segunda-feira, 10 de maio de 2010

Copa do Mundo 2010 - África do Sul


A 30 dias do início da Copa do Mundo 2010 de Futebol, o nosso coração já sofre a primeira transformação: a mudança de cor. O verde e amarelo, e uma pitada de azul, invadem as lojas, as ruas, as casas, as televisões... É o povo se unindo, criando uma aura de patriotismo de chuteiras, como dizia Nelson Rodrigues.
Da minha parte já possuo o que eu chamo de "kit torcedora", com tudo que tem direito: anéis, pulseiras, brincos, bandanas, fitas, bate-palmas, luvinha de dedo para o "V" da vitória (estava na moda em uma dessas Copas passadas), cangas etc. Fora as blusas e a camisa oficial da Seleção do Tetra.
Munida com todo esse aparato, só aguardo o apito inicial. Assistir aos jogos com os amigos é uma emoção sem preço. A trilha sonora é a da Claudia Leitte: "Extravassa ! Libera e joga tudo pro ar." E esse tudo é TUUUDO mesmo. Na Copa de 1994, eu pulei tão alto que quase derrubei o lustre da sala.
Falem o que quiserem, mas a Copa de 94 foi inesquecível para mim. Lembro que assisti todos os jogos no mesmo lugar e com a mesma roupa. Imagina! Estava dando certo, não seria eu que quebraria a corrente. Ao final de cada partida, íamos para o baixo Flamengo, e nos juntávamos com uma galera e andávamos pelas ruas bradando gritos de guerra do tipo: "Eu eu eu, a Holanda se fu#$%&eu." Uma loucura!
No último jogo, concentração total! Assisti ao primeiro tempo deitada; o segundo, sentada; o 1o. da prorrogação, em pé e ao 2o., ajoelhada. Torcedor sofre! Fomos para os pênaltis. Sentei em uma cadeira de praia, com as mãos postas, rezando como uma louca. Aí veio Paulo Rossi... Gelei! O pai de uma amiga foi categórico: "Paulo Rossi, vai bater?! Já ganhamos!" E não é que ganhamos mesmo!
Descemos, fomos para a rua. Eu beijava todo mundo, eu falava com todo mundo... Era a rua, o bairro, o estado, o país em êxtase pleno e absoluto! Era o meu querido (para mim, ele sempre foi O cara) capitão Dunga, levantando a taça, depois de tantos anos, e eu chorando de tanta felicidade.
Dezesseis anos depois, o capitão agora é o treinador. Se ele vai conseguir trazer o hexa para nós, só os deuses da pelota sabem. Mas o bom do futebol é isso: é a torcida, é o espetáculo, é o improvável... Eu, da minha parte, continuarei torcendo como uma doida e usando a mesma roupa, porque escrita é escrita. Vamos respeitar!

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