domingo, 27 de maio de 2012

O Homem Errado (The Wrong Man)

Em Nova York, em janeiro de 1953, Christopher Emmanuel ‘Manny’ Balestrero (Henry Fonda), músico italiano católico, da casa noturna Stork Club, tem a vida remexida quando a esposa Rose (Vera Miles) precisa de 300 dólares para tratamento dentário e ele vai a um escritório, para saber quanto pode conseguir de empréstimo com a apólice da sua mulher. Porém, ele é identificado erradamente pelas funcionárias como sendo o assaltante que tinha roubado o local um ano antes.

O Homem Errado é o único filme do mestre do suspense, Alfred Hitchcock, baseado em fatos reais. Além disso, ele rodou a película em vários locais onde a história ocorreu (a cela da prisão, por exemplo) e, o mais interessante, algumas testemunhas (reais) do caso foram aproveitadas em pequenas participações. Toques do grande mestre...
O filme mostra o drama vivido por um pai de família tranqüilo que, de uma hora para outra, tem a sua vida virada pelo avesso quando é injustamente acusado e preso por um crime que não cometeu.
Não é um filme de terror e de suspense temos apenas algumas pitadas. O longa é, de fato, um retrato da alma humana angustiada, aviltada e completamente desamparada. Hitchcock explora o lado psicológico dos seus personagens principais: Manny, acusado erroneamente, e de Rose, que nesse meio tempo acaba se desequilibrando emocionalmente, achando-se culpada por tudo que está acontecendo com a família. Mesmo após tudo esclarecido (o verdadeiro culpado é preso), Rose ainda fica por 2 anos internada, quando finalmente é curada e volta para o seio da família.
Por escolha do diretor, o filme foi feito em preto e branco, dando um efeito ainda mais angustiante, além de um clima tenso e, neste caso, com a ajuda da trilha sonora.
As atuações de Henry Fonda e de Vera Miles são obras primas. Os medos e traumas de Hitchcock estão presentes fazendo o filme extremamente sombrio. O Homem Errado é imperdível para qualquer fã da sétima arte e, principalmente, do grande mestre Alfred Hitchcock.

Nota: 8

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O Homem Errado (The Wrong Man)
Direção: Alfred Hitchcock
Atores: Henry Fonda, Vera Miles, Anthony Quayle, Harold J. Stone
1956, drama

domingo, 20 de maio de 2012

Um novo Despertar (The Beaver)

Walter Black um executivo de uma indústria de brinquedos que tem a vida completamente alterada. Ele fica deprimido, cada vez mais distante dos filhos e da esposa. Num belo dia, Walter conhece O Castor, um fantoche que ganha vida através da sua imaginação. Ganha voz e vira "real". A alegria está de volta, os negócios vão bem, mas ele só consegue se comunicar através do boneco.

É um dramão clássico, com final clichê. Entre o início e o fim, muitos encontros e desencontros, uma procura constante de alguma coisa.
Neste filme Walter Black (Mel Gibson) é um pai de família que sofre de depressão profunda. Sua esposa, Meredith (Jodie Foster acumulando funções, atriz e diretora), não aguentando mais a situação o coloca para fora de casa. Arrasado, Walter só vê uma saída: se matar. Antes de pular do prédio, ele é salvo por uma voz... A voz do castor (um fantoche de pelúcia) que passa a ser o seu alterego. Dentro dessa loucura toda, ele ainda tem que recuperar o amor do filho mais velho, Porter (Anton Yelchin) que, ao contrário do caçula Henry (Riley Thomas Stewart), morre de medo de ser parecido com o pai.
É aquela máxima: quem tem amigo não morre pagão. Jodie é uma grande amiga de Gibson e foi ela que, no meio do redemoinho pelo qual ele estava passando (separação, brigas, violências domésticas, bebedeiras etc), convidou-o para fazer o protagonista do seu filme. Ele não decepciona. Na verdade, Mel Gibson é um ator de extrema qualidade e de mão cheia e um diretor sensível e detalhista. O que ele faz fora das telas é problema que ele tem que resolver, mas nada disso, para mim, ofusca o brilho do ator.
O filme é bastante interessante e, obviamente, nos mostra que muitas vezes dar alguns passos para trás é imprescindível para seguirmos em frente. O conhecimento de nós mesmos é de suma importância, porque não há como fugirmos de nós... Ou há? Bom até há, mas isso não pode ser considerado um modo de vida, mas de sobrevida. Ter a coragem de lutar e viver é uma eterna manifestação de corte: jogar fora o que não presta para salvar o restante do corpo.
O Novo Despertar acaba se tornando um filme até certo ponto comum, sem sobressaltos, com interpretações dignas de todos e troca de olhares emocionantes e cúmplices do casal Black. É uma opção de filme correto e linear, em todos os sentidos.

Nota: 7

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Um Novo Despertar (The Beaver)
Diretor: Jodie Foster
Atores: Mel Gibson, Jodie Foster, Anton Yelchin, Cherry Jones
2011, comédia - drama

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sete Dias com Marilyn (My Week with Marilyn)

A musa Marilyn Monroe está em Londres pela primeira vez para filmar O príncipe encantado. Colin Clark, o jovem assistente do prestigiado cineasta e ator Laurence Olivier, sonha apenas em se tornar um diretor de cinema, mas logo viverá um romance com a mulher mais sexy do mundo. O que começa como uma aventura amorosa mudará a vida do ainda inocente Colin e revelará uma das várias facetas de um dos maiores mitos do século XX.

O longa, baseado em fatos reais, mostra os sete dias em que Colin Clark (Eddie Redmayne), terceiro assistente de direção (nome bonito para o tradicional "faz tudo e tudo mesmo")conviveu com ela quando Monroe esteve na Inglaterra para estrelar o filme, O Príncipe Encantado (The Prince and the Showgirl, 1957) , dirigido e coprotagonizado por Sir Laurence Olivier (Kenneth Branagh).
Ele retrata uma Marilyn linda, sensual, por vezes (várias vezes, na verdade) tola e, ao mesmo tempo, extremamente carente, absolutamente insegura e completamente dependente dos remédios e das pessoas.
Porém, o filme exagera quando aperta sempre na mesma tecla: os atrasos diários da estrela, deixando os demais colegas esperando horas e horas; e o jeito perdido de Marilyn que, adepta do sistema Stanislavski (para desespero do diretor), precisava entender o personagem para agir como ele. Aí você já tem uma idéia...
Michelle Williams está perfeita como Marilyn. Os trejeitos, o tom de voz, o olhar e o corpo (roupas corretas e enchimentos nos lugares extratégicos) nos remetem a verdadeira Monroe. Ficamos encantados, porque o brilho hipnotizante da verdadeira está, em Michelle... Arrepiante!
Kenneth Branagh fez um Olivier perfeito e nos tons certos de rancor e amor, mas isso não é nada para ele. Eddie Redmayne também fez muito bem o seu papel de jovem, 23 anos, doce, encantado e apaixonado pela deusa platinada. Também temos Emma Watson (eterna Hermione Granger) fazendo a jovem Lucy, mas nada relevante, na verdade.
O filme não é uma obra prima e não é imperdível, mas vale pela atuação de todos os atores e, principalmente, porque mesmo morta há 50 anos, sua vida e sua morte pairam em uma aura de penumbra, sensualidade e mistério. Diva eterna !

Nota: 8

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Sete Dias com Marilyn (My Week with Marilyn)
Diretor: Simon Curtis
Atores: Michelle Williams, Eddie Reymayne, Julia Ormond, Kenneth Branagh
2012, drama

terça-feira, 1 de maio de 2012

Os Vingadores (The Avengers)

Quando um inesperado inimigo aparece e ameaça a segurança e a tranquilidade do mundo, Nick Fury, diretor da agência internacional de pacificação conhecida como S.H.I.E.L.D, se vê em busca de uma equipe capaz de tirar o mundo da iminência de um desastre. Um ousado recrutamento se inicia por todo o planeta.

Eis que, finalmente, um dos filmes mais aguardados de 2012 estreou e não fez feio. Não sou fã dos HQs da Marvel (meu negócio sempre foi Tio Patinhas e cia), mas sempre adorei os desenhos (Thor, Homem de Ferro, Homem Aranha etc) e os filmes. Os Vingadores é tudo o que se propõs e mais um pouco.
A ação começa quando Loki (Tom Hiddleston) invade o quartel general da S.H.I.E.L.D. Além de hipnotizar o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) e Erik Selvig (Stellan Skarsgard), se apodera do Terrafact (uma fonte de energia em forma de cubo) com a intenção de abrir um portal para que um exército alienígena possa invadir a Terra. Trabalho molezinha para os super-heróis que se unem para acabar com as pretensões de Loki.
E os heróis? Mais super, mais cínicos, mais arrogantes e mais charmosos do que nunca: Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Douney Jr.), Steve Rogers/Capitão América (Chris Evans), Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo),Thor (Chris Hemsworth) e Viúva Negra (Scarlett Johansson).
O melhor do filme é ver que o temperamento de cada herói não foi eclipsado pelo outro. Na verdade a primeira grande batalha é a do ego de cada um e nessa "guerra", as brigas (ainda bem que eles estão a nosso favor) e as risadas rolam soltas. Impossível não rir com as tiradas sarcásticas de Stark; o jeitão meio fora do tempo de Rogers; o deus Thor que se controla para não ser arrogante (porque a beleza é inevitável) e o jeito tímido de Banner, mas que quando se irrita... esmaga (literalmente).
Ponto para o diretor Joss Whedon, que para seu segundo trabalho está de parabéns. Excelente também foi a interpretação de todos os atores, principalmente Ruffalo, que criou um Bruce Banner com semblante de água prestes a ferver, mas super a vontade. Porém, a pergunta que não quer calar continua: que raio de calça é essa que cabe em um Banner normal e em um Hulk monstro total ? Bem, ele assinou para mais 6 filmes, quem sabe em um deles esse segredo será revelado... rs
Com muita ação e humor, nas doses certas, Os Vingadores é simplesmente uma ótima dica de cinema. Melhor do que isso, um ótimo motivo para achar que o próximo (sim, há uma cena no pós-créditos que deixa claro que teremos uma continuação \o/) será ainda mais incrível.

Nota: 10

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Os Vingadores (The Avengers)
Diretor: Joss Whedon
Atores: Robert Downey Jr., Chris Evans, Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Mark Ruffalo
2012, ação - aventura - comédia