segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ópio – Diário de uma Louca (Ópium: Egy elmebeteg nö naplója)

No inicio do século XX, na Hungria, Josef Brenner, escritor e médico, trabalha em uma clínica psiquiátrica. Durante meses vem sofrendo um bloqueio mental na hora de escrever, é incapaz de escrever uma única linha e por causa disso viciou-se em morfina. Certo dia chega a clínica uma nova paciente, Gizella, de 28 anos, que ao contrário sempre está escrevendo, é fiel à sua agenda e nãodeixa de escrever, mas é dominada pela obsessão de que um poder cruel e estranho a possui.

Sabe aqueles filmes que a gente escolhe pela capa e dá uma lidinha básica na contra capa, só para dar um confere geral? Aí a gente pega, assiste e vê que não tem nada a ver, mas mesmo assim o drama é tão intenso que não dá para desgrudar da tela? Pois é, esse foi um deles.
Bom, ter problemas psíquicos em 1913 era uma tremenda roubada. Não que hoje seja moleza, mas as atrocidades que eram feitas em nome de tratamento (terapias de choque, isolamento total e em gaiolas, lobotomia, afogamentos induzidos etc) eram bárbaras.
O filme gira em torno do Dr. Brenner, psiquiatra, e de sua paciente, Gizella. Ele escreve contos, usando suas experiências como viciado em ópio. Ela é obcecada em escrever sobre o diabo, uma vez que ela pensa estar possuída por ele. Dr. Brenner, que passa por um momento de falta de inspiração, fica interessado (leia-se, inveja) na facilidade que ela tem em expor o que sente e o que pensa.
O início do filme já dá uma idéia do final, que não é feliz (como já disse em post anterior, dramas nunca têm finais felizes...), mas bem provável. A cena final mostra, entre a resignação de Gizella e, talvez, uma compaixão melancólica dele, uma intensidade tamanha que chegou a me dar desespero e aperto em meu coração.
Uma vida transformada em cinzas e uma chuva limpando a consciência, mas no fim... é só um grande, imenso vazio.
Incríveis as atuações de Kristi Stubo que, inclusive, ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival Internacional de Cinema de Moscou e de Ulrich Thomsen.

Nota: 7

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Ópio – Diário de uma Louca (Ópium: Egy elmebeteg nö naplója)
Diretor: János Szász
Atores: Ulrich Thomsen, Kirsti Stube, Zsolt László
2010, drama

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