quinta-feira, 31 de março de 2011

Uma Manhã Gloriosa (Morning Glory)

Quando a batalhadora produtora de TV Becky Fuller é demitida de um programa local de notícias, sua carreira se torna tão desolada quanto sua desafortunada vida amorosa. Quando ela aceita trabalhar no programa DayBreak, Becky decide revitalizar o programa contratando o lendário âncora de TV Mike Pomeroy. Infelizmente, Pomeroy se recusa a reportar assuntos comuns dos programas matinais como fofocas de celebridades, previsão do tempo, moda e artesanatos - quem dirá trabalhar com sua co-apresentadora, Colleen Peck, uma ex-rainha da beleza e personalidade de longa data do programa matutino.

Filme leve, engraçado, bobo.
Não posso deixar de comentar a decadência profissional de Harrison Ford. De herói de filmes de ação a profissional carrancudo e com raiva do mundo. Indiana Jones merecia um final mais feliz, mas é emprego, é salário e é mídia. Quando se tem família para sustentar, não dá para escolher muito, pois poucos papéis vão surgindo. De repente seria mais interessante ele pensar nos filmes para televisão. Grandes atores estão optando por essa mídia: Al Pacino (com grande sucesso), Glenn Close e Dustin Hoffman, por exemplo.
Os bastidores de programa como DayBreak lembra os nossos Mais Você, Hoje em Dia etc. Aí surge a guerra informação x entretenimento, como se um não pudesse existir com o outro. Para muitos preconceituosos (e por incrível que pareça, há muitos entre os próprios profissionais da área), profissional de jornalismo sério não combina com apresentador de programa soft matinal, cheio de receitas, fofocas e matérias surreais. Nós temos o caso do Pedro Bial, jornalista maravilhoso e que durante 3/4 meses do ano apresenta o reality show BigBrotherBrasil. E daí?! Isso o faz menos profissional, menos sério, menos excelente jornalista? É óbvio que não !
Enfim, o filme leva a reflexões interessantes, embora o mesmo não seja essa maravilha toda.

Nota: 6

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Uma Manhã Gloriosa (Morning Glory)
Diretor: Roger Mitchell
Atores: Harrison Ford, Rachel McAdams, Diane Keaton, Patrick Wilson
2011, comédia – romance

quarta-feira, 30 de março de 2011

O Tempero da Vida (Politiki Kouzina)

Fanis (Markos Osse) é um garoto grego que vive em Istambul, na Turquia. Seu avô, Vassilis (Tassos Bandis), é um filósofo culinário que o ensina que tanto a comida quanto a vida precisam de um pouco de sal para ganhar sabor. Ao crescer Fanis (Georges Corraface) se torna um astrofísico, que usa seus dotes de culinária para temperar as vidas das pessoas que o cercam. Ao completar 35 anos ele decide deixar Atenas e retornar a Istambul, para reencontrar seu avô e também seu primeiro amor.

Essa foi uma semana de, literalmente, comer com os olhos. Primeiro assisti ao filme Estômago (postado anteriormente) e agora O Tempero da Vida. Sem dúvida foi um banquete para a minha alma.
Este filme, uma produção Greco-Turca, tem como temperos: fotografia incrível, atuação perfeita e poesia nos detalhes. Um filme sensível e, ao mesmo tempo, irresistivelmente engraçado. A cena da panela-de-pressão e a dos almoços em família são hilárias.
O longa conta a história de Fanis, um grego que passou parte da infância em Istambul, na Turquia, que aprende a alquimia da culinária com o seu avô Vassilis, turco, dono de uma loja de especiarias. Um dos primeiros ensinamentos é que, embora os temperos muitas vezes não apareçam visualmente na comida, eles são ingredientes essenciais que dão o sabor e fazem a diferença. Mas ele ensina isso com poesia, como por exemplo: "o cominho é um tempero forte que leva as pessoas à introspecção; a canela faz as pessoas se abrirem, olharem bem para dentro dos olhos; a pimenta é o sol; o sal é como a Terra, pois é essencial".
Infelizmente Fanis e seus pais são obrigados a deixar a Turquia (isso em 1967, quando a disputa entre os dois países pela Ilha de Chipre detona uma guerra) e retornam para a Grécia, sem o avô que fica para trás, por opção própria.
O tempo passa e Fanis leva anos até que finalmente revê seu avô, mas aqueles ensinamentos ficaram gravados em sua memória. Tanto que um deles, que era “astrônomo contém a palavra gastrônomo”, certamente foi um impulso para que Fanis se tornasse professor de astrofísica e um excelente chef de cozinha.
O filme é comovente, lindo, emocionante, vibrante. Misturando a gastronomia com as relações familiares, abordando sutilmente os temperos de ambas. É um filme incrível

Nota: 10

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O Tempero da Vida (Politiki Kouzina)
Diretor: Tassos Boulmetis
Atores: Georges Corraface, Ieroklis Michaelidis, Renia Louizidou
2003, drama

segunda-feira, 28 de março de 2011

Estômago

Na vida há os que devoram e os que são devorados. Raimundo Nonato, nosso protagonista, descobre um caminho à parte: ele cozinha. E é nas cozinhas de um boteco, de um restaurante italiano e de uma prisão - o que ele fez para acabar ali? - que Nonato vive sua intrigante história. E também aprende as regras da sociedade dos que devoram ou são devorados. Regras que ele usa a seu favor, porque mesmo os cozinheiros têm direito a comer sua parte - e eles sabem, mais do que ninguém, qual é a parte melhor. Uma fábula nada infantil sobre o poder, o sexo e a culinária.

Há muito eu tinha esse filme na fila de espera para ser visto, mas acabava sendo posto de lado, até que resolvi assistir. Putz, filmaço!
Alternando passado (a chegada de Nonato a São Paulo) e o presente (prisioneiro – apenas no final do filme descobrimos o porquê de sua prisão), somos apresentados ao protagonista Raimundo Nonato, um nordestino humilde que chega do interior a procura de uma vida melhor. Meio que sem querer ele acaba se destacando na delicada arte da culinária, ao mesmo tempo em que descobre a hierarquia do poder. É como a última frase da sinopse bem define: “Uma fábula nada infantil sobre o poder, o sexo e a culinária.”
Fiquei encantada com o ator baiano (salve a Bahia, que está caprichando cada vez mais nesse quesito) João Miguel, que interpreta o Raimundo. Ele não é um deus grego, mas tem um rosto tão bom, tão expressivo, que não dá nem para nos desviarmos da tela. Sem contar a atuação perfeita: simples, leve, natural, que cresce e que sutilmente vai mostrando a perda da inocência do personagem.
Na verdade todo o elenco estava afiadíssimo, mas tenho que destacar a Fabíula Nascimento como a prostituta gulosa Íria; o Babu Santana, como o impagável chefe de cela Bijiú; e Carlo Briani, como o italiano Giovanni, que ensinou a magia dos temperos e sabores da culinária ao atento ajudante Nonato.
O filme é um drama, mas muito bem humorado. Cenas engraçadas não faltaram. As minhas preferidas são: o gorgonzola catinguento, que foi obrigado a ficar fora da cela, junto com os tênis; o macarrão à putanesca que vira putavesga; e, claro, a sensacional narração da história do queijo gorgonzola, logo no início do filme.
O longa, inspirado no conto “Presos pelo Estômago”, de Lusa Silvestre (que assina, junto com Marcos Jorge, o argumento do filme), uma co-produção Brasil-Itália, feito com baixo orçamento, realmente me conquistou. Indico sem medo e sem receios, pois este filme é para ser saborosamente degustado com os olhos.

Nota: 10

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Estômago
Diretor: Marcos Jorge
Atores: João Miguel, Fabíula Nascimento, Babu Santana, Carlo Briani
2008, drama

sábado, 26 de março de 2011

Coincidências do Amor (The Switch)

Kassie (Jennifer Aniston) é uma mulher madura, solteira, que decide que chegou a hora de ser mãe. Só tem um problema: arrumar um doador de esperma. Por não ter namorado nem esperança de se casar, parte para a produção independente. Seu grande amigo Wally (Jason Bateman) é totalmente contra a ideia. Mas não tendo como impedir as decisões de Kassie participa de sua “festa de gravidez”, onde fatos inusitados vão criar Coincidências do Amor.

Uma atriz que nunca fez nada além de comédias românticas, até mesmo na série de TV que a tornou rica e famosa (Friends) é Jennifer Aniston. Atriz mediana, de cabelos bem tratados e, para mim, só. Acho que a única vez em que ela fez um papel para lá de dramático foi como ela própria, quando da separação do então “gatorido” (gato com marido), Brad Pitt. Papel de traída não é legal, mas o lance de jogar as roupas de Pitt pela janela, se foi verdade, foi incrível.
Jennifer e Jason fazem um casal que convence e o pequeno ator Thomas Robinson (Sebastian) rouba várias cenas com o seu jeito até desagradável no início, mas que depois vai demonstrando ser um fofo carinhoso e cheio de manias. Bom rever a querida Juliette Lewis, mesmo que não apareça tanto quanto deveria e merece.
Mas o fato é que esse filme é isso, uma comédia romântica leve que dá para chorar (a cena que Wally coloca Sebastian para dormir, mas antes eles conversam... nossa, é de partir qualquer coração). O longa dá para rir e dá para refletir, principalmente as quarentonas bem de vida e que não têm filhos e adorariam tê-los, e que ficam procurando um doador quando, muito provavelmente, o grande amor de sua vida está bem ao seu lado.

Nota: 7

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Coincidências do Amor (The Switch)
Diretor: Will Speck e Josh Gordon
Atores: Jennifer Aniston, Jason Bateman, Patrick Wilson
2010, comédia romântica - drama

quinta-feira, 24 de março de 2011

Lixo Extraordinário (Waste Land)

Filmado ao longo de dois anos (agosto de 2007 a maio de 2009), Lixo Extraordinário acompanha o trabalho do artista plástico Vik Muniz em um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro. Lá, ele fotografa um grupo de catadores de materiais recicláveis, com o objetivo inicial de retratá-los. No entanto, o trabalho com esses personagens revela a dignidade e o desespero que enfrentam quando sugeridos a reimaginar suas vidas fora daquele ambiente. A equipe tem acesso a todo o processo e, no final, revela o poder transformador da arte e da alquimia do espírito humano.

Vik Muniz, artista plástico e fotógrafo brasileiro, faz releituras de obras famosas usando, no caso deste documentário, o lixo. Quando Vik decidiu que faria isso, principalmente pelo cunho social (o dinheiro arrecadado com a venda das obras foi doado para a associação dos catadores), ele visitou o aterro sanitário do Jardim Gramacho (o maior da América Latina), que fica no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Seu objetivo era fotografar cenas do lixão e transformá-las em obra de arte usando o material reciclado coletado pelos catadores.
O que ele certamente não imaginou era que por trás daqueles homens e mulheres batalhadores, existissem histórias tão impregnadas de força de vontade, sonho, solidariedade e desejo de melhorar de vida e, porque não alegria. Não alegria de estar onde estavam, porque ninguém quer essa vida para os seus, mas a alegria de estarem trabalhando honestamente, orgulhosos de conseguirem colocar o pão na mesa. Conhecer esse material humano é, na realidade, o ponto alto desse documentário.
“A gente às vezes se acha muito pequeno e as pessoas lá fora te acham muito grande, muito bonito.”, disse Irmã, uma das catadoras.
Você não sai desse filme da mesma maneira que entrou. A dura realidade dessas pessoas é como um punhal enfiado em seu coração. Igualdade de direitos e de oportunidades não pode ficar só nos discursos políticos. Isso tem que sair do plano imaginário o mais rapidamente possível. E qual deve ser o meu papel nisso? E o seu?

Nota: 10

Em tempo: Lixo Extraordinário foi indicado para o Oscar 2011 de melhor documentário, mas não levou. O vencedor foi o americano “Trabalho Interno”.

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Lixo Extraordinário (Waste Land)
Diretor: Lucy Walker, Karen Harley, João Jardim
Elenco: Tião (Sebastião Carlos dos Santos), Zumbi (José Carlos da Silva Bala Lopes), Suelem Pereira Dias, Isis Rodrigues Garros
2010, documentário

quarta-feira, 23 de março de 2011




"Tudo me deixa nervosa, exceto fazer filmes."





Elizabeth Rosemond Taylor

Londres, 27 de fevereiro de 1932 / Los Angeles, 23 de março de 2011


"Quando as pessoas dizem 'ela tem tudo', eu respondo o seguinte:
'eu não tenho o amanhã'."



Minha homenagem a uma das maiores divas de Hollywood e do cinema mundial.

terça-feira, 22 de março de 2011

Mistério da Rua 7 (Vanishing on 7th Street)

A cidade de Detroit está no escuro, graças a um apagão. A população some e a situação de abandono é evidente. Um grupo de pessoas que não se conhecem é o único sinal de sobrevivência. Eles, então, decidem se proteger em uma taberna abandonada, quando percebem que a escuridão fora do esconderijo está pronta para atacá-los e a única chance de ficar seguro é colocando fim às fontes de luz.

De terror esse filme não tem nada. De suspense tem. Tem tanto que o filme acaba e continua o suspense, pois não sabemos por que surgiram essas sombras engole vivos.
Em um cenário apocalíptico, o filme lembra o Ghost com sombras soturnas que querem levar (sabe-se lá para onde) os vivos. Mas quando esses vivos encontram a luz (nada de luz da alma, mas luz mesmo, light) eles conseguem manter essas sombras distantes.
Ou seja, essa história de luz x trevas é o mote do longa que é repleto de simbologias religiosas (salvação; renovação; pureza; culpa etc), mas o filme não tem salvação. Nunca na história dessa minha vida, vi um filme tão sem graça, tão absurdamente bobo.
O que se aprende com esse filme? Tenha sempre uma lanterna na sua bolsa! Só e apenas isso. Está bom para você?!

Nota: 3

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Mistério da Rua 7 (Vanishing on 7th Street)
Diretor: Brad Anderson
Atores: Hayden Christensen, Thandie Newton, John Leguizamo
2011, terror

domingo, 20 de março de 2011

Não me abandone jamais (Never let me go)

Kathy H. (Carey Mulligan) tem 31 anos e está prestes a encerrar sua carreira de cuidadora. Enquanto isso, ela relembra o tempo que passou em Hailsham, um internato inglês que dá grande ênfase às atividades artísticas e conta, entre várias outras amenidades, com bosques, um lago povoado de marrecos, uma horta e gramados impecavelmente aparados. No entanto, esse internato idílico esconde uma terrível verdade.

É muito sofrimento, muita dor, muito desencontro e muita submissão para um filme só. Basicamente você chega animado e sai calado, pensando na vida e na sua própria vida.
O filme, baseado no best-seller homônimo de Kazuo Ishiguro, acompanha a vida de três britânicos, Kathy, Tommy e Ruth, desde a infância até jovens adultos. Eles são colegas de internato e descobrem que estão lá, sendo bem tratados, apenas porque são doadores: a obrigação deles é doar seus órgãos aos seus “semelhantes”. Temos aí a clonagem humana servindo como armazenamento de "peças" para reposição, ambulante.
A atuação de Carey Mulligan (Kathy) é fantástica e estou me tornando fã incondicional dela, desde o filme Educação. Andrew Garfield (Tommy) e Keira Knightley (Ruth) também estão bem.
O filme não responde a uma série de indagações. Como não li o livro, não sei se foi falha do autor ou opção do roteirista. De qualquer maneira, é uma pena, mas ele explora, e muito, a melancolia, o vazio. O sentimento de que nada é seu, inclusive a si próprio, e que a felicidade depende mais do outro de que de você mesmo.
Fiquei com uma sensação de aperto no coração e não gostei nem um pouco desse incomodo. É um filme intrigante e reflexivo e o que não falta são tópicos para isso.

Nota: 7

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Não me abandone jamais (Never let me go)
Diretor: Mark Romanek
Atores: Sally Hawkins, Carey Mulligan, Andrea Riseborough, Keira Knightley
2010, drama – suspense

sexta-feira, 18 de março de 2011

Inverno da Alma (Winter’s Bone)

Ree Dolly (Jennifer Lawrence), uma garota de 17 anos de idade que embarca em uma missão para encontrar seu pai depois que ele usa a casa de sua família como forma de garantir sua liberdade condicional e desaparece sem deixar vestígios. Confrontada com a possibilidade de perder a casa onde mora com seus irmãos pequenos e sua mãe doente, e precisar voltar para a floresta de Ozark, Ree desafia os códigos e a lei do silêncio arriscando sua vida para salvar sua família. Ela desafia as mentiras, fugas e ameaças oferecidas por seus parentes e dessa forma começa a juntar a verdade sobre seu pai.

Inverno da Alma é frio, é amargo, é opressor, é solitário.
Assistindo ao longa, fica claro porque a jovem atriz de 20 anos, Jennifer Lawrence, foi indicada ao Oscar. O filme é dela; o filme é ela. Não quero aqui desmerecer os outros como John Hawkes (Teardrop) que estava perfeito, mas Jennifer foi especial.
O filme não é só a busca de uma jovem pelo pai desaparecido. O filme mostra o “corpo e a alma” da jovem Ree Dolly que em seu senso de justiça e preocupação, vê os seus sonhos e os seus objetivos se tornarem cada vez mais distantes, já que ela tem que cuidar de seus irmãos (12 e 6 anos) e de uma mãe depressiva.
É um filme correto e no jargão casual contemporâneo, é um filme honesto. Um pouco lento, um pouco cansativo, um pouco opressivo, como aqueles momentos de inverno em nossa própria alma.

Nota: 7

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Inverno da Alma (Winter’s Bone)
Diretor: Debra Granik
Atores: Jennifer Lawrence, John Hawkes, Kevin Breznahan
2011, drama

Sexo Sem Compromisso (No Strings Attached)

Na comédia romântica ‘Sexo sem Compromisso’, dois amigos (Kutcher e Portman) tinham uma relação amigável baseada em sexo sem compromisso. Quando o relacionamento evolui para um romance, a amizade entra em jogo.

Essa história de um homem e uma mulher serem apenas amigos que se beneficiam mutuamente (conhecido como amigos para sexo) não dá certo. A mulher se envolve, não tem jeito. Nós não sabemos separar sexo do amor. O homem até sabe separar, mas por uma e outra razão pode acabar também se apaixonando. O filme trata disso e com muito humor.
Ashton Kutcher, 33 anos, e ainda fazendo filmes tipo bobinho. Não rolaria, mas como ele ainda tem essa carinha de maior abandonado, até que passa. Natalie Portman não faz esse estilo de “sexo apenas e nada mais” e, por isso, soa muito forçado. Mesmo assim o filme, tipo sessão da tarde, é divertidinho e engraçadinho.
O filme é leve e serve como distração; uma pausa reconfortante para as cabeças que trabalham demais durante a semana. Diversão sem preocupação.

Nota: 6

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Sexo Sem Compromisso (No Strings Attached)
Diretor: Ivan Reitman
Atores: Natalie Portman, Ashton Kutcher, Jake M. Johnson
2011, comédia – romance

quarta-feira, 16 de março de 2011

Secretariat

A dona de casa e mãe Penny Chenery (Diane Lane) não entendia nada de corrida de cavalos, uma área dominada até então por homens. Mas ela assumiu o controle do estábulo de seu pai doente e com a ajuda de um treinador veterano (John Malkovich), contra todas as probabilidades negativas, acabou fazendo o primeiro vencedor da Trípice Coroa em 25 anos de história do esporte, em 1973.

Se existe algum dicionário cinematográfico, no verbete “Disney” tem que estar escrito: sinônimo de qualidade e competência em filmes de princesa e de animais.
Mesmo sabendo o final, que é feliz, graças a Deus, não tem como não se emocionar. Eu derramei rios de lágrimas. Na verdade estou escrevendo este post com os olhos ainda marejados.
O filme conta a história, real, de Big Red ou, como ficou mais conhecido, Secretariat, um cavalo lindo, garboso, como todo bom garanhão deve ser. Vencedor da Tríplice Coroa, em 1973: Derby, Preakness e Belmont. Três corridas, três estados em apenas 5 semanas.
Sempre largando por último e ao longo da corrida conquistando posições até vencer, esse era o seu estilo. Mas exatamente na última corrida praticamente liderou a prova de ponta a ponta. Para se ter uma idéia do feito, 37 anos depois, seu tempo e sua margem de vitória nunca foram batidos.
É um filme que mostra coragem, determinação, autoconfiança, disposição, garra e estilo. Não tem príncipes e nem princesas, mas um herói de quatro patas que fala com os olhos, cuja energia salta da tela. Vá à locadora e pegue o DVD, pois aqui no Brasil não irá para o circuito. O longa é imperdível !

Nota: 9

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Secretariat
Diretor: Randall Wallace
Atores: Diane Lane, John Malkovich, Otto Thorwarth
2011, drama

segunda-feira, 14 de março de 2011

Em Um Mundo Melhor (Hævnen)

Anton (Mikael Persbrandt) é um médico que trabalha em um campo de refugiados em um lugar qualquer da África. Na Dinamarca, seu país natal, estão sua mulher Marianne (Trine Dyrholm) e seus dois filhos, Elias (Markus Rygaard) e Morten (Toke Lars Bjarke). Paralelamente, acompanhamos a história do garoto Christian (William Jøhnk Nielsen) que emigra para a Dinamarca, ao lado de seu pai Claus (Ulrich Thomsem) logo após a morte da mãe. Dois mundos distintos que irão se cruzar.

O filme começa em algum país da África que, para variar, está em plena guerra civil. Anton trabalha como médico sem fronteiras (como admiro esses Profissionais) tentando salvar a todos, sem distinção. Enquanto isso, na Dinamarca, seu casamento, também com uma médica, está se dissolvendo e seu filho pré-adolescente, Elias, é constantemente vítima de bullying no colégio. Paralelamente a essa história (para cruzarem mais à frente) temos Christian, um jovem que recém perdeu a mãe para o câncer e que vive com sua avó e seu pai. A relação com o pai vai cada vez pior, e Christian acha que tudo se resolve na briga, na desforra. É a violência gerando a violência versus a guerra da paz, aquela de levar um tapa e dar a outra face.
No início este filme dinamarquês me lembrou, e muito, o longa americano “O Anjo Malvado”, com os atores, então crianças, Macaulay Culkin e Elijah Wood (se não assistiu, vá correndo pegar o DVD), mas foi só no início.
O filme é amargo e transita entre o bem e o mal, mas o que são esses sentimentos? Temos dois adolescentes que lutam a maneira deles, em uma sociedade cada vez mais violenta e, por “n” motivos os pais ausentes não conseguem ajudá-los nesse momento. Ou porque lhes falta tempo nesta vida corrida ou porque não há uma aproximação com os próprios filhos. É tudo muito novo e para todos...
A interpretação dos atores adultos são honestas e seguras, mas os jovens adolescentes Markus (Elias) e William (Christian) arrasam.
É um filme de momentos: o de embrulhar o estômago, o de revolta, o da raiva, o da compaixão, o da incredulidade... Pode também ser considerado um filme piegas, mas é um filme reflexivo e bem realizado. Não foi sem razão que arrebatou os prêmios de Melhor Filme Estrangeiro de 2011 no Oscar e no Globo de Ouro.

Nota: 8

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Em Um Mundo Melhor (Hævnen)
Diretor: Susanne Bier
Atores: Mikael Persbrandt, Trine Dyrholm, William Jøhnk Nielsen, Markus Rygaard
2011, drama

sábado, 12 de março de 2011

Gnomeu e Julieta (Gnomeo and Juliet)

Gnomeu e Julieta são anões de jardim e vão enfrentar muitos obstáculos para viver um amor proibido. O Sr. Capuleto e A Sra. Montéquio tem uma rixa há anos e ninguém na verdade lembra por que tudo começou. Mas a regra é clara, um gnomo vermelho do jardim do Sr. Capuleto nunca poderá se misturar com os gnomos azuis do jardim da Sra. Montéquio. Quando os humanos saem de casa é que a aventura realmente começa com os gnomos tramando um final bem diferente para essa historia.

Não há criatura alfabetizada que não conheça a tragédia romântica escrita pelo inglês William Shakespeare, Romeu e Julieta. (Caso você não conheça, pelo amor de Deus, vá ao Google, nosso oráculo moderno, e procure. Imediatamente!) Esse desenho é uma adaptação dessa história e tem o seu charmezinho.
As famílias que não se bicam continuam a serem os Montéquios e os Capuletos representados como os simpáticos anões de jardins que criam vida quando os seus respectivos donos saem de casa. Gnomeu, que é azul e da família dos Montéquios, conhece fora dos terrenos de suas casas a doce Julieta Capuleto, que é vermelha.
A animação é divertida e possui várias sutilezas: o barulhinho da cerâmica quando eles se batem ou andam; as rachaduras e o desbotamento do passar do tempo e as homenagens a diversos filmes como Beleza Americana, por exemplo. Além de alguns personagens simpáticos, como a louquíssima rã Nanette.
Mas o que gostei mais foi da trilha sonora com as músicas divertidamente adaptadas de Elton John (eu amoooo esse cara!) que, aliás, é o produtor executivo e um dos responsáveis pela trilha sonora. Será efeito de sua atual condição, a de Elton John pai do fofíssimo Zachary?
O longa é divertido, interessante, leve e romântico, óbvio que houve uma modificação no final, ou você pensou que em filme infantil a tragédia (dos adultos) iria se consumar? Além disso, o filme é simples, como tudo que é para crianças tem que ser, mas sem perder o charme. Claro que não é uma Pixar e nem Disney (a gente percebe logo de cara, inclusive), mas dá para apreciar.

Nota: 6

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Gnomeu e Julieta (Gnomeo and Juliet)
Diretor: Kelly Asbury
Vozes: James McAvoy, Emily Blunt, Ashley Jensen, Michael Caine
2011, animação

quinta-feira, 10 de março de 2011

Jogo de Poder (Fair Game)

O diplomata Joseph Wilson (Sean Penn) escreveu um editorial para o jornal New York Times, em 2003, no qual alega que a administração do presidente George W. Bush manipulou informações de relatórios sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque, de forma a justificar a invasão. Como retaliação Valerie Plame (Naomi Watts), esposa de Wilson e agente secreta da CIA, passa a ser ameaçada por agentes da Casa Branca de ter sua identidade revelada.

O filme é baseado na autobiografia homônima de Valerie Plame, a ex-agente da CIA que teve a sua identidade revelada pelos jornais americanos. O responsável pelo vazamento foi a própria Casa Branca, em represália ao artigo escrito por seu marido, Joseph Wilson, sobre as fictícias armas de destruição de massa do Saddam Hussein.
O jogo de poder nunca foi e nunca será um jogo justo. Quem tem poder manda e desmanda a seu bel prazer. O fato é que o resultado desse jogo interfere diretamente na vida de uma nação, de um governo, de uma família.
Sean Penn está perfeito em um personagem que luta pela verdade a qualquer preço, mas é Naomi Watts que, através de sua personagem, transita entre a força e a delicadeza.
É um filme emocionante que nos mostra um pouco do que foi a era Bush filho e, principalmente, no que o ser humano é capaz para conseguir seu intento. Nesse jogo de poder não existe fair play.

Nota: 7

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Jogo de Poder (Fair Game)
Diretor: Doug Liman
Atores: Sean Penn, Naomi Watts, Sonya Davison
2011, ação – drama

segunda-feira, 7 de março de 2011

Desconhecido (Unknown)

Martin Harris (Liam Neeson) acabaou de sair de um coma de quatro dias, fruto de um acidente de carro em Berlim. Ao acordar, descobre que sua esposa (January Jones) não o reconhece e, para piorar, existe um outro homem (Aidan Quinn) usando sua identidade. Ignorado pelas autoridades e na mira de assassinos, sua única chance de desvendar este mistério é contar com Gina (Diane Kruger), uma motorista de táxi que poderá ajudá-lo a provar que ele não está louco. Mas por que alguém iria querer a sua identidade?

Aos 58 anos, sem ter feito um sucesso absoluto em sua carreira, mas colecionando boas atuações, finalmente Neeson se destaca como um herói de filme de ação e suspense, e ele não faz feio!
O filme tem tanta ação que houve momentos em que fiquei cansada. Rolou também uns salpicos de suspense e eis um filme que entretêm do início ao fim. Claro que houve exageros, situações completamente improváveis, mas também não vou aqui exigir uma obra de arte cinematográfica. Contento-me com um bom entretenimento e ele o foi.
Eu só esperava um desfecho estonteante, o que aconteceria se houvesse mais uma mortezinha no final. Isso faria o filme subir um pouco mais no meu conceito, mas infelizmente não aconteceu... Nem tudo é perfeito!

Nota: 7

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Desconhecido (Unknown)
Diretor: Jaume Collet-Serra
Atores: Liam Neeson, January Jones, Diane Kruger
2011, ação - suspense

sábado, 5 de março de 2011

Além da Vida (Hereafter)

Três pessoas que são afetadas pela morte de maneiras diferentes. George (Matt Damon) é um operário norte-americano que tem uma conexão especial com o além. Em outro ponto do planeta, a jornalista francesa Marie (Cécile De France) acaba de passar por uma experiência de quase-morte que muda sua visão diante da vida. E quando Marcus (Frankie/George McLaren), um garoto londrino, perde uma pessoa muito próxima, ele começa uma procura desesperada por respostas. Enquanto cada um segue o caminho em busca da verdade, suas vidas se encontrarão e serão transformadas para sempre pelo que eles acreditam que possa existir, ou realmente exista – a vida após a morte.

Cada vez mais estou gostando de Clint Eastwood como diretor. Incrível como um cara típico estereótipo de machão americano (falta beleza e sobra jeitão de brutamontes) passa vigor e delicadeza na direção de seus filmes.
Além da Vida, embora fale de vida após a morte, não é um filme de temática religiosa. Por isso, não se sinta constrangido em assistir, caso você não acredite nisso. O filme é muito mais que isso. Na verdade o filme não fala da morte, mas usa a morte para fortalecer e reafirmar o valor e a importância da vida.
No longa, Matt Damon é um médium que se conecta com o falecido através do vivo, mas ele mesmo não considera isso um dom e sim uma maldição. Cá pra nós, eu não gostaria de estar na pele dele. Mas o fato é que o filme trata de 3 histórias que acontecem ao mesmo tempo, em países diferentes e que, mais à frente, se cruzam.
A sequência inicial do filme impressiona retratando o tsunami da Tailândia. Depois disso, a história dos gêmeos Marcus e Jason (vividos pelos gêmeos ingleses George e Frankie McLaren) é de cortar o coração, mas sem cair na pieguice.
O filme não é pesado e muito menos deprê. Todos os atores estão perfeitos em seus papeis, mas achei que o final ficou a desejar. Mesmo assim vale a pena conferir.

Nota: 7

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Além da Vida (Hereafter)
Diretor: Clint Eastwood
Atores: Matt Damon, Cécile De France, Thierry Neuvic
2011, drama – suspense

sexta-feira, 4 de março de 2011

O Lenço Amarelo (The Yellow Handkerchief)

Numa cidade ribeirinha em Louisiana, Martine (Kristen Stewart) viaja com Gordy (Eddie Redmayne), jovem que acabara de conhecer. Logo eles conhecem o lacônico Brett (William Hurt), que acaba de sair da prisão. O trio embarca numa viagem repleta de descobertas e surpresas.

Kristen Stewart parece até atriz de uma cara só, pois seja lá o personagem que faça, parece sempre igual. Igual nos olhares, nos trejeitos, nos tiques... Engraçado isso, ou melhor, uma pena, já que ela, me parece, não ter frescuras/preconceitos quanto as escolhas de personagens.
Em compensação, William Hurt está perfeito, como sempre. Surpresa boa também a atuação de Eddie Redmayne.
Mais do que uma viagem no sentido literal da palavra, o filme retrata a viagem de crescimento e auto-conhecimento dessas três pessoas: Martine, Gordy e Brett. O destino uniu os três e as suas auto-descobertas solidificou a amizade e confirmou que o verdadeiro amor existe e que não devemos deixar escapar a segunda chance que a vida e o destino nos dão.
O final pode até ser previsível, mas quem se importa... O filme é comovente e, claro, chorei.

Nota: 7

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O Lenço Amarelo (The Yellow Handkerchief)
Diretor: Udayan Prasad
Atores: Kristen Stewart, William Hurt, Eddie Redmayne
2010, drama – romance

quarta-feira, 2 de março de 2011

Bruna Surfistinha

O filme conta a história da jovem Raquel, filha de classe média paulistana que um dia sai de casa e toma uma decisão surpreendente: virar garota de programa. Em pouco tempo, Bruna Surfistinha passa a ser uma celebridade nacional, contando sua rotina em um blog.

Há uns 15 anos eu li o livro “O Doce Veneno do Escorpião”, em e-book. Lembro de ter achado o livro uma droga. Uma e outra coisa interessante, mas o básico era sexo sexo sexo.
Agora filmaram o livro, ou, melhor dizendo, transformaram algumas partes do livro em uma cinebiografia. Não gostei do livro e não gosto de Deborah Secco. Portanto, pensei: "não assistirei nem por um decreto". Porém, o filme vazou na net e aí, queima-se a língua pois, a curiosidade bateu mais forte: baixei e assisti.
No filme a Raquel começa no estilo vitimizada (não se sentia amada pelo pai, seus colegas de colégio achavam-na esquisita e só queriam sacanagem com ela) e acaba se transformando em uma Bruna quase que martirizada (se tornou prostituta porque não queria depender de ninguém, assumiu uma culpa que não tinha para salvar uma amiga etc). Depois disso tudo, transforma-se em uma heroína solitária, que cria e utiliza o blog como marketing pessoal. Nossa, estava quase acendendo uma vela, tamanha transformação do livro para o filme.
Não entrando nesse esquema livro x filme, o fato é que Deborah fez uma Raquel/Bruna com uma trabalhosa expressão corporal para cada estágio da personagem. Particularmente, como já disse no início, não gosto do trabalho da Deborah, pois acho sempre a mesma coisa, tirando um ou dois personagens feitos por ela. No longa, Deborah teve que deixar de lado um certo pudor (pontos para ela, já que não deve ser fácil), uma vez que ela não interpreta uma freira e sim uma prostituta, mas o filme, diferente do livro, está longe de ser vulgar.
Achei que algumas cenas foram uma certa forçada de barra, principalmente a do salão de beleza, quando a personagem da Fabíula Nascimento finge ter um orgasmo. - Já sei, você lembrou do filme Harry e Sally, pois é, eu também, mas pare por aí que não tem nada a ver. Também não entendi o porque de tantas músicas estrangeiras na trilha do filme: Rolling Stones, Radiohead, The Flaming Stars etc.
Enfim, o filme está aí e não deixa de ser um programa (hmmmm) para quem tiver a fim de pagar para ver.

Nota: 6

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Bruna Surfistinha
Diretor: Marcus Baldini
Atores: Deborah Secco, Cássio Gabus Mendes, Drica Moraes
2011, drama biográfico