quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Alexandria (Ágora)

Sob o domínio Romano, a cidade de Alenxadria é palco de uma das mais violentas rebeliões religiosas de toda história antiga. Judeus e cristãos disputam a soberania política, econômica e religiosa da cidade. Entre o conflito, a bela e brilhante astrônoma Hypatia (Rachel Weisz) lidera um grupo de discípulos que luta para preservar a biblioteca de Alexandria. Dois deles disputam o seu amor: o prefeito Orestes (Oscar Isaac) e o jovem escravo Davus (Max Minghella). Entretanto, Hypatia terá que arriscar a sua vida em uma batalha histórica que mudará o destino da humanidade.

Esse filme conta a história da matemática e filósofa Hypatia, de Alexandria, que viveu no Egito do séc IV d.C., início da decadência do Império Romano. Filha do filósofo Theon, o último diretor da Biblioteca e Academia de Alexandria, Hypatia dava aulas de astronomia e filosofia. Entre seus alunos, cristãos, judeus e pagãos,  estavam Orestes e Sinésio, futuros prefeito de Alexandria e bispo de Cirene, respectivamente. Em 415 foi brutalmente assassinada por uma multidão de cristãos, acusada de incitar uma guerra religiosa.
É o tipo de filme que eu gosto, daqueles que, ao final, vou correndo ao oráculo moderno, o Google, para fazer uma pesquisa sobre a personagem, a época, além de tirar uma dúvida quando ao incêndio que destruiu a Biblioteca de Alexandria (Você sabia que existiam 2 Bibliotecas de Alexandria, a mãe e a filha?).
Claro que houve liberdade de criação. Por exemplo, Hypatia morreu aos 65 anos e não aos 30/40 anos como aparenta o filme. De qualquer maneira, o filme é muito mais do que isso. Ele nos mostra o perigo do fanatismo religioso, um problema mais atual do que nunca. Existem pessoas que melhoram com seus erros, mas como um todo, a humanidade parece que não consegue aprender e acaba sempre cometendo as mesmas imprudências. O perseguido passa a ser o perseguidor, espalhando ira, ódio e intolerância, tudo ao contrário do que eles mesmos pregam. Como acreditar?
Hypatia (belíssima atuação de Rachel Weisz) era a mulher a frente de seu tempo, apaixonada pela verdade. Viveu, infelizmente, na época em que ser mulher era ser o pior do pior, mesmo sendo intelectual. Ou, melhor dizendo, o fato de ser intelectual piorava ainda mais. Pelo menos, para os ignorantes tacanhos. E existem até hoje...
O longa não foi muito divulgado e teve problemas no seu lançamento na Itália, Estados Unidos e nos países islâmicos. É uma pena. O fanatismo silenciou a busca do conhecimento de uma antiga civilização. Perdemos muito e, ao que parece, não aprendemos nada.

Nota: 9

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Alexandria (Ágora)
Diretor: Alejandro Amenábar
Atores: Rachel Weisz, Max Minghella, Oscar Isaac, Ashraf Barhom
2009, drama – romance

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