria a última ceia de muitos ali) dos nove monges, regada com 2 garrafas de vinho e ao som do “O Lago dos Cisnes”, de Tchaikovsky. O diretor fecha em close cada monge, principalmente no olhar de cada um. Foi uma cena de arrepiar! Brilhante !
A história é interessante, embora o diretor tenha preferido fazer um filme mais contido e lento e, por isso, eu não gostei. Devagar demais para o meu gosto e minha paciência. Isso, porém, não significa que não tenha admirado o desprendimento daqueles monges que, em nome da fé e pela fé, entregaram suas vidas. Isso é amor ao próximo e ao Pai. Não tenho dúvidas sobre isso.

Nota: 5

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Homens e Deuses (Des Hommes et des Dieux)
Diretor: Xavier Beauvois
Atores: Lambert Wilson, Michael Lonsdale, Olivier Rabourdin, Philippe Laudenbach
2011, drama

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Contra Corrente (Against the Current)

Com a aproximação do aniversário de cinco anos da morte de sua esposa então grávida, Paul (Joseph Fiennes) convida seus amigos Jeff (Justin Kirk) e Liz (Elizabeth Reaser) para ajudá-lo a realizar seu desafio pessoal de nadar todo o percurso do Rio Hudson. Pressentindo que Paul está escondendo algo, Jeff percebe que a viagem é o jeito do amigo de pôr fim a uma vida marcada pela tragédia.

Eu tenho vários atores preferidos e Joseph Fiennes é, sem dúvida, um deles. Aliás, adoro o irmão dele também, o Ralph. Enfim, Joseph foi a principal razão de ter visto o filme. Não me arrependi !
Prestes a completar o aniversário de 5 anos de falecimento de sua esposa grávida, Paul resolve cruzar o Rio Hudson (240km de extensão) a nado, junto com os amigos Jeff e Liz. Seria a realização de um sonho antigo e marco do seu derradeiro objetivo: se matar!
O suicídio é o tema principal do filme. Para Paul, sua vida acabou com a morte da esposa. Três meses após a morte, ele havia tentado o suicídio, mas o seu amigo chegou na hora e o demoveu da idéia, pedindo para que ele esperasse 5 anos. Ele tinha certeza que em 5 anos Paul estaria bem. Mas para Paul a solidão, o vazio e o sentimento de culpa continuavam lá. Por tudo isso ele resolve encarar o rio de peito aberto, além de decidir o momento final de sua vida. Não é uma decisão fácil para nenhum deles...
Não pense que o filme é deprê, pois não é. Paul e Jeff têm um senso de humor infantil e, por várias vezes, até ácido. É difícil não rir com várias cenas, como também é difícil não nos comovermos com outras tantas.
A atuação e a sintonia do trio de protagonistas são perfeitas. Houve algumas participações, mas tenho que destacar a veterana Mary Tyler Moore (minha ídola da série homônima, em que ela fazia uma jornalista).
O filme não fez muito sucesso no cinema, mas vale a pena procurar na locadora ou baixar na internet.

Nota: 7

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Contra Corrente (Against the Current)
Diretor: Peter Callahan
Atores: Joseph Fiennes, Justin Kirk, Elizabeth Reaser, May Tyler Moore
2009, drama

domingo, 24 de junho de 2012

Sombras da Noite (Dark Shadows)

No ano de 1752, Joshua, Naomi Collins e seu filho Barnabas, foram embora de Liverpool, Inglaterra, para começar uma nova vida na América e fazer fortuna. Anos depois, Capitão do Collinwood Manor, Barnabas é rico, poderoso e um playboy inveterado. Até que ele comete o erro grave de quebrar o coração de Angelique, uma bruxa, em todos os sentidos da palavra, Angelique condena-o a um destino pior que a morte, transformando-o em um vampiro e enterrando-o vivo. Dois séculos mais tarde, Barnabas é libertado de seu túmulo, e surge nos dias modernos.

Apaixonada que sou por Depp, imaginem a minha ansiedade para ver este filme que pode até nem ser considerado um dos top five dele (e não é), mas sempre vale a pena conferir, mais uma vez, o resultado do “casamento” Burton & Depp (este é o oitavo filme da dupla).
O longa é baseado no seriado gótico da TV americana, Dark Shadows, de relativo sucesso entre 1966 a 1971. O filme de humor sutil, com trilha sonora gostosa (temos a participação de Alice Cooper fazendo o que faz de melhor: cantando), transita entre a comédia e o drama. Ou seja, se você espera um filme de terror, esqueça ! Esse filme é um melodrama familiar.
Em 1752 a família Collins deixa Liverpool e segue para os Estados Unidos. Lá eles constroem um império pesqueiro e a cidade recebe o nome da família: Collinsport. Vinte anos depois, Barnabas Collins se apaixona por Josette (Bella Heathcote) e, com isso, parte o coração de Angelique (Eva Green), empregada da família e bruxa ciumenta. Aí o bicho começa a pegar... Por vingança, ela mata Josette e amaldiçoa Barnabas: transforma-o em vampiro e o aprisiona no caixão. Sem querer, 196 anos depois, em 1972, Barnabas consegue a liberdade e reencontra Angelique, a reencarnação de sua amada e os novos integrantes da família Collins: uma adolescente rebelde; uma criança antissocial; um playboyzinho barato e uma terapeuta alcoólatra. Barnabas resolve unir a família, levantar os negócios e, claro, tirar satisfação com a bruxa.
Muita gente meteu malho neste filme. Eu gostei. Ri com várias tiradas, gostei da fotografia, cenário e figurino. Achei Depp (fez um vampiro elegante, sensível e cool) e Eva os melhores em cena, e suas aparições são incríveis. Minha musa, Pfeiffer, fez o seu trabalho direitinho, como matriarca da família Collins, e só. Bonham Carter, com cabelo Rainha de Copas (deve ter sobrado tintura da Alice... economia é vital !), é sempre uma figura. Os demais não fizeram feio.
É fato que o filme começa muito bem, com a apresentação dos personagens, com ação e tal, mas ao longo dele, várias subtramas aparecem, mas nenhuma é esmiuçada e o filme acaba tendo várias pontas soltas. De qualquer maneira, eu me senti atraída pelo filme. Talvez por ter me lembrado de vários outros, como A Morte Lhe Cai Bem, A Noiva Cadáver, Nosferatu e Sweeney Todd. Como nunca vi um episódio da série original, mas acredito que Tim Burton tenha capturado o espírito dela, isso para mim já vale o ingresso.

Nota: 8

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Sombras da Noite (Dark Shadows)
Diretor: Tim Burton
Atores: Johnny Depp, Michelle Pfeiffer, Helena Bonham Carter
2012, comédia - fantasia

domingo, 17 de junho de 2012

Branca de Neve e o Caçador (Snow White and the Huntsman)

Branca é uma incrivelmente bela jovem com cabelos escuros, pele clara e lábios avermelhados. A beleza de Branca de Neve é o seu maior problema, pois quando ela vira a mais linda de todas, ela se transforma em uma ameaça para sua Madrasta, Ravenna. Porém, o que a malvada tirana nunca imaginou, é que a jovem que ameaça seu reinado vem treinando a arte da guerra com o caçador, que foi enviado para matá-la. Sam Claflin se une ao elenco como o príncipe há muito tempo encantado pela beleza e pelo poder de Branca de Neve.

A princesinha da moda é a Branca de Neve. Na verdade nem sei porque, já que para mim ela é a mais sem sal de todas. Mas as novas leituras hollywoodianas dessa realeza têm dado cor, sangue, criatividade, humor, coragem, força e personalidade. Ela tem ficado bem interessante...
Essa adaptação mais sombria do clássico conto dos irmãos Grimm é a que chega mais “perto” (estou aqui equiparando este filme ao “Espelho, Espelho Meu”) da história da Disney que nós conhecemos: tem uma rainha linda, exuberante, má, sem um pingo de humor, mas com muito ódio e rancor. Aliás, nesse filme tomamos conhecimento do passado da Rainha e o que a fez ser tão maligna, bicho ruim mesmo.
Neste filme a Rainha Má Ravenna (Theron) contrata o caçador Eric (Hemsworth) a fim de encontrar Branca de Neve (Stewart). A Rainha precisa devorar o coração da princesa para conseguir a beleza eterna. Evidentemente o caçador acaba percebendo quem é a mau caráter da história e passada para o lado da Branca, ajudando-a a destruir a Rainha.
Kristen continua com aquela cara de quem acabou de acordar e chupou limão azedo. É uma pena que a cara não muda, porque talento e coragem ela tem. Ela fez uma Branca básica, discreta e de personalidade. Charlize, linda como sempre, incorporou a rainha má com beleza e perfeição.
Excelente também estão Ian McShane, Eddie Izzard, Bob Hoskins, Toby Jones, Ray Winstone, Eddie Marsan, Steve Graham e Nick Frost, atores britânicos conhecidos, mas trabalhados no computador para ficarem anões. Ah, sim, agora são 8 anões.
O filme pode ter (e tem) algumas baboseiras, como frases feitas de autoajuda, mas como trabalho de estreia do diretor Rupert Sanders (ele veio da publicidade), podemos dizer que ele mandou muito bem. O filme entretém com efeitos especiais incríveis (as cenas com os corvos são ótimas), figurino deslumbrante (Rainha Má tem estilo), fotografia e coreografia das lutas perfeita. O longa vale o ingresso, sem dúvida alguma.

Nota: 8

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Branca de Neve e o Caçador (Snow White and the Huntsman)
Diretor: Rupert Sanders
Atores: Kristen Stewart, Charlize Theron, Chris Hemsworth, Sam Claflin
2012, aventura - fantasia

domingo, 3 de junho de 2012

Chatroom (Chatroom)

William, 17 anos, solitário, passa o tempo na Internet e abre um fórum de discussão para os adolescentes da cidade. Juntam-se a ele Eva, Emily, Mo e Jim, e todos falam sobre os pais, os supostos amigos, o que os perturba, os traumas que têm. William, muito atento, aconselha-os e incita-os a libertarem-se dos seus problemas através da ação… Ninguém sabe que, na vida real, William é um adolescente perturbado e que está determinado a influenciar o grupo no seu Chatroom “para a vida – para a morte”…

Este filme é baseado na peça homônima do dramaturgo irlandês Enda Walsh. De maneira original ele nos mostra a realidade adolescente no mundo virtual. O que deveria ficar apenas no virtual ganha proporções mega preocupantes no mundo real.
Neste longa, William é um jovem cheio de problemas que, virtualmente, assume uma postura doce e amigável, mas que na verdade é um vilão que manipula um grupo de adolescentes através da internet. No mundo real ninguém se conhece, mas todos freqüentam a mesma sala de bate-papo chamada “Chelsea Teens!”
A fragilidade da relação entre pais e filhos é um ponto a ser observado. Essa relação nunca foi 100% e com o advento da internet a mãe se transformou em Youtube, o pai em Google e os irmãos são os sites de relacionamento. Nada é verdadeiro dentro do mundo virtual. Todos querem ser o que não são, com medo de deixar que os outros os conheçam como realmente são. É o irreal que se torna realidade ou é a realidade que ganha corpo no virtual?
Mas não se engane. A história é interessante, o modo com que o diretor Nakata apresenta esse thriller psicológico também é legal, mas o filme é enfadonho e chato pra caramba. É uma pena, já que é sempre bom alertar os jovens e aos nem tão jovens, o perigo que se esconde atrás da internet. Ela usada de maneira apropriada é o portal das maravilhas existentes no mundo, mas usada a serviço do mau é ainda mais perigosa. Exemplos disso não nos faltam...

“Através da comunicação virtual, a Internet amplifica de forma espectacular as emoções negativas: a ansiedade, o medo, a vontade, o ódio e a raiva. Chega a acontecer algumas pessoas suicidarem-se ou tentarem matar outros inocentes”. – disse Hideo Nakata

Realmente a internet não é para os fracos e está muito longe de ser uma brincadeira.

Nota: 5

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Chatroom (Chatroom)
Diretor: Hideo Nakata
Atores: Aaron Johnson, Imogen Poots, Hannah Murray
2010, drama – suspense

domingo, 27 de maio de 2012

O Homem Errado (The Wrong Man)

Em Nova York, em janeiro de 1953, Christopher Emmanuel ‘Manny’ Balestrero (Henry Fonda), músico italiano católico, da casa noturna Stork Club, tem a vida remexida quando a esposa Rose (Vera Miles) precisa de 300 dólares para tratamento dentário e ele vai a um escritório, para saber quanto pode conseguir de empréstimo com a apólice da sua mulher. Porém, ele é identificado erradamente pelas funcionárias como sendo o assaltante que tinha roubado o local um ano antes.

O Homem Errado é o único filme do mestre do suspense, Alfred Hitchcock, baseado em fatos reais. Além disso, ele rodou a película em vários locais onde a história ocorreu (a cela da prisão, por exemplo) e, o mais interessante, algumas testemunhas (reais) do caso foram aproveitadas em pequenas participações. Toques do grande mestre...
O filme mostra o drama vivido por um pai de família tranqüilo que, de uma hora para outra, tem a sua vida virada pelo avesso quando é injustamente acusado e preso por um crime que não cometeu.
Não é um filme de terror e de suspense temos apenas algumas pitadas. O longa é, de fato, um retrato da alma humana angustiada, aviltada e completamente desamparada. Hitchcock explora o lado psicológico dos seus personagens principais: Manny, acusado erroneamente, e de Rose, que nesse meio tempo acaba se desequilibrando emocionalmente, achando-se culpada por tudo que está acontecendo com a família. Mesmo após tudo esclarecido (o verdadeiro culpado é preso), Rose ainda fica por 2 anos internada, quando finalmente é curada e volta para o seio da família.
Por escolha do diretor, o filme foi feito em preto e branco, dando um efeito ainda mais angustiante, além de um clima tenso e, neste caso, com a ajuda da trilha sonora.
As atuações de Henry Fonda e de Vera Miles são obras primas. Os medos e traumas de Hitchcock estão presentes fazendo o filme extremamente sombrio. O Homem Errado é imperdível para qualquer fã da sétima arte e, principalmente, do grande mestre Alfred Hitchcock.

Nota: 8

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O Homem Errado (The Wrong Man)
Direção: Alfred Hitchcock
Atores: Henry Fonda, Vera Miles, Anthony Quayle, Harold J. Stone
1956, drama

domingo, 20 de maio de 2012

Um novo Despertar (The Beaver)

Walter Black um executivo de uma indústria de brinquedos que tem a vida completamente alterada. Ele fica deprimido, cada vez mais distante dos filhos e da esposa. Num belo dia, Walter conhece O Castor, um fantoche que ganha vida através da sua imaginação. Ganha voz e vira "real". A alegria está de volta, os negócios vão bem, mas ele só consegue se comunicar através do boneco.

É um dramão clássico, com final clichê. Entre o início e o fim, muitos encontros e desencontros, uma procura constante de alguma coisa.
Neste filme Walter Black (Mel Gibson) é um pai de família que sofre de depressão profunda. Sua esposa, Meredith (Jodie Foster acumulando funções, atriz e diretora), não aguentando mais a situação o coloca para fora de casa. Arrasado, Walter só vê uma saída: se matar. Antes de pular do prédio, ele é salvo por uma voz... A voz do castor (um fantoche de pelúcia) que passa a ser o seu alterego. Dentro dessa loucura toda, ele ainda tem que recuperar o amor do filho mais velho, Porter (Anton Yelchin) que, ao contrário do caçula Henry (Riley Thomas Stewart), morre de medo de ser parecido com o pai.
É aquela máxima: quem tem amigo não morre pagão. Jodie é uma grande amiga de Gibson e foi ela que, no meio do redemoinho pelo qual ele estava passando (separação, brigas, violências domésticas, bebedeiras etc), convidou-o para fazer o protagonista do seu filme. Ele não decepciona. Na verdade, Mel Gibson é um ator de extrema qualidade e de mão cheia e um diretor sensível e detalhista. O que ele faz fora das telas é problema que ele tem que resolver, mas nada disso, para mim, ofusca o brilho do ator.
O filme é bastante interessante e, obviamente, nos mostra que muitas vezes dar alguns passos para trás é imprescindível para seguirmos em frente. O conhecimento de nós mesmos é de suma importância, porque não há como fugirmos de nós... Ou há? Bom até há, mas isso não pode ser considerado um modo de vida, mas de sobrevida. Ter a coragem de lutar e viver é uma eterna manifestação de corte: jogar fora o que não presta para salvar o restante do corpo.
O Novo Despertar acaba se tornando um filme até certo ponto comum, sem sobressaltos, com interpretações dignas de todos e troca de olhares emocionantes e cúmplices do casal Black. É uma opção de filme correto e linear, em todos os sentidos.

Nota: 7

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Um Novo Despertar (The Beaver)
Diretor: Jodie Foster
Atores: Mel Gibson, Jodie Foster, Anton Yelchin, Cherry Jones
2011, comédia - drama

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sete Dias com Marilyn (My Week with Marilyn)

A musa Marilyn Monroe está em Londres pela primeira vez para filmar O príncipe encantado. Colin Clark, o jovem assistente do prestigiado cineasta e ator Laurence Olivier, sonha apenas em se tornar um diretor de cinema, mas logo viverá um romance com a mulher mais sexy do mundo. O que começa como uma aventura amorosa mudará a vida do ainda inocente Colin e revelará uma das várias facetas de um dos maiores mitos do século XX.

O longa, baseado em fatos reais, mostra os sete dias em que Colin Clark (Eddie Redmayne), terceiro assistente de direção (nome bonito para o tradicional "faz tudo e tudo mesmo")conviveu com ela quando Monroe esteve na Inglaterra para estrelar o filme, O Príncipe Encantado (The Prince and the Showgirl, 1957) , dirigido e coprotagonizado por Sir Laurence Olivier (Kenneth Branagh).
Ele retrata uma Marilyn linda, sensual, por vezes (várias vezes, na verdade) tola e, ao mesmo tempo, extremamente carente, absolutamente insegura e completamente dependente dos remédios e das pessoas.
Porém, o filme exagera quando aperta sempre na mesma tecla: os atrasos diários da estrela, deixando os demais colegas esperando horas e horas; e o jeito perdido de Marilyn que, adepta do sistema Stanislavski (para desespero do diretor), precisava entender o personagem para agir como ele. Aí você já tem uma idéia...
Michelle Williams está perfeita como Marilyn. Os trejeitos, o tom de voz, o olhar e o corpo (roupas corretas e enchimentos nos lugares extratégicos) nos remetem a verdadeira Monroe. Ficamos encantados, porque o brilho hipnotizante da verdadeira está, em Michelle... Arrepiante!
Kenneth Branagh fez um Olivier perfeito e nos tons certos de rancor e amor, mas isso não é nada para ele. Eddie Redmayne também fez muito bem o seu papel de jovem, 23 anos, doce, encantado e apaixonado pela deusa platinada. Também temos Emma Watson (eterna Hermione Granger) fazendo a jovem Lucy, mas nada relevante, na verdade.
O filme não é uma obra prima e não é imperdível, mas vale pela atuação de todos os atores e, principalmente, porque mesmo morta há 50 anos, sua vida e sua morte pairam em uma aura de penumbra, sensualidade e mistério. Diva eterna !

Nota: 8

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Sete Dias com Marilyn (My Week with Marilyn)
Diretor: Simon Curtis
Atores: Michelle Williams, Eddie Reymayne, Julia Ormond, Kenneth Branagh
2012, drama

terça-feira, 1 de maio de 2012

Os Vingadores (The Avengers)

Quando um inesperado inimigo aparece e ameaça a segurança e a tranquilidade do mundo, Nick Fury, diretor da agência internacional de pacificação conhecida como S.H.I.E.L.D, se vê em busca de uma equipe capaz de tirar o mundo da iminência de um desastre. Um ousado recrutamento se inicia por todo o planeta.

Eis que, finalmente, um dos filmes mais aguardados de 2012 estreou e não fez feio. Não sou fã dos HQs da Marvel (meu negócio sempre foi Tio Patinhas e cia), mas sempre adorei os desenhos (Thor, Homem de Ferro, Homem Aranha etc) e os filmes. Os Vingadores é tudo o que se propõs e mais um pouco.
A ação começa quando Loki (Tom Hiddleston) invade o quartel general da S.H.I.E.L.D. Além de hipnotizar o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) e Erik Selvig (Stellan Skarsgard), se apodera do Terrafact (uma fonte de energia em forma de cubo) com a intenção de abrir um portal para que um exército alienígena possa invadir a Terra. Trabalho molezinha para os super-heróis que se unem para acabar com as pretensões de Loki.
E os heróis? Mais super, mais cínicos, mais arrogantes e mais charmosos do que nunca: Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Douney Jr.), Steve Rogers/Capitão América (Chris Evans), Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo),Thor (Chris Hemsworth) e Viúva Negra (Scarlett Johansson).
O melhor do filme é ver que o temperamento de cada herói não foi eclipsado pelo outro. Na verdade a primeira grande batalha é a do ego de cada um e nessa "guerra", as brigas (ainda bem que eles estão a nosso favor) e as risadas rolam soltas. Impossível não rir com as tiradas sarcásticas de Stark; o jeitão meio fora do tempo de Rogers; o deus Thor que se controla para não ser arrogante (porque a beleza é inevitável) e o jeito tímido de Banner, mas que quando se irrita... esmaga (literalmente).
Ponto para o diretor Joss Whedon, que para seu segundo trabalho está de parabéns. Excelente também foi a interpretação de todos os atores, principalmente Ruffalo, que criou um Bruce Banner com semblante de água prestes a ferver, mas super a vontade. Porém, a pergunta que não quer calar continua: que raio de calça é essa que cabe em um Banner normal e em um Hulk monstro total ? Bem, ele assinou para mais 6 filmes, quem sabe em um deles esse segredo será revelado... rs
Com muita ação e humor, nas doses certas, Os Vingadores é simplesmente uma ótima dica de cinema. Melhor do que isso, um ótimo motivo para achar que o próximo (sim, há uma cena no pós-créditos que deixa claro que teremos uma continuação \o/) será ainda mais incrível.

Nota: 10

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Os Vingadores (The Avengers)
Diretor: Joss Whedon
Atores: Robert Downey Jr., Chris Evans, Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Mark Ruffalo
2012, ação - aventura - comédia