terça-feira, 25 de maio de 2010

Lost (Lost)

Série de TV que mostra a vida dos sobreviventes de um acidente aéreo (vôo 815 da Oceanic Airlines) em uma misteriosa ilha tropical, após o avião que viajava de Sydney, Austrália, para Los Angeles, Estados Unidos, cair em algum lugar do Oceano Pacífico.
Depois de 6 anos chega ao fim a série, em minha opinião, mais encantadoramente louca. Filmada no cenário paradisíaco do Havaí, Lost, desde o episódio piloto, chamou a minha atenção.
Desde o início a grande pergunta era: qual é a dessa ilha? Um local de experiência científica? Um purgatório? Um sonho? As pessoas estão vivas ou mortas? Os episódios vinham, as opiniões mudavam, mas a pergunta persistia... As teorias eram variadas, muitas com ligações mitológicas, filosóficas, científicas e religiosas.
Com a 6ª. temporada regada de cenas em flashbacks (eventos que aconteceram no passado), em flashforwards (eventos que acontecerão no futuro) e em flashsideways (eventos de uma realidade paralela), o episódio The End, com 2h30 de duração, foi repleto de emoção... Confesso, chorei muito!
No penúltimo episódio, o espírito de Jacob, o irmão bom, o guardião da luz que protege a ilha, já deu uma esclarecida quando respondeu a pergunta, feita pelo Sawyer, do por que eles teriam que ser punidos por um erro dele [Jacob] e que direito ele tinha de tirá-lo da sua vida, já que estava indo muito bem, até ser trazido para a ilha. “Nenhum de vocês estava bem. - afirmou Jacob - Não tirei nenhum de vocês de uma vida feliz. Eram todos “imperfeitos”. Escolhi vocês pois são iguais a mim. Todos são solitários. Procuravam por algo que não podiam achar lá fora. Escolhi vocês porque precisam deste lugar, assim como ele de vocês.”
Em minha opinião, o fio condutor sempre foi a amizade. O acidente aéreo criou um vínculo de fraternidade e respeito entre os sobreviventes e tudo ou todos que surgiam com a intenção de maltratar, ferir ou matá-los eram, mais cedo ou mais tarde, devidamente eliminados. Todos, cada um do seu jeito, cuidavam um dos outros, até o final.
A conversa de Jack com o pai, no episódio final, também foi muito reveladora: “Sim, sou real. –disse o pai de Jack. – Você é real. Tudo o que já aconteceu com você é real. Todas aquelas pessoas na igreja são reais também. (...) Esse é um lugar a que vocês todos chegaram juntos, para que pudessem encontrar uns aos outros. A parte mais importante da sua vida foi o tempo que passou com essas pessoas. É por isso que vocês estão todos aqui. Ninguém consegue fazer sozinho. Você precisava de todos eles e eles de você.”
A fumaça negra, o monstro ou o homem de preto, seria o lado obscuro, o lado mau do ser humano, que quer ganhar o mundo e se para conseguir era necessário mentir ou matar, isso era feito sem nenhum peso na consciência. Com a morte de Jacob, o homem de preto estava a um passo de obter tudo isso, mas Jack que, voluntariamente (é bom frisar isso!), aceitou proteger a ilha, consegue matar o monstro e, de certo modo, salvou, além da ilha e do mundo, a esperança e o lado bom de todos os que lá estiveram. Antes de morrer, Jack passa a responsabilidade para o Hugo, aquele que também sempre se preocupou com todos, mantendo sempre o bom humor. Com receio e sem saber o que fazer, ele recebe a inusitada ajuda de Ben, que num rasgo de bondade, diz-lhe “Acho que você deve fazer o que faz melhor: cuidar das pessoas.”
Quanto a realidade paralela, para mim, não passou disso: um mundo onde cada um mostrava o melhor de si, e a medida que eles se lembravam dos fatos que aconteceram na ilha, as respectivas almas tranqüilizavam-se e ficavam em paz. O personagem de Desmond foi o primeiro a perceber a importância disso e o seu papel na história.
Dr. Jack Shepard foi o grande herói da série, aquele que sempre fez questão de manter todos unidos, o agregador, e quando não conseguiu (apenas alguns chegaram a sair da ilha, inclusive ele), foi o primeiro a querer voltar e fez de tudo para convencer os demais. O carinho e o respeito de todos para com ele fica evidente na cena final, onde acontece uma espécie de congraçamento: todos aguardando a verdadeira luz para, juntos e finalmente felizes, seguirem adiante.
Talvez não tenha sido un grand finale, mas foi um the end condizente com a própria série. Eu gostei e já sinto saudades! Agora só me resta repetir o bordão de Desmond: “See you in another life, brotha!”

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Lost
Criadores: J.J. Abrams e Damon Lindelof
Atores: Matthew Fox, Terry O’Quinn, Josh Holloway, Michael Emerson, Evangeline Lilly, Jorge Garcia, Henry Ian Cusick
2004, ficção

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