segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O Mundo Mágico de Escher

Estive com minha afilhada no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, especialmente para apreciar a exposição de Maurits C. Escher, falecido em 1972. Fui apresentada à obra desse artista holandês no meu tempo de FACHA (Faculdade de Comunicação e Turismo Helio Alonso) e desde então fiquei apaixonada.
São 950 metros, do primeiro andar, repletos de mais de 70 gravuras originais, desenhos e 10 instalações interativas que são uma espécie de convite a este mundo incrível.
Os trabalhos de Escher estão entre os mais reproduzidos no planeta no séc. XX, com estampas em camisetas, por exemplo. Eu mesma tenho uma com a clássica obra do desenho das mãos.
Assim que entramos no hall do CCBB nos deparamos com a instalação “Sala de Relatividade”, um quarto distorcido que aumenta e diminui o tamanho do espectador, graças a um truque de perspectiva. Lembrei-me logo do filme que assisti, Temple Grandin, quando o professor mostrou um filme e apresentou essa questão para a turma.
Todas as instalações são incríveis, mas algumas fizeram mais sucesso comigo e com a minha afilhada. São elas: Olho Mágico, Poço Infinito, Escada, Sala Impossível, Metamorfose Platônica e A Casa de Escher.
A exposição é a maior seleção de obras do artista já exposta no Brasil (a primeira que vi foi no MAM). Fica no CCBB, do Rio, até o dia 27 de março, de 3ª a domingo, das 9h às 21h.
Excelente programa, gratuito, para você e seus filhos. Organize-se e vá visitar esse mundo incrível.

____________________
Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)
Rua Primeiro de Março 66 – Centro – (21) 3808-0369
Terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Entrada gratuita

Oscar 2011

Enfim conhecemos os ganhadores do principal prêmio do cinema americano, o Oscar 2011, em sua 83ª edição. Como nos últimos anos, a cerimônia aconteceu no Kodak Theatre, em Hollywood, Los Angeles. Os mestres de cerimônia foram os atores James Franco e Anne Hathaway (para mim, fraquíssimos). Aliás, este ano houve várias novidades na cerimônia e uma delas foi o fato, inédito, de um homem e uma mulher apresentarem juntos a cerimônia.
As outras novidades foram: cenário virtual, que deu ao evento uma nova dinâmica e a volta das apresentações dos indicados a melhor canção. Particularmente gostei de tudo.
Líder nas indicações deste ano, "O Discurso do Rei" (12 categorias) levou 4: melhor filme, diretor, ator e roteiro original. O segundo mais indicado, "Bravura Indômita" (10 categorias), não ganhou nenhum para contar história. “A Origem” levou 4, “A Rede Social” ficou com 3 e “O Vencedor” 2.
O documentário brasileiro "Lixo Extraordinário", sobre o trabalho do artista brasileiro Vik Muniz, infelizmente, não levou o prêmio que foi ganho pelo Trabalho Interno.

Conheça os vencedores:

Filme - O Discurso do Rei
Este ano o páreo estava difícil, mas o prêmio maior foi bem entregue. O Discurso... é um filme apaixonante.”

Ator - Colin Firth (O Discurso do Rei)

Atriz - Natalie Portman (Cisne Negro)

Ator coadjuvante - Christian Bale (O Vencedor)

Atriz coadjuvante - Melissa Leo (O Vencedor)

Diretor - Tom Hooper (O Discurso do Rei)

Roteiro original - O Discurso do Rei

Roteiro adaptado - A Rede Social

Fotografia - Wally Pfister (A Origem)

Animação - Toy Story 3

Curta de Animação - The Lost Thing

Curta-Metragem - God of Love

Filme estrangeiro - “Em um Mundo Melhor” (Dinamarca), de Susanne Bier

Documentário - Trabalho Interno

Documentário de Curta-Metragem) - Strangers No More

Trilha sonora - A Rede Social

Canção Original - We Belong Together (Toy Story 3)

Mixagem de som - A Origem

Edição de som - A Origem

Efeitos visuais - A Origem

Edição - A Rede Social

Direção de arte - Alice no País das Maravilhas

Figurino - Colleen Atwood (Alice no País das Maravilhas)

Maquiagem - O Lobisomem

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A Mentira (Easy A)

A estudante Olive Penderghast (Emma Stone) encontra-se vítima de seu próprio “boato”, quando ela mente para sua melhor amiga, Rhiannon (Alyson Michalka) sobre um encontro de fim de semana com um calouro da faculdade. O boato sobre a promiscuidade de Olive rapidamente se espalha e, para sua surpresa, ela acolhe favoravelmente a atenção. Quando ela concorda em ajudar um amigo, que sofre com bullying, fingindo dormir com ele, sua imagem se degrada rapidamente para um estado mais sensual e seu mundo começa a ficar fora de controle.

Este filme não foi um estouro de bilheteria nos Estados Unidos e aqui, foi lançado apenas em DVD. Filme adolescente nunca foi meu gênero preferido, até porque a maioria deles retrata adolescentes meio dãã, mas a capa desse filme me chamou a atenção e lá fui eu... Moral da história? A-do-reeeei o filme.
A história é batida. Uma garota, Olive, completamente anônima no colégio (sempre rola em uma high school) inventa uma mentirinha básica para sua amiga: que passou um final de semana com um carinha do 1º ano de faculdade e que perdeu a virgindade com ele. Nada demais, mas o problema foi que uma estudante do tipo religiosa convicta e chata, ouve o papo e espalha para o colégio. Só aí Olive já se tornou popular. Com coração bom, ela acaba ajudando um amigo, que é gay, fingindo ter feito sexo com ele em uma festa. Bom, aí a popularidade descambou para libertinagem e promiscuidade. A pequena mentirinha do início se tornou uma bola de neve e ela decide contar toda a verdade usando a internet para isso.
Mas o filme é super divertido, original (para mim foi!) e até ousado. As referências de alguns filmes teen (A garota de rosa shoking, Namorada de aluguel, Curtindo a vida adoidado, etc) foram muito bem colocadas.
Emma Stone foi perfeita, mas não dá para esquecermos os outros atores que colaboraram para o sucesso do filme, como Stanley Tucci (adoro esse cara) e Patrícia Clarkson, que interpretaram os pais de Olive. Pais hilários e, por vezes, mais loucos que a filha (só o filho adotado era o único normal ali), mas amorosos e atenciosos. Sempre ao lado da filha, incondicionalmente.
O fato é que ri e me diverti muito, e recomendo esse filme para toda a família. Embora a temática envolva sexo, não possui cenas de nudismo e erotismo exacerbantes. Pré-adolescentes, 11/12 anos, poderão assistir numa boa.

Nota: 8

____________________
A Mentira (Easy A)
Diretor: Will Gluck
Atores: Emma Stone, Stanley Tucci, Amanda Bynes, Lisa Kudrow
2011, comédia - romance

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Cinema Mudo, por Munhoz




Você também já escolheu os seus favoritos para o Oscar 2011?
Então escolha rápido porque o Oscar será entregue neste domingo, dia 27 de fevereiro.


Publicada no Jornal Destak, em 11/02/2011.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita (True Grit)

Quando o pai da jovem de quatorze anos Mattie Ross (Steinfeld) é baleado a sangue frio pelo covarde Tom Chaney (Brolin), ela segue determinada a trazê-lo á justiça. Com a ajuda do bêbado federal Rooster Cogburn (Bridges), ela parte – apesar das objeções dele – para caçar Chaney. O sangue derramado de seu pai faz com que ela tenha que perseguir o criminoso em território indígena e encontrá-lo antes que Texas Ranger, chamado LeBoeuf (Damon), capture-o e o leve de volta ao Texas pelo assassinato de outro homem.

Este filme é um remake do clássico do faroeste, de mesmo nome, de 1969 e protagonizado por John Wayne (Cogburn) que, inclusive, ganhou o Oscar de melhor ator por esse trabalho. Não vi o original, portanto, não tenho como comparar os dois longas.
De qualquer maneira, a interpretação de Jeff Bridges é fantástica. Aliás, o elenco e a atuação de todos são excelentes.
O filme nos apresenta uma história de vingança. Órfã de pai, aos 14 anos, Mattie quer justiça. Como nos tramites legais não vê cooperação, resolve contratar um federal, bêbado, para esse serviço.
Mais do que um simples filme de Velho Oeste, os irmãos Coen, como é típico deles, coloca pitadas de humor negro, ironia e uma nuvem de sedução no ar, mas tudo muito sutil e respeitoso. A menina de 14 anos, tão determinada, deixa os marmanjões encantados, mas ao mesmo tempo o seu olhar infantil e ingênuo está lá. Os momentos finais mostram muito bem esses sentimentos.
Incrível é a atuação sóbria e forte da jovem Hailee Steinfeld, sem dúvida a personagem principal do filme. É a sua estréia no cinema e já podemos dizer que assistimos ao nascimento de uma grande atriz.
O filme não é um western típico dos velhos tempos, mas é a cara dos novos e uma excelente sugestão.

Nota: 7

____________________
Bravura Indômita (True Grit)
Diretor: Ethan Coen, Joel Coen
Atores: Jeff Bridges, Hailee Steinfeld, Matt Damon, Josh Brolin
2011, aventura – drama

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Besouro Verde (Green Hornet)

Britt Reid (Seth Rogen) é o filho do magnata da mídia mais importante e respeitado de Los Angeles, vivendo uma vida perfeitamente feliz e irresponsável de farras. O panorama muda quando seu pai (Tom Wilkinson) morre misteriosamente, deixando seu vasto império para Britt. Estabelecendo uma improvável amizade com um dos funcionários mais dedicados e geniais de seu pai, Kato (Jay Chou), eles veem a chance de fazer algo significativo pela primeira vez em suas vidas: combater o crime. Mas para fazer isso, decidem se tornar foras da lei – eles zelam pela lei infringindo-a, e Britt se transforma no vigilante Besouro Verde, patrulheiro das ruas, ao lado de Kato.

A única coisa que sabia sobre o Besouro Verde era que nos anos 60 houve uma série e que o Bruce Lee interpretava o motorista do Besouro, o Kato. Ou seja, não sabia de basicamente nada.
Quando tomei conhecimento de que fariam o filme baseado nessa série, não fiquei assim alucinada para ver (não é o caso de Thor, que não vejo a hora de ver aquele nórdico maravilhoso na telona...), mas a oportunidade surgiu e voilá.
Gentem eu não sabia que esse herói, Besouro Verde, era tão bobo e infantil. O Kato, um oriental esperto, inteligente e, óbvio, às das artes marciais. É o "Robin" que todo o herói sonha ter como parceiro (e nisso não vai nenhuma conotação sexual, hein!). Aliás, Kato é muito mais herói do que o insetão verde.
O fato é que a dupla Seth Rogen (Britt Reid) e Jay Chou (Kato) foram feitos um para o outro. Um casamento perfeito, mas sem sexo. Christoph Waltz (Chudnofsky), fala sério, mais uma vez dando show de interpretação e humor. Cameron Diaz estava lá, nada demais.
Como herói, o Brachynus crepitans verde me decepcionou muitíssimo. Não seria nunca o meu mocinho. Como filme foi super dinâmico, engraçado e espirituoso. Ótimo programa para final de tarde.

Nota: 7

____________________
Besouro Verde (Green Hornet)
Diretor: Michel Gondry
Atores: Seth Rogen, Jay Chou, Cameron Diaz, Christoph Waltz
2011, ação – comédia

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

127 Horas (127 Hours)

Cinebiografia de Aron Ralston (James Franco), alpinista que, ao se aventurar em um isolado Blue John Canyon em Utah, ficou preso por 127 horas - cinco dias - com uma pedra em cima de seu braço. Não aguentando mais a dor e sem ninguém que pudesse ajudá-lo, Ralston decidiu amputar o membro superior com uma faca que levava consigo. Sem o braço, o alpinista escalou cerca de 20 metros.

Em maio de 2003, tudo mudou na vida do alpinista Aron Ralston. Essa mudança foi dolorosa. O susto, a incredulidade, a tentativa de libertação, o desespero. Foram 127 horas com o braço preso em uma pedra. Foram 127 horas de angustia, solidão, alucinações... Foram 44 minutos (tempo que levou amputando o próprio braço, utilizando uma lixa multiuso e um canivete cego) lutando desesperadamente pela vida.
James Franco praticamente contracena com ele mesmo, através da própria filmadora. Diante de seus olhos, seu passado e seu futuro vão passando em cenas desconexas. O medo da solidão, o reconhecimento de suas fraquezas, a busca do amor... São tantos os sentimentos que brotaram dentro dele nessas horas que a sensação era de que ele estava enlouquecendo, mas na realidade era esse turbilhão de emoções que o mantinha vivo.
O filme é tenso, angustiante, mesmo com locações lindas. Mas o filme também é cansativo. Com 1h e 15 minutos de projeção eu já estava querendo que cortasse logo o braço para que chegasse logo ao fim. Horrível, eu sei, mas eu já estava exausta, imagina o Aron ali, vivendo todo esse terror.
O importante é que ele realmente usou esse momento para dar início a uma nova vida. Hoje, por exemplo, ele é casado, tem uma filha e avisa sempre para onde vai. Aron já amava viver e hoje ama infinitamente mais.

Nota: 7

____________________
127 Horas (127 Hours)
Diretor: Danny Boyle
Atores: James Franco, Lizzy Caplan, Kate Mara
2011, drama

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Burlesque (Burlesque)

Conta a história de Ali (Christina Aguilera), uma jovem de uma cidade do interior com uma bela voz, que escapa da vida dura e de um futuro incerto e vai a Los Angeles, para concretizar os seus sonhos. Por acaso, ela chega a um teatro majestoso, porém em péssimo estado de conservação, The Burlesque Lounge, onde está sendo exibido um fantástico musical. Ali é contratada como garçonete por Tess (Cher), dona e administradora do teatro. Logo, Ali fica amiga de uma dançarina (Julianne Hough), provoca o ciúme de uma dançarina desequilibrada (Kristen Bell) e conquista o amor de Jack (Cam Gigandet), que trabalha como bartman e músico. Com a ajuda de um esperto cenógrafo (Stanley Tucci) e o apresentador transformista (Alan Cumming), Ali consegue sair do bar e subir ao palco. Sua voz espetacular ajudar a recuperar a antiga glória do The Burlesque Lounge, porém somente depois que um empresário carismático (Eric Dane) chega com uma proposta tentadora.

Esse musical romântico marca a estréia, no cinema, da cantora Christina Aguilera. Como atriz, carinha de boneca, beicinho sexy e nada mais que isso. Agora como cantora e dançarina, ela arrasou, o que para ela não é nada demais.
Cher é diva e não tem nada que provar a ninguém. Aos 65 anos, rainha das plásticas (bem feitas, diga-se de passagem) e com um corpaço de matar qualquer mortal de inveja, ela só reafirma o talento que tem. Ou não...
A história do filme é mais velha que a minha santa avózinha: garota do interior, bonita e de coração bom, resolve mudar de vida e vai para a cidade grande tentar a sorte. Encontra um trabalho de garçonete com direito a ser promovida a dançarina e depois cantora. Arruma um gato que fica apaixonado por ela, e, enfim, o universo todinho conspira a favor dela. Todos vivem felizes para sempre. Amém !
Mas o filme tem excelentes números de dança e música. Tudo isso me lembrando muito os musicais Moulin Rouge, Chicago e pitadas de Cabaret. Claro que nenhum com o mesmo charme. Não é extraordinário, mas é vibrante e animado. Um bom filme que combina com pipoca e guaraná.

Nota: 6

____________________
Burlesque (Burlesque)
Diretor: Steve Antin
Atores: Christina Aguilera, Cher, Cam Gigandet, Stanley Tucci
2011, musical

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Vencedor (The Fighter)

1993. Dicky Ecklund (Christian Bale) teve seu auge ao enfrentar o campeão mundial Sugar Ray Leonard em uma luta de boxe, colocando a pequena cidade de Lowell no mapa. Até hoje ele vive desta fama, apesar de ter desperdiçado a carreira devido às drogas. Micky Ward (Mark Wahlberg), seu irmão, tenta agora a sorte no mundo do boxe, sendo treinado por Dicky e empresariado por Alice (Melissa Leo), sua mãe. Só que a família sempre o coloca em segundo plano em relação a Dicky, o que impede que Micky consiga ascender no esporte. A situação muda quando ele passa a namorar Charlene Fleming (Amy Adams), que o incentiva a deixar a influência familiar e tratar a carreira de forma mais profissional.

Confesso que não estava interessada em assistir ao filme, mas quando ouvi Rubens Ewald Filho (sabe tuuudo de cinema) dizendo mais ou menos assim: “Mesmo que você não goste de boxe, veja este filme. Mais do que uma história de boxe é uma história de família.”, não tive dúvida... Assisti!
Realmente, o boxe serve mais como pano de fundo, já que o longa é muito mais que isso. Ele trata das relações humanas e familiares. É um filme de olhar sensível e por ser uma história verídica, mais ainda nos impressiona.
Um irmão drogado e que adora ser o centro das atenções, o protagonista de seja lá o que for, é o treinador: tem o conhecimento, mas não a responsabilidade; uma mãe possessiva, dominadora e meio doida; um pai medroso, mas amoroso; sete irmãs desocupadas e encrenqueiras; uma namorada, muito parecida com a mãe no quesito mandona, mas mais esclarecida por ter uma visão de fora: Micky precisa ser mais profissional. Com um núcleo familiar desse calibre, não sei como Micky Ward conseguiu se manter são. Com certeza, as suas principais qualidades, calma e capacidade de conciliação, foram determinantes para a sua vitória, não só profissional, mas pessoal.
Ao longo deste filme conseguimos nos colocar no lugar de vários personagens e esse é um nocaute do diretor O. Russell. Não somos rigorosamente contra um determinado personagem, apenas nos irritamos com o modo dele tratar/resolver um assunto. É um filme que mexe com a gente.
O elenco é e está ótimo. A atuação é Christian Bale é brilhante. Magérrimo, perdeu 10kg, comendo pouco, para fazer esse personagem (nada que se compare aos 28kg que perdeu para fazer o filme O Operário). Os prêmios que têm ganhado de melhor ator coadjuvante são merecidos, sem dúvida. Porém, a atuação de Mark Wahlberg não fica atrás. O problema é que não são todos que percebem a atuação sutil feita por gestos e olhares. Amy Adams também está incrível e linda.

Nota: 8

____________________
O Vencedor (The Fighter)
Diretor: David O. Russell
Atores: Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adams, Melissa Leo
2011, drama

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei (The King’s Speech)

A história do rei George VI, pai da atual rainha da Inglaterra, Elizabeth II. Após ver seu irmão Edward (Guy Pearce) abdicar o trono inglês, o jovem George (Colin Firth) se vê obrigado a assumir a coroa. Dono de uma gagueira que lhe deixa em maus bocados com os súditos, o rei busca a ajuda do “terapeuta da fala” Lionel Logue (Geoffrey Rush). Em meio a tudo isso, precisa juntar forças para comandar o país na Segunda Guerra Mundial.

Logo no início, quando George se encaminha ao microfone, o meu coração acelerou, tal qual o dele. Era como se estivesse indo para o matadouro... Discurso e gagueira definitivamente não combinam.
Esse filme nos apresenta uma rainha-mãe (Helena Bonham Carter) amorosa, mas séria; decidida, mas sutil; educada, mas firme. Já vi alguns filmes com Helena, mas confesso que sua atuação, tão diferente dos últimos papéis, me surpreendeu positivamente.
Colin Firth, nosso George, cheio de senso de humor, mas repleto de medo, insegurança e baixa auto-estima. Geoffrey Rusch fez um Lionel charmoso, seguro e repleto de compaixão. Um amigo! Sua atuação é perfeita, pena que não levará o Oscar: papel perfeito em momento inconveniente, digamos assim.
"Quando, há 30 anos, a rainha-mãe me pediu que esperasse e não contasse a história enquanto ela estivesse viva, porque a lembrança desses eventos eram ainda dolorosos demais, me dei conta da profundidade das emoções que estavam em jogo", explicou David Seidler, roteirista do filme.
Ver o futuro rei da Inglaterra com um problema tão plebeu, de certa forma, aproxima a realeza de seus eternos súditos. Não que hoje em dia reis e rainhas sejam intocáveis, mas sem dúvida ainda possuem uma certa áurea de esplendor e reverência. Porém, eles também são seres humanos como todos nós. Biblicamente falando, vieram do pó e ao pó voltarão.
O longa, mais do que contar uma história verídica, nos ensina o quanto é importante confiarmos em nós mesmos e termos, ao nosso lado, pessoas que nos queiram bem, não pelo motivo de estarmos, mas pelo que somos.
A atual rainha Elizabeth II, filha do rei George, se emocionou com o filme. Eu me emocionei e até chorei. Acredito fielmente que a superação de qualquer que seja a dificuldade deve ser divulgada aos quatro ventos e esse filme é isso. Se ganhar o Oscar de Melhor Filme, o prêmio também ficaria em boas mãos.

Nota: 9

___________________
O Discurso do Rei (The King’s Speech)
Diretor: Tom Hooper
Atores: Colin Firth, Geoffrey Rusch, Helena Bonham Carter
2011, drama

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Amor & Outras Drogas (Love and other Drugs)

Jamie Randall (Jake Gyllenhaal) é um sedutor incorrigível do tipo que perde a conta de com quantas já transou. Após ser demitido do cargo de vendedor em uma loja de eletrodomésticos, por ter seduzido uma das funcionárias, ele passa a trabalhar num grande laboratório da indústria farmacêutica. Como representante comercial, sua função é abordar médicos e convencê-los a prescrever os produtos da empresa para os pacientes. Em uma dessas visitas, ele conhece Maggie Murdock (Anne Hathaway), uma jovem de 26 anos que sofre de mal de Parkinson. Inicialmente, Jamie fica atraído pela beleza física e por ter sido dispensado por ela, mas aos poucos descobre que existe algo mais forte. Maggie, por sua vez, também sente o mesmo, mas não quer levar adiante por causa de sua doença.

O filme, logo no início, nos apresenta um Jamie Randall que facilmente venderia a lua, tamanha a lábia que tem. E é por causa desse poder de convencimento e sedução que ele vai trabalhar como vendedor dos medicamentos da Pfizer. Aí descobrimos o que já imaginávamos existir: a relação quase que promíscua entre médicos e as indústrias farmacêuticas. A corrupção impera nesse relacionamento.
Porém, quando Maggie entra em cena, com 26 anos e portadora do Mal de Parkinson, o filme deixa o ar de denúncia com humor e passa a ser puramente uma comédia romântica e muito, muito piegas. É uma pena!
Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway formam um casal bem simpático, pois há química entre os dois. As cenas em que estão nus (e não foram poucas, diga-se de passagem), conversando relaxadamente, são feitas de maneira tão natural e pura, como qualquer casal normal faz.
Aqui o amor é considerado uma espécie de droga e, na verdade, os dois não querem se viciar nisso. Só que quem é que manda no coração? Pois é... Mesmo assim, com a doença crônica de Maggie, acho meio difícil um final absolutamente feliz, mas já dizia o nosso poetinha: que o amor seja eterno enquanto dure.
O longa poderia ter sido muito melhor e interessante, mas mesmo assim é um bom passatempo.

Nota: 7

____________________
Amor & Outras Drogas (Love and other Drugs)
Diretor: Edward Zwick
Atores: Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Hank Azaria, Oliver Platt
2011, comédia - romance

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A História do Oscar

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood nasceu em 11 de janeiro de 1927. A idéia foi do presidente da Metro-Goldwyn Mayer, Louis B. Mayer que uniu-se a um grupo de 36 diretores e atores para criar a Academia. O objetivo de ajudar no desenvolvimento das artes e das ciências cinematográficas, promovendo a cooperação entre os líderes criativos para fomentar o progresso cultural, docente e técnico, reconhecendo prêmios aos mais destacados, cooperando em investigações técnicas, e também melhorando os métodos de trabalho e equipamento, criando um meio comum entre os diversos ramos e especialidades, representando o ponto de vista dos criadores cinematográficos e celebrando atividades educativas entre a comunidade profissional e o público em geral.
O Oscar foi criado em 1928 com o intuito de promover os filmes da Academia e honrar o desempenho dos principais atores, atrizes e diretores da indústria.
O diretor de arte do estúdio MGM, Cedric Gibbons, foi escolhido para desenhar a estatueta: a figura de um cavaleiro nu, segurando uma espada sobre um rolo de filme. O troféu, que ganhou forma nas mãos do escultor George Stanley, mede 34,29cm de altura, é composto de 92,5% de estanho, 7,5% de cobre e folheado a ouro de 14 quilates e platina, pesando ao todo 3,85kg. Ele nem sempre foi chamado Oscar, mas sua forma não mudou desde sua criação, exceto quando o pedestal tornou-se mais alto, em 1945. Porém, durante a Segunda Guerra, sua estrutura básica passou a ser de gesso para economizar metal.
A origem do nome não é clara, mas reza uma das lendas, que a encarregada da livraria da Academia e a eventual diretora executiva Margaret Herrick a achava muito parecida com seu tio Oscar. A partir daí o nome, mas a Academia usou o nome oficialmente a partir de 1939.
Os membros da Academia são escolhidos através de um convite da junta diretora. Só recebem tais convites aqueles que se destacaram nas artes e ciências cinematográficas. Os membros representam 13 ramos da indústria: atores, diretores artísticos, fotógrafos, diretores, executivos, montadores, músicos, produtores, relações públicas, realizadores de curtas-metragens e animação, especialistas de som, especialistas em efeitos especiais e roteiristas.
A primeira cerimônia, um jantar simples e curto, foi em 16 de maio de 1929 no Hotel Roosevelt de Los Angeles, sob a presidência do astro Douglas Fairbanks. Hoje a entrega acontece no Kodak Theater.
Até 1940 a decisão sobre os ganhadores era tomada de comum acordo pelos chefões dos estúdios e os jornais recebiam a lista de premiados antecipadamente e assumiam o compromisso de só divulga-la no final da noite, até que o Los Angeles Times quebrou o acordo. Desde então, a Academia decidiu manter segredo até a abertura dos envelopes lacrados.
O critério de seleção é demorado e envolve mais de 4.700 profissionais do ramo que tem direito a voto. Na primeira fase, cada integrante vota no candidato de sua mesma especialidade (fotógrafo em fotógrafo, ator em ator, etc), mas todos elegem o Melhor Filme. Em uma segunda fase, a empresa de consultoria e estatística seleciona os cinco mais votados em cada categoria e é feita nova votação, desta vez com todos os membros da Academia. As cédulas são enviadas pelo correio e devolvidas à Academia em envelopes sem identificação do remetente. A apuração é feita por computador e colocada em envelopes lacrados, que são abertos apenas na noite da entrega do Oscar. Nem a Academia sabe de quantas estatuetas vai precisar.
Uma curiosidade: A expressão “the winner is...” (o vencedor é...) foi substituída por “the Oscar goes to...” (o Oscar vai para...), em 1989, para que não parecesse que os demais eram perdedores.
Os vencedores assumem o compromisso de nunca vender as estatuetas, a não ser para a própria Academia e pelo preço simbólico de 10 dólares. Mesmo assim, num leilão de 1993, o Oscar que Vivien Leigh ganhou em 1940 por “...E o Vento Levou” foi arrematado por 562 mil dólares.

(Fonte: vários sites)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Cisne Negro (Black Swan)

Nina é uma bailarina de uma companhia de balé de Nova York, cuja vida é completamente consumida com a dança. Ela vive com sua mãe a ex-bailarina Erica, que exerce um controle sufocante sobre ela. Quando o diretor artístico Thomas Leroy decide substituir a primeira bailarina para a produção de abertura de sua nova temporada, O Lago dos Cisnes, Nina é a sua primeira escolha. Mas Nina tem concorrência, a nova dançarina, Lily. O Lago dos Cisnes exige uma dançarina que pode interpretar tanto o Cisne Branco com inocência e graça, como o Cisne Negro, que representa a malícia e sensualidade. Nina se encaixa no papel Cisne Branco perfeitamente, mas Lily é a personificação do Cisne Negro. Como as duas jovens bailarinas expandem sua rivalidade em uma amizade distorcida, Nina começa a ficar mais em contato com seu lado escuro - uma imprudência que ameaça destruí-la.

Cisne Negro é um drama psicológico. O pano de fundo é o balé, mais precisamente O Lago dos Cisnes, do compositor russo Tchaikovsky.
Natalie Portman dá um show de interpretação e só se os jurados da Academia forem muito obtusos, ela não ganhará o Oscar de melhor atriz.
Durante o filme todo ficamos entre a fantasia e a realidade, entre o sonho e o pesadelo. Uma luta obsessiva entre a disciplina e o se entregar ao personagem. Afinal de contas, o que é mais importante: ser o personagem ou estar no personagem?
O Cisne Branco é a representação da beleza, da docilidade, da fragilidade do ser humano, mas é o Cisne Negro que dá o vigor, a sexualidade, o arrebatamento, a coragem de querer e conseguir. Ambos os cisnes estão dentro de Nina (Portman) e lutam desesperadamente para se sobressaírem, ao invés de harmoniosamente conviverem. O longa mostra o tempo todo essa dualidade.
Cisne Negro é um filme denso e tenso do início ao fim. Não fiquei excitantemente encantada por ele, mas sem dúvida é um filme impactante e que vale a pena ser visto.

Nota: 7

____________________
Cisne Negro (Black Swan)
Diretor: Darren Aronofsky
Atores: Natalie Portman, Mila Kunis, Winona Ryder, Vincent Cassel
2011, drama - suspense

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Deixe-me Entrar (Let Me In)

Owen (Kodi Smit-McPhee) é um garoto solitário, que vive com a mãe e é sempre provocado pelos valentões da escola. Um dia ele conhece, perto de sua casa, Abby (Chloe Moretz). Sempre nas sombras, ela aos poucos de aproxima de Owen e logo se tornam amigos. Só que Abby possui um segredo: ela é muito mais velha que sua aparência indica e necessita de sangue para sobreviver. Para consegui-lo, seu pai (Richard Jenkins) realiza assassinatos na surdina, de forma a retirar o sangue das vítimas e levá-lo para Abby.

Remake do filme sueco “Let the right one in”, de Tomas Alfredson, adaptado do romance homônimo de John Ajvide Lindqvist. Como não vi o original e muito menos li o livro, opinarei apenas sobre esta refilmagem americana.
O filme mostra a história de um menino, Owen, 12 anos, que tímido e reservado (provavelmente devido ao divórcio conturbado dos pais), sofre de bullying no colégio. Ele acaba conhecendo Abby, 12 anos, uma menina discreta e misteriosa. Com uma série de pontos em comum, era óbvio que se tornariam amigos, embora ela mesma tenha lhe advertido: “não podemos ser amigos” e “não sou uma garota”. Pois é, ela é uma vampira e, claro, uma amizade assim não é fácil. A atuação dos jovens Kodi Smit-McPhee e Chloe Moretz é incrível, nem parecem as crianças que são. É bom ficarmos de olho neles.
Mas o filme vai além desse tema tão em moda hoje em dia. Esse filme aborda a amizade, a cumplicidade, o certo e o errado, o bem e o mau, a descoberta, o amor. “Deixe-me Entrar” é mais do que um deixe-me entrar em sua casa (afinal de contas um vampiro precisa ser convidado), mas é um deixe-me entrar em sua vida, em uma ida sem volta.
Claro que há mordidas no pescoço, assassinatos, sangue para todos os lados, mas nada que tire o sono de ninguém. Vale a pena ver o filme.

Nota: 8

____________________
Deixe-me Entrar (Let Me In)
Diretor: Matt Reeves
Atores: Kodi Smit-McPhee, Chloe Moretz, Richard Jenkins
2011, suspense - terror