segunda-feira, 14 de março de 2011

Em Um Mundo Melhor (Hævnen)

Anton (Mikael Persbrandt) é um médico que trabalha em um campo de refugiados em um lugar qualquer da África. Na Dinamarca, seu país natal, estão sua mulher Marianne (Trine Dyrholm) e seus dois filhos, Elias (Markus Rygaard) e Morten (Toke Lars Bjarke). Paralelamente, acompanhamos a história do garoto Christian (William Jøhnk Nielsen) que emigra para a Dinamarca, ao lado de seu pai Claus (Ulrich Thomsem) logo após a morte da mãe. Dois mundos distintos que irão se cruzar.

O filme começa em algum país da África que, para variar, está em plena guerra civil. Anton trabalha como médico sem fronteiras (como admiro esses Profissionais) tentando salvar a todos, sem distinção. Enquanto isso, na Dinamarca, seu casamento, também com uma médica, está se dissolvendo e seu filho pré-adolescente, Elias, é constantemente vítima de bullying no colégio. Paralelamente a essa história (para cruzarem mais à frente) temos Christian, um jovem que recém perdeu a mãe para o câncer e que vive com sua avó e seu pai. A relação com o pai vai cada vez pior, e Christian acha que tudo se resolve na briga, na desforra. É a violência gerando a violência versus a guerra da paz, aquela de levar um tapa e dar a outra face.
No início este filme dinamarquês me lembrou, e muito, o longa americano “O Anjo Malvado”, com os atores, então crianças, Macaulay Culkin e Elijah Wood (se não assistiu, vá correndo pegar o DVD), mas foi só no início.
O filme é amargo e transita entre o bem e o mal, mas o que são esses sentimentos? Temos dois adolescentes que lutam a maneira deles, em uma sociedade cada vez mais violenta e, por “n” motivos os pais ausentes não conseguem ajudá-los nesse momento. Ou porque lhes falta tempo nesta vida corrida ou porque não há uma aproximação com os próprios filhos. É tudo muito novo e para todos...
A interpretação dos atores adultos são honestas e seguras, mas os jovens adolescentes Markus (Elias) e William (Christian) arrasam.
É um filme de momentos: o de embrulhar o estômago, o de revolta, o da raiva, o da compaixão, o da incredulidade... Pode também ser considerado um filme piegas, mas é um filme reflexivo e bem realizado. Não foi sem razão que arrebatou os prêmios de Melhor Filme Estrangeiro de 2011 no Oscar e no Globo de Ouro.

Nota: 8

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Em Um Mundo Melhor (Hævnen)
Diretor: Susanne Bier
Atores: Mikael Persbrandt, Trine Dyrholm, William Jøhnk Nielsen, Markus Rygaard
2011, drama

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